Mau tempo. Maioria dos distritos mantêm-se com alertas devido à chuva, vento, agitação marítima e neve
Vários distritos do continente vão manter-se esta sexta-feira com avisos amarelo e laranja por causa da chuva, vento, agitação marítima fortes e queda de neve e pelo menos até sábado, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Os distritos, mais a norte, de Viseu, Porto, Guarda, Vila Real, Viana do Castelo, Leiria, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra e Braga estão sob aviso amarelo desde as 06:00 de hoje e até às 06:00 de sábado devido à previsão de aguaceiros por vezes fortes, que poderão ser ocasionalmente sob a forma de granizo e acompanhados de trovoadas.
O IPMA colocou também os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga sob aviso amarelo até às 12:00 de sábado por causa do vento sudoeste com rajadas até 80 quilómetros por hora (km/h).
A previsão de agitação marítima levou o IPMA a emitir aviso laranja para os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga entre as 00:00 de sábado e as 00:00 de domingo, passando depois a amarelo.
O IPMA colocou igualmente os distritos de Faro, Setúbal e Beja até às 06:00 de domingo devido à agitação marítima.
Por causa da agitação marítima forte, 17 barras marítimas do continente estão fechadas a toda a navegação e as de Aveiro, Figueira da Foz, Viana do Castelo e Portimão estão condicionada, segundo a Autoridade Marítima Nacional.
Sob aviso laranja estão também os distritos de Castelo Branco e da Guarda por causa da queda de neve acima de 1.200 a 1.400 metros entre as 18:00 de hoje e as 12:00 de sábado.
O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
A passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes, provocou milhares de ocorrências no continente português, na maioria quedas de árvores e estruturas, sobretudo na madrugada de quinta-feira, quando vigoraram avisos meteorológicos laranja, o segundo nível mais grave.
Proteção Civil contabiliza 185 ocorrências entre as 0:00 e as 12:00 desta sexta-feira em Portugal continental
A Proteção Civil registou só esta sexta-feira, entre as 00:00 e as 12:00, um total de 185 ocorrências associadas à passagem da depressão Martinho em Portugal continental, maioritariamente queda de árvores, que ocorreram sobretudo na Grande Lisboa e Península de Setúbal.
Estas 185 ocorrências juntam-se às 8.600 situações registadas nos últimos dois dias, mais precisamente entre as 00:00 de quarta-feira e as 22:00 de quinta-feira, relacionadas com as condições meteorológicas adversas devido à passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes.
"Hoje é um dia muito mais calmo, apesar de continuarmos numa situação de alerta", disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), reforçando que os avisos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) relacionados com o mau tempo em Portugal continental se prologam até às 24:00 de sábado.
Assim, a ANEPC mantém, até ao final do dia de sábado, todos os agentes de proteção civil "em alerta de nível amarelo", o menos grave de uma escala de três, "face à ocorrência desta meteorologia adversa", ressalvando que está em contacto, diariamente, com o IPMA e também com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) relativamente à monitorização das bacias hidrográficas dos diferentes rios do país.
"Esta situação pode ter uma evolução ou não, dependendo também destes contactos permanentes que são feitos", advertiu fonte da ANEPC.
Relativamente às 185 ocorrências registadas hoje, entre as 00:00 e as 12:00, a Proteção Civil adiantou que a maioria é relativa a queda de árvores, com 104 situações, seguindo-se limpeza de vias (27), referindo que não há registo significativo de inundações.
Estradas, portos, linhas ferroviárias, espaços públicos, habitações, equipamentos desportivos, viaturas e serviços de energia e água foram afetados, em especial nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Sul, registando-se um ferido grave e perto de uma dezena de feridos ligeiros.
Na noite de quarta para quinta-feira, os ventos fortes ajudaram a propagar cerca de meia centena de incêndios rurais no Minho, sem registo de vítimas ou danos em habitações, numa época pouco propícia a fogos.
O cenário de chuva e vento fortes vai manter-se até sábado, segundo as autoridades.