Menor de 14 anos é suspeito de atear incêndios em Fafe nos últimos quatro anos por "revolta" e "frustação"
Foto: Reinaldo Rodrigues

Menor de 14 anos é suspeito de atear incêndios em Fafe nos últimos quatro anos por "revolta" e "frustação"

"Parco rendimento escolar" e "precariedade" das relações sociais terão levado adolescente a atuar, segundo a PJ. O menor, que "confessou os factos", terá usado fósforos para provocar chama direta.
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Um menor de 14 anos foi identificado esta quinta-feira, 28 de agosto, pelo Departamento de Investigação Criminal de Braga da Polícia Judiciária (PJ), pela suspeita de ser o "presumível autor de vários incêndios, deflagrados no período de verão, nos últimos quatro anos, nas freguesias de Seidões, Ardegão e Arnozela, no concelho de Fafe".

"Durante o período de verão, as referidas freguesias foram sistematicamente assoladas por incêndios florestais, por vezes com recorrências diárias, causando preocupação entre as populações locais e consumindo vários hectares de floresta", indicou a PJ, em comunicado enviado às redações.

Tendo em conta a "persistente recorrência dos incêndios naquelas zonas, foram encetadas e desenvolvidas diligências ininterruptas de investigação, que culminaram agora com a identificação do suspeito, que procedia às ignições por meio de chama direta, com recurso a fósforos", explicou esta força policial.

Já este ano, o menor, residente em Seidões, "fazendo incursões em diversas zonas florestais locais, recorrendo, por vezes, à utilização de uma trotinete, incendiou vários montes, colocando-se logo de seguida em fuga, em direção à sua residência, onde permanecia refugiado", indicou a PJ.

Na nota da polícia de investigação criminal, é referido que "o menor terá atuado num quadro de revolta e frustração, dado o seu parco rendimento escolar e a manifesta precariedade das suas relações sociais, não sendo de descartar a possibilidade de, em algumas das situações, ter mesmo atuado em grupo".

"Os vários locais onde os incêndios ocorreram situam-se em zonas com elevado potencial de propagação a manchas florestais de grandes dimensões, gerando assim enormes riscos, potencialmente agravados pela abundante carga combustível ali existente e pela própria orografia da região", lê-se no comunicado.

As diligências permitiram recolher um "sólido acervo probatório e levaram à identificação e interpelação do adolescente", tendo sido feita comunicaçãoao Ministério Público, para dar continuidade aos procedimentos adequados, especialmente no âmbito do Tribunal de Família e Menores.

PJ deteve mais dois suspeitos de atear incêndios em Portimão e Beja

A Polícia Judiciária informou ainda que, com colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução das Ignições em Espaço Rural do Sul (composto por PJ, GNR e ICNF), deteve um homem de 35 anos, "pela presumível autoria de quatro crimes de incêndio florestal, ocorridos nos passados dias 18 e 26 de agosto, no concelho de Portimão. Os fogos deflagraram nas localidade de Casais (Monchique), Vale da Ribeira, Arão e Canafachal, sendo que estes dois últimos foram nas proximidades do Autódromo Internacional do Algarve e em Bensafrim, concelho de Lagos, segundo a PJ.

De acordo com as autoridades, o suspeito", com recurso a chama direta, ateou os incêndios em zonas compostas por mato rasteiro (herbáceas e silvas), árvores de pequeno porte e canas, entre as 14h30 e as 16h00", período do dia em que se registam temperaturas mais elevadas e humidade relativa mais baixa, o que agrava o risco de incêndio.

"Para transitar entre os locais onde fez deflagrar os incêndios, o suspeito utilizou um motociclo propriedade de um familiar, o que permitiu deslocar-se rapidamente entre os focos de incêndio e abandonar os locais também de forma célere", explicou a PJ, dando conta que é desconhecida a motivação do suspeito, que não tem antecedentes criminais por crimes desta natureza.

Foi também detido pela PJ, através da Diretoria do Sul, "fora de flagrante delito, o presumível autor de um crime de incêndio, ocorrido no passado dia 18 de agosto, numa zona florestal em Beja".

O suspeito, de 39 anos, "sem justificação plausível, ateou o incêndio, com recurso a chama direta (isqueiro), num terreno rural baldio, com o solo ocupado por vegetação herbácea rasteira, localizado na Colina do Carmo, Freguesia de Salvador e Santa Maria da Feira, tendo sido consumidos cerca de quatro hectares", informou esta força policial.

Ambos os detidos vão ser representes às autoridades judiciárias competentes para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.

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