Marcelo cumpre a promessa e vende 200 agendas do IPO no Colombo
A fila teve um tempo de espera médio de 45 minutos. Mas a avaliar pelos sorrisos e pulinhos que alguns davam ao ver a dedicatória e assinatura na primeira página da Agenda Solidária do IPO de Lisboa, valeu a espera. A letra que tanta alegria espalha é a de Marcelo rebelo de Sousa. O Presidente da República tinha prometido - no lançamento da agenda solidária, a 23 de novembro, cujas vendas vão reverter para a pediatria do IPO - que ia ajudar a vendê-las. "Estou disponível para ir, um dia, a um sítio que vocês decidam ajudar a vender a agenda", disse então o Presidente.
Esse dia chegou. Hoje, às 18.30, Marcelo Rebelo de Sousa foi ao Colombo ajudar a vender agendas. Conseguiu que se vendessem 200, segundo a editora Horizonte, que acreditava poder aumentar ainda esse número até ao final do dia. Ao seu lado estiveram também o ilustrador João Vaz de Carvalho, do escritor Afonso Cruz e Margarida Pinto Correia. Todos, tal como o Presidente, contribuíram para a agenda, onde figuras públicas foram desafiadas a contar uma história de desigualdade que os marcou.
A fila na praça central do centro comercial que habitualmente tem muitas crianças para ver o Pai Natal, estava hoje mais diversificada. Adultos e crianças, famílias e pessoas sozinhas todas à espera de ter um autógrafo e uma fotografia com o Presidente. Mas enquanto esteve na mesa a cumprimentar as pessoas e a distribuir beijos e selfies, Marcelo também teve direito a neve - na verdade era espuma.
De repente ouve-se: "Senhor Presidente este menino é um sobrevivente do 7.º andar [a pediatria do IPO]." "A sério? Ai, eh pá dá cá um abraço. Como te chamas?" O Francisco Maria teve direito a autógrafo, abraço e a um olhar de admiração por parte do Presidente. Pela mesa de autógrafos passaram também conhecidos de Marcelo, famílias com crianças, jovens estudantes. Além do autógrafo, todos queriam uma fotografia. E Marcelo respondia com um sorriso, tentou convencer bebés a tirar a chucha, brincou com miniaturas do filme de animação Carros.
"Prometi e vim cá vender. Tinha dito que vinha, vamos lá ver se ajuda", disse ao DN. O próprio acabaria por dar um contributo. No final foi comprar quatro exemplares para "oferecer aos netos". E depois ainda pediu mais duas.
E mais portugueses vão receber o mesmo presente. "Já tinha comprado uma agenda no quiosque ao pé de casa, para oferecer à minha filha que está fora de Portugal. Depois vi que o Marcelo vinha aqui dar autógrafos e decidi vir cá assinar a agenda porque a minha filha foi aluna dele e acabei por comprar outra agenda para oferecer à minha outra filha", contou Américo Ferreira.
Visivelmente felizes pelo autógrafo, estavam Paulo e Daniela. Houve direito a pulinhos de alegria e tudo. Ela, da República Checa, mas a viver em Portugal há dois anos, é uma admiradora confessa do Presidente da República. "Sou fã", confirma. E ele acrescenta que ter a assinatura de Marcelo "é especial para os dois".
Rita Penedo também chegou cedo para a sessão de autógrafos. "Não gosto de estar em filas e esperar muitas horas por isso vim mais cedo. Quer dizer, acabei por esperar, mas assim vou ser a primeira." Rita encabeça a fila que espera pela chegada do Presidente, enquanto os filhos brincam no chão ali perto. Esteve na fila duas horas para autografar as três agendas que comprou para oferecer no Natal.
Contrariando a animação em torno do Presidente, António Pereira veio principalmente para comprar a agenda. Os autógrafos foram um bónus. À pergunta se veio para ter um autógrafo do presidente, responde: "Não escolho presidentes. Não é uma questão de gosto pelo Presidente. Vim porque gosto do IPO, é um causa que sempre que posso ajudo. Tive pessoas da família que foram lá tratadas e respeito muito a instituição. Assim juntei tudo, queria ajudar e aproveitei e levo uns autógrafos." A agenda de António Pereira, de 91 anos, vai ser para uso pessoal.
Com um dia cheio de visitas - ao Centro de Apoio Social de Runa, à Igreja Anglicana, à Sinagoga e por fim o jantar de natal da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa -, Marcelo acabou por não conseguir comentar a reunião da concertação social e o acordo dos lesados do BES/GES. Matérias sobre as quais prometeu que ia analisar depois do jantar.