Mil deslocados e pelo menos três mortos nos incêndios da Madeira

As chamas consumiram várias casas no centro da cidade do Funchal. O emblemático hotel Choupana Hills ardeu na totalidade
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Três pessoas morreram na terça-feira, no Funchal, na sequência dos incêndios que deflagraram no concelho na segunda-feira, disse hoje fonte do Governo Regional da Madeira.

As mortes ocorreram na zona da Pena, na freguesia de Santa Luzia, na travessa Silvestre Quintino de Freitas, sendo moradores de duas das residências atingidas pelo fogo.

Na terça-feira, fonte do Governo regional já tinha adiantado a morte de uma idosa que estava acamada numa das habitações afetadas.

A mesma fonte do governo regional adiantou que uma pessoa está dada como desaparecida.

Cerca de mil pessoas já tiveram de ser retiradas de casas e hotéis para vários locais do concelho do Funchal, Madeira, disse hoje o presidente da autarquia. "Temos cerca de mil deslocados de casas e hotéis, são residentes e turistas. Cerca de 600 estão no Regimento de Guarnição n.º 3 (Exército), 300 estão no estádio dos Barreiros e 50 no centro cívico de São Martinho", afirmou à agência Lusa Paulo Cafôfo pelas 03:00, quando se encontrava neste último local e já depois de ter passado pelas instalações do Exército.

Terça-feira à noite o fogo desceu à baixa do Funchal, depois de ter deflagrado na tarde de segunda-feira na zona alta, em São Roque e de se ter alastrado a outras áreas. Há também chamas a lavrar noutros concelhos da ilha.

Assinalando ser "impossível" fazer, neste momento, a contabilidade do número de edifícios que arderam, porque a preocupação está centrada na "intervenção rápida e eficaz" no combate ao incêndio, Paulo Cafôfo confirmou, contudo, que o emblemático hotel Choupana Hills ardeu. O autarca adiantou que as pessoas estão a ser acompanhadas com apoio psicológico e por voluntários e, "embora desgostosas com o que se está a passar, estão tranquilas".

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O presidente do maior município da Região Autónoma da Madeira acrescentou àquela hora existirem duas situações a gerar "maior preocupação", o incêndio no núcleo histórico de São Pedro e um reacendimento nas Babosas, no Monte. No primeiro caso, Paulo Cafôfo esclareceu que "se se mantiverem as condições meteorológicas, serão necessárias mais duas ou três horas de trabalho", acreditando que "o pior já passou, mas ainda há o combate ao fogo em alguns edifícios, a que se segue a fase de rescaldo". Na zona das Babosas, que "já tinha tido problemas, está com reacendimento e estão a ser deslocados meios para o local".

As chamas deflagraram nas zonas altas do Funchal, em São Roque, pelas 15:30 de segunda-feira e, na terça-feira à noite, o fogo desceu à baixa do Funchal, havendo ainda incêndios a lavrar noutros concelhos da ilha.

Os incêndios já provocaram um morto, centenas de desalojados, dois feridos graves e evacuações de dois hospitais, lares de idosos e alguns hotéis. Há avultados danos materiais. As elevadas temperaturas e o vento forte têm estado a dificultar as operações de combate às chamas.

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