Cuidadores informais com apoio privado para testes do covid
A Missão Continente vai financiar um programa para testar cuidadores informais de todo o país.
O programa "Famílias Seguras", promovido pelo Centro de Testes de Ciências e pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em parceria com a Associação Nacional de Cuidadores Informais, permitirá testar centenas de cuidadores informais à covid-19 durante quatro meses, recorrendo a testes de saliva.
A Missão Continente vai financiar cerca de 2700 testes, ou seja, o rastreio de cerca de 40 famílias.
Atualmente, estão abrangidas 70 famílias de cuidadores informais no território continental português, um total de cerca de 220 pessoas e 4000 testes a serem efetuados entre março e julho, podendo posteriormente alargar-se a mais famílias de todo o país.
O rastreio será feito através de testes semanais em amostras de saliva, colhidas em casa pelos próprios participantes e enviadas para testagem no Centro de Testes de Ciências.
Segundo os dados da Eurocarers, há 1,1 milhões de Cuidadores Informais em Portugal, número que terá aumentado durante a pandemia. As pessoas cuidadas pertencem muitas vezes a grupos de risco para a covid-19, com pior prognóstico da doença, surgindo neste cenário o dilema de precisarem do respetivo Cuidados Informal, ao mesmo tempo que seria preferível a ausência de contacto social.
"A missão da Faculdade é expandir o conhecimento e transferi-lo para a sociedade. Com esta iniciativa colocamos a nossa capacidade de inovação e colaboração ao serviço duma população vulnerável e que carece de muitos apoios", explica Luís Carriço, diretor da Ciências Universidade de Lisboa Lisboa, acrescentando ainda que "este é um excelente exemplo de cooperação entre a academia, a sociedade civil, empresas e instituições".
Sílvia Artilheiro Alves, presidente da ANCI, acredita que "a inclusão dos cuidadores informais neste projeto trará benefícios aos próprios cuidadores e respetivos agregados familiares; mas também trará benefícios a todos os outros cuidadores, no sentido do reconhecimento, possibilitando uma sensação de confiança e segurança, tendo em conta a vigilância ativa do programa".
"Este é um projeto que muito nos orgulha", diz Ricardo Dias, coordenador do CT Ciências ULisboa, acrescentando que "temos o dever de cuidar de quem cuida". "Ao fazê-lo damos também um sinal aos nossos alunos do papel vital que a Ciência pode ter na participação cívica e melhoria da sociedade", referiu.