Morreu a escritora Clara Pinto Correia aos 65 anos. "Não deixou nunca ninguém indiferente", referiu PR
Foto: Gerardo Santos

Morreu a escritora Clara Pinto Correia aos 65 anos. "Não deixou nunca ninguém indiferente", referiu PR

Presidente da República manifestou consternação pela "partida prematura" de Clara Pinto Correia, que, além do campo literário, destacou-se nas ciências, tendo sido bióloga e professora universitária.
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Morreu Clara Pinto Correia, de 65 anos. O corpo da escritora, professora universitária e bióloga foi, de acordo com o Correio da Manhã, encontrado esta terça-feira, 9 de dezembro, na sua casa em Estremoz.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já deixou uma mensagem de pesar publicada no site oficial da Presidência da República.

"O Presidente da República apresenta à família, amigos e admiradores de Clara Pinto Correia os seus afetuosos sentimentos, consternado pela sua partida prematura", lê-se na nota divulgada.

Para o chefe de Estado, "Clara Pinto Correia juntava à alegria de viver, uma inteligência e um brilho que se expressaram na intervenção oral e escrita, no magistério científico e na comunicação com os outros". "Não deixou nunca ninguém indiferente. Daí o sentido de ausência por todos partilhado neste momento", conclui.

O último livro de Clara Pinto Correia, Antares, foi publicado em junho do ano passado. No seu percurso literário, destaque para Adeus, Princesa, romance que aborda a reforma agrária no Alentejo e que acabou por ser adaptado ao cinema pelo realizador Jorge Paixão da Costa.

A estreia literária foi com o romance Agrião (1984), tendo na sua obra vários títulos, que passam pela literatura infantil, poesia, divulgação e investigação científica e crónica. Foi, aliás, cronista do Diário de Notícias e da revista Visão.

E se tivesse a bondade de me dizer porquê?, em co-autoria com Mário de Carvalho, faz parte da sua obra, na qual se destacam-se ainda, na ficção, Ponto Pé de Flor e Mais que Perfeito e, na literatura infantil, Quem Tem Medo Compra um Cão, A Minha Alma Está Parva e A Ilha dos Pássaros Doidos.

Além da literatura, destacou-se nas ciências, tendo sido bióloga e professora universitária. Na divulgação científica são muitos os livros e artigos assinados por Clara Pinto Correia, como Clonai e Multiplicai-vos, Os Bebés-Proveta e O Ovário de Eva.

Nascida a 30 de janeiro de 1960, em Lisboa, Clara Pinto Correia foi também jornalista, apresentadora de televisão, tendo interpretado Marta no filme Kiss Me, de António da Cunha Telles.

Filha do professor e médico José Manuel Pinto Correia - Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada a título póstumo - e de Maria Adelaide da Cunha e Vasconcelos de Carvalho Amado, irmã da jornalista Margarida Pinto Correia, Clara licenciou-se, em 1984, em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde, um ano depois, começou a lecionar como assistente estagiária de Biologia Celular e Histologia e Embriologia.

Em 1989, ruma aos Estados Unidos, onde desenvolveu uma carreira universitária e de investigação. Três anos depois, em 1992, é-lhe conferido o grau de Doutora em Biologia Celular pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

Após um período nos EUA, Clara Pinto Correia regressou a Portugal e criou a licenciatura em Biologia e o mestrado em Biologia do Desenvolvimento na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

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Clara Pinto Correia: adeus, princesa

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