O Presidente da República defendeu esta quinta-feira, no 5.º Congresso dos Jornalistas, que tem de haver transparência sobre "quem lidera e gere o quê na comunicação social", sem nomear nenhum grupo ou órgão em concreto..À chegada ao Cinema São Jorge, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa cumprimentou trabalhadores do grupo de Global Notícias - que tem entre os seus acionistas um fundo sediado nas Bahamas de proprietários desconhecidos - que seguravam uma faixa "em luta pela defesa dos postos de trabalho", sem prestar declarações..Na sua intervenção, depois de fazer um diagnóstico da situação do jornalismo em Portugal, o chefe de Estado afirmou: "Tudo isto torna inevitável, primeiro, que haja transparência no saber quem lidera e gere o quê na comunicação social, com que projetos editoriais, com que modelos, com que perfis e viabilidade de dar vida ao setor".."Segundo, que os proprietários e gestores de meios, todos eles, mais os especialistas nas mudanças científicas, tecnológicas e sociais em curso estejam em constante convergência, interação e prospetivas estratégicas, formando uma plataforma de diálogo e de convergência que decisão com os jornalistas. Houve em certa altura alguns passos, mas pararam cedo de mais", acrescentou..Segundo o Presidente da República, impõe-se que "o Estado -- o que é diverso de quem em cada momento exerce funções em sua representação -- não se alheie nunca de um debate essencial", porque "há meios públicos históricos e muito importantes" e porque "só numa base de entendimento amplo de forças e hemisférios doutrinais, ideológicos e políticos diferentes é possível abordar esta temática de regime"..O chefe de Estado entrou no 5.º Congresso dos Jornalistas acompanhado pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Henrique Araújo, e sentou-se ao seu lado antes de intervir..Nesta sessão de abertura estiveram também a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e representantes de partidos com assento parlamentar..À saída, em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a esperança de que este congresso, "em tempo eleitoral", a menos de dois meses das legislativas de 10 de março, seja "um grande momento para se chegar a um entendimento amplo, eu diria de regime, quanto a medidas já experimentadas noutros países" de apoio ao setor da comunicação social.."Há várias pistas possíveis, tem de ser por um acordo partidário muito amplo, tem de ser por regras gerais e abstratas, com um regime de grande independência e isenção, porque se não os governos eles próprios têm um bocado de puder em tomar qualquer iniciativa", considerou.