Depois de ter convocado os dois sindicatos dos médicos para reuniões no dia 16, logo pela manhã, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, convocou também vários sindicatos dos enfermeiros para uma reunião conjunta no mesmo dia, pelas 12:15, bem como os de outras classes profissionais, com o mesmo tema "carreiras" e "recursos humanos". De acordo com a convocatória, e segundo confirmou ao DN a dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Guadalupe Simões, o tema em cima da mesa é “recursos humanos", mas "não temos mais qualquer referência”, especificou, argumentando: “O SEP sabe que a carência de recursos humanos na área da enfermagem é grande, mas não sabemos se é isto mesmo que a ministra quer discutir”.Aliás, acrescenta, “não sabemos ao certo se o objetivo do ministério é mesmo discutir a carência de recursos humanos ou se é, por exemplo, discutir a reorganização das urgências hospitalares, que envolve a reorganização dos recursos humanos, apresentando o diploma sem qualquer negociação”. Na verdade, e segundo apurou o DN, este receio também existe na classe médica, já que a convocatória para as estruturas que a representam indicavam apenas "reunião no âmbito das carreiras médicas”, sabendo-se de antemão que qualquer diploma sobre reorganização de urgências hospitalares ou sobre a criação de urgências regionais irá levar à concentração de recursos humanos e, certamente, à mobilidade de alguns. E tal, e face aos acordos coletivos de trabalho, são matérias que exigem que toda a informação seja prestada aos sindicatos que representam a classe, "mas pode não haver sequer negociação, só nos ouvem", afirmaram ao DN. .Ministra reúne esta semana com sindicatos médicos para “negociação coletiva no “âmbito da carreira” . O DN sabe que a Ordem dos Médicos foi também convocada para uma reunião no Ministério da Saúde no dia 22, mas ao que parece esta também tinha sido pedida pela própria organização, com o objetivo de discutir, exatamente, temas como “carreiras, encerramento de urgências e propostas que a Ordem desenvolveu como soluções para várias áreas da saúde”. Como assumiu ao DN o bastonário dos médicos, “a criação das urgências regionais é uma preocupação para nós e vai ser um dos temas que a Ordem quer ver discutido com a Sr.ª ministra”, porque, reafirma, “não temos nada contra à reorganização das urgências, quer seja através da criação de uma urgência Metropolitana ou Regional, mas não pode é ser criada à força. Isso seria um risco enorme para que os médicos que ainda estão nestas unidades saíssem do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e acho que isso ninguém quer”.Carlos Cortes destaca mesmo: “Não se pense que se vai consegue criar, de um dia para o outro, na Margem Sul Tejo, o que a região Norte levou anos a conseguir com diálogo, que foram as urgências Metropolitanas”. Para Carlos Cortes, “é preciso incluir todas as pessoas nestas decisões, nomeadamente quem trabalha nas unidades da Península de Setúbal, para se discutir o que tem de ser mudado”. Na próxima semana, a tutela tem também agendada reuniões com sindicatos de outras classes profissionais, nomeadamente com o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, no dia 23, pelas 15:30, anuncia a estrutura na sua página oficial, explicando que este agendamento é também uma resposta “ao ofício remetido pelas organizações sindicais, no dia 1 de outubro”. Esta estrutura salienta ainda que os Sindicatos da Plataforma Negocial da Carreira dos Técnicos Superiores das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) apresentaram para discussão, no âmbito do processo negocial em curso com o Governo, “a valorização e dignificação das nossas profissões e resolução das seguintes questões: revisão da tabela salarial; regularização dos retroativos das diferenças salariais devidas; inversão das posições remuneratórias injustamente criadas; contabilização dos contratos a termo; entre outros”.