Montenegro quer que "o mundo descubra Portugal" com a Expo 2025 no Japão
O primeiro-ministro está confiante de que a participação de Portugal na Expo 2025 em Osaka, no Japão, vai ser uma oportunidade para confirmar que o país "está na linha de frente em vários domínios". Luís Montenegro falava na cerimónia de divulgação do programa português naquela que será a maior exposição internacional de sempre.
"Somos um país que junta a sua estabilidade política, financeira, a capacidade na sua academia, nos projetos de desenvolvimento do seu território, que vale a pena mostrar para poder alavancar a nossa economia", disse, completando que "não há mal nenhum" em se tirar proveito da Expo para trazer valor económico para território nacional e "recolher os frutos do investimento que fazemos".
Para Montenegro, a Expo Osaka traz uma oportunidade única de internacionalização. "Como um país que descobriu o mundo, nos interessa que o mundo descubra Portugal. A exposição universal é um dos contextos onde podemos atingir esse objetivo de forma mais rápida. Estaremos em contato com muitas nações, expostos a muitas comunidades que conhecem menos bem a realidade portuguesa de hoje".
Expo Osaka 2025
Mais de 160 países e de 28 milhões de visitantes são esperados na exposição mundial, que vai decorrer entre 13 de abril a 13 de outubro, sob o tema "Desenhar as sociedades do futuro para as nossas vidas". O evento vai acontecer na ilha Yumeshima, uma ilha artificial na baía de Osaka com mais de 155 hectares.
A participação nacional vai ser centrada no oceano e na sua preservação. Projetado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, o Pavilhão de Portugal convida os visitantes a mergulhar e a descobrir o oceano. Utiliza cordas suspensas e redes recicladas para criar um efeito de movimento do oceano.
"O Pavilhão de Portugal vai refletir este diálogo entre nossos países. O autor tem uma ligação forte a Portugal, fez a renovação do centro da Gulbenkian e projetou um pavilhão que nos remete de imediato à ligação de Portugal com o oceano", disse a comissária geral para a Expo, Joana Gomes Cardoso.
A meta é superar 1,4 milhões de visitantes no Pavilhão.
No espaço, vai haver uma exposição permanente sobre o mar, além de outras várias que vão ser montadas por temporadas, terá uma loja, um espaço de restauração dedicado à promoção da gastronomia portuguesa e um espaço multiusos preparado para acolher eventos de diversas tipologias.
A programação envolve concertos, workshops, debates, conferências, com duas datas principais já programas.
O 5 de maio, em que celebra-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa, foi escolhido como o Dia de Portugal no evento. O primeiro-ministro vai participar das atividades pessoalmente nesta data, em que destaca-se a inauguração de uma exposição dedicada à obra do arquiteto Siza Vieira. Também vai decorrer neste dia uma homenagem à Amália Rodrigues, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, que vai juntar os fadistas Ana Moura, Camané e Ricardo Ribeiro.
Já no dia 10 de junho, o Pavilhão vai receber um concerto de Carminho no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
O investimento global na participação portuguesa na Expo é de 21 milhões de euros. De acordo com o primeiro-ministro, não há "nenhum problema em reconhecer que grande parte do trabalho que nos trouxe até aqui nem fomos nós que fizemos", disse, em alusão ao facto de a organização para a Expo Osaka ter começado ainda no anterior Governo. "Não significa que não tenhamos por ele [o programa] um sentido de compromisso e responsabilidade", completou.