As ruas de Lisboa encheram-se de manisfestantes em luta pela Palestina.
As ruas de Lisboa encheram-se de manisfestantes em luta pela Palestina.MIGUEL A. LOPES/LUSA

Marcha pela Palestina arranca em Lisboa com várias centenas de pessoas

A marcha Abril pela Palestina assinala os seis meses desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
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A marcha Abril pela Palestina partiu da Praça do Município, Lisboa, pouco depois das 15:30 em direção ao Largo do Intendente, com passagem pelo Largo do Carmo para entoar a canção símbolo "Grandola Vila Morena".

Esta manifestação realiza-se quando passam seis meses do início da guerra na Faixa de Gaza, com a organização - a Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina - a estimar "várias centenas" de pessoas a juntarem-se.

Com bandeiras da Palestina, o lenço símbolo da luta palestiniana, cartazes, palavras de ordem a pedir um "o fim da ocupação e um cessar fogo imediato" em português e em inglês, a marcha iniciou-se pelas 15h40.

A dizer presente está Lara Aladina, que se associa à causa desde 1981, quando tinha 09 anos, porque se trata de uma "injustiça" e continuará "até morrer" a defender a causa, quer o reconhecimento do Estado da Palestina, quer a ajuda que estima desde já ser necessária depois desse momento.

Para a manifestante, o "fascismo aproveita-se da ignorância e a questão da Palestina é exatamente essa manipulação através da ignorância das pessoas, que não sabem o que é que se passa e então acabam por ir na propaganda do árabe, do terrorista".

Neste domingo assinalam-se seis meses desde o ataque do Hamas em território israelita, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo Israel.

A Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP) convocou a manifestação "Abril pela Palestina", evocando os 50 anos da Revolução dos Cravos.

"No ano em que Portugal celebra 50 anos de Liberdade e do fim do fascismo, na Palestina a ocupação colonial e a limpeza étnica continuam, sob o olhar passivo da comunidade internacional", segundo a organização.

Mortágua desafia MNE a abandonar "posições irresponsáveis" e a reconhecer Estado da Palestina

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, esteve na marcha e defendeu ser um dever de Portugal reconhecer o Estado da Palestina e desafiou mesmo o ministro dos Negócios Estrangeiros a abandonar "posições irresponsáveis em que negava o genocídio" em Gaza.

"É muito importante que o ministro do Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel], que tinha posições irresponsáveis no passado, que negou o genocídio em Gaza do povo palestiniano, mude a sua posição e adote uma posição responsável em defesa da paz", afirmou.

A líder do BE salientou que o "dever de Portugal" é o de reconhecer o Estado da Palestina, colocando-se ao lado da comunidade internacional e do secretário-geral da ONU, António Guterres.

"É importante que, seis meses depois do início dos ataques de Israel a Gaza, estejamos aqui para lembrar aquilo que está a acontecer em Gaza. Israel matou mais de 30 mil pessoas e quase metade são crianças", lamentou Mariana Mortágua.

Esses números demonstram que está em curso em Gaza uma "política de genocídio e de extermínio", considerou a dirigente bloquista, para quem isso faz com que seja "tão importante que os diferentes países da União Europeia reconheçam o Estado da Palestina como um movimento para a paz".

"O reconhecimento do Estado da Palestina é hoje um movimento político para travar o genocídio e para dizer a Israel que tem de reconhecer a legitimidade de um Estado e de um povo que está a ser massacrado às suas mãos", disse.

Segundo Mariana Mortágua, o que "faz sentido" é que Portugal se junte aos países que, unilateralmente, já prometeram reconhecer o Estado da Palestina, apontando os casos da Eslovénia, Espanha, Malta e Irlanda.

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