Confrontos aconteceram no passado 25 de Abril.
Confrontos aconteceram no passado 25 de Abril.Foto: Leonardo Negrão

Ministério da Justiça instaura processo disciplinar contra guarda prisional detido no 25 de Abril

Processo foi aberto por "eventual violação dos deveres profissionais no âmbito do Estatuto dos Guardas Prisionais", não por "perfilhar de uma determinada ideologia, fora do contexto profissional".
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A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) instaurou um processo disciplinar contra o guarda prisional João Vaz, detido nas manifestações de extrema-direita no 25 de Abril. A resposta foi enviada ao DN por fonte oficial do Ministério da Justiça.Em causa está "eventual violação dos deveres profissionais no âmbito do Estatuto dos GP".

O ministério explica que o inquérito aberto não tem por base a participação em si no protesto, "já que perfilhar de uma determinada ideologia, fora do contexto profissional, não constitui só por si matéria suscetível de procedimento disciplinar". O DN sabe por fonte judicial que está a acompanhar o processo que haverá imagens do profissional a agredir polícias naquela tarde.

João Vaz não voltou ao trabalho após a detenção. O DN apurou que o profissional esteve de autobaixa e, agora, em férias. Sobre a condenação que já recebeu, o ministério explica que quais as circunstâncias e se já foi cumprida.

As autoridades estão ainda a averiguar "se há alguma queixa ou inquérito por factos ocorridos no âmbito das suas funções – caso em que a DGRSP pode atuar, não podendo, nunca, substituir-se ao tribunal". O gabinete de Rita Júdice pontua que "em todo o caso, serão factos anteriores a esta equipa ministerial (e deste Diretor-Geral) entrar em funções e, portanto, sem responsabilidades sobre a condução do caso". Sobre o atual processo disciplinar agora aberto a condução cabe à DGRSP.

Vaz foi o terceiro detido na manifestação promovida pelo partido Ergue-te e pelo grupo 1143 na passada sexta-feira, em Lisboa. Vaz entrou em confrontos violentos e ficou ferido durante a detenção. Imagens da agência Lusa e dos canais de televisão mostram sangue na testa de Vaz quando foi levado pela PSP.

O trio foi convocado a comparecer voluntariamente ao Campus da Justiça esta segunda-feira. Entretanto, devido ao apagão, a audição foi adiada sem previsão de nova data. A PSP já identificou oito pessoas envolvidas nas agressões daquela tarde do 25 de Abril. Uma delas pertence ao grupo antifascista e outras sete estavam na manifestação do Ergue-te e do 1143.

Entre eles, está um menor de 13 anos, levado até o local por um adulto. Também foi identificado Jorge Bento, o homem que estava infiltrado entre os manifestantes defensores do 25 de Abril. Várias filmagens, inclusive uma realizada pelo DN, mostram que Bento estava a gritar as frases de ordem contrárias ao grupo 1143 e o Ergue-te, quando começou a agredir, pelas costas, os manifestantes, incluindo mulheres.

amanda.lima@dn.pt

valentina.marcelino@dn.pt

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