Ministro da Educação diz que concurso extra vinculou mais de mil professores
Com o final do primeiro período letivo a aproximar-se, o ministro da Educação anunciou esta segunda-feira que o concurso extraordinário vinculou mais de mil professores.
À margem de uma visita a um centro tecnológico de Tondela, Fernando Alexandre afirmou que mais de 250 professores foram colocados em escolas mais carenciadas, referindo que foram contratados mais 800 professores que já estavam em funções, mas em situações precárias.
Fernando Alexandre fala, assim, em "mais de mil professores colocados que estavam numa situação precária e que ficaram com um vínculo à escola".
"O que quer isto dizer? Quer dizer que nas escolas, para as quais direcionamos este concurso, temos agora professores com vínculo, isso dá outra estabilidade ao corpo docente. Tornámos esses lugares mais atraentes para professores com habilitação própria e, por isso, são em grande medida professores jovens que foram para essas escolas", declarou o ministro.
Após a polémica com o número de alunos sem aulas, o ministro acrescentou ainda que "quase 300 lugares estão preenchidos precisamente nessas escolas carenciadas", referindo que o Governo, em poucos meses, "aplicou 17 medidas e todas elas, com níveis diferentes, estão a produzir efeitos".
Ouvido pela SIC, o secretário-geral da Fenprof considerou que 11,6% de colocações é pouco. Mário Nogueira referiu que o Governo tem aplicado “medidazinhas que disfarçam a gravidade do problema”, acrescentando que quando se vai constatar o "problema é ainda mais grave, ainda mais profundo".
O dirigente sindical referiu que ainda são desconhecidos os números de outras medidas do Executivo. "Quantos professores adiaram a sua aposentação, ficando ao serviço? Quantos doutorados e mestes vieram para a profissão? Quantos docentes do ensino supeior e investigadores vieram para profissão?", questionou.
Em Tondela, o ministro rejeitou que o Governo tenha uma “bala de prata” ou uma "solução mágica" para o problema da falta de professores. "O que temos é um conjnto de medidas, que estão ser implementadas, avaliadas. Aquelas que funcionam, nós vamos reforçar e as que não funcionarem, vamos deixá-las cair, e estamos sempre abertos a medidas novas", assegurou o ministro.
À SIC, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, referiu que "as milhares de horas extraordinárias ajudaram bastante, até este momento, a suprir a carência dos professores".