O terceiro detido de extrema-direita nas agressões do 25 de Abril é um guarda prisional já condenado por várias agressões violentas, mas que continua a trabalhar. João Vaz, que pertencia ao grupo de skinheads julgado em 2022 por vários crimes violentos, trabalha atualmente no Estabelecimento Prisional (EP) da Carregueira.O DN sabe que Vaz esteve de autobaixa entre os dias 27 e 28 de abril e agora está de férias. A informação sobre a identificação do indivíduo foi avançada inicialmente pelo Expresso e confirmada pelo DN junto à fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP). Vaz foi o terceiro detido na manifestação promovida pelo partido Ergue-te e pelo grupo 1143 na passada sexta-feira, em Lisboa. Vaz entrou em confrontos violentos e ficou ferido durante a detenção. Imagens da agência Lusa e dos canais de televisão mostram sangue na testa de Vaz quando foi levado pela PSP.O DN questionou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e o Ministério da Justiça sobre a condenação de Vaz e o facto de continuar a trabalhar. O MJ já respondeu ao DN e informa que vai apurar as circunstâncias da condenação.Uma fonte da área explicou ao DN que, uma vez que a condenação não foi por um crime durante o desempenho das funções, o profissional pode continuar a trabalhar. O jornal também sabe que Vaz é amigo do neo-nazi Mário Machado, terceiro elemento detido naquela tarde. O outro é Rui da Fonseca e Castro, ex-juiz e atual presidente do partido Ergue-te.O trio foi convocado a comparecer voluntariamente ao Campus da Justiça esta segunda-feira. Entretanto, devido ao apagão, a audição foi adiada sem previsão de nova data. Antes do apagão, Rui da Fonseca e Castro informou ao MP que não se apresentaria naquela ocasião. A alegação do arguido é de que um dos elementos da PSP que se encontrava a elaborar o expediente" do caso "encontrava-se com uma aparência física e odor incompatíveis com o exercício das suas funções", nomeadamente "o seu cabelo apresentava com um brilho e aparência de gordura, revelando falta de lavagem" e "o seu hálito exalava um forte cheiro a álcool, fazendo suspeitar embriaguez".A PSP já identificou oito pessoas envolvidas nas agressões daquela tarde do 25 de Abril. Uma delas pertence ao grupo antifascista e outras sete estavam na manifestação do Ergue-te e do 1143. Entre eles, está um menor de 13 anos, levado até o local por um adulto. Também foi identificado Jorge Bento, o homem que estava infiltrado entre os manifestantes defensores do 25 de Abril. Várias filmagens, inclusive uma realizada pelo DN, mostram que Bento estava a gritar as frases de ordem contrárias ao grupo 1143 e o Ergue-te, quando começou a agredir, pelas costas, os manifestantes, incluindo mulheres.Este foi o tiro de partida para rixas generalizadas entre os grupos, cujo resultado foi ter deixado dois polícias feridos, além de um repórter de imagem e um cidadão que passava pelo local naquele exato momento. João Bento é uma conhecida figura do 1143 e amigo de Mário Machado. Nos confrontos, dois polícias ficaram feridos, facto lamentado pela PSP e pelo Governo..amanda.lima@dn.ptvalentina.marcelino@dn.pt.Antes do apagão, ex-juiz informou que não se apresentaria. Alegou que PSP estava bêbado e com cabelo sujo.Menor de 13 anos envolvido na violência da extrema-direita