Incidência desce e R(t) mantém-se abaixo de 1 em dia com mais nove mortes
Em dia de reunião extraordinária do Conselho de Ministros, o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que Portugal confirmou, nas últimas 24 horas, 2507 novos casos de covid-19 e nove mortes.
O relatório desta sexta-feira (20 de agosto) dá conta de que há 687 pessoas internadas com covid-19 (menos um doente face ao reportado na quinta-feira). Nas unidades de cuidados intensivos o número sobe para os 143 (mais dois).
A taxa de incidência a 14 dias desce ligeiramente para 312,3 casos por 100 mil habitantes a nível nacional (na última atualização era de 314,6). Já no que se refere ao continente, a incidência está em 316,6 infetados por 100 mil habitantes (antes era de 319,0).
Já o índice de transmissibilidade mantém-se inalterado, abaixo do valor 1 (0,98), tanto a nível nacional como no continente, refere ainda o relatório da DGS.
Com 948 diagnósticos de covid-19, o Norte volta a ser a região com o maior número de novos casos, seguido de Lisboa e Vale do Tejo, que reporta 838. As duas áreas geográficas concentram 71,2% do total das novas infeções em 24 horas.
Confirmaram-se mais 332 casos no Centro, 213 no Algarve, 92 no Alentejo, 51 na Madeira e 33 nos Açores.
Das nove mortes registadas, cinco ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, três na região Centro e uma no Algarve.
Em relação à idade das vítimas, cinco tinham mais de 80 anos, três tinham entre 70 e 79 anos e um dos óbitos ocorreu no grupo etário entre os 50 e os 59 anos.
Foram registados mais 2391 casos de pessoas que recuperam da doença, totalizando 952 094.
Desde o início da pandemia, Portugal já contabilizou mais de um milhão de infetados (1 014 632) e 17 622 óbitos.
DGS indica ainda que há um aumento de 107 casos ativos de covid-19, elevando para 44 916 o número total. Existem também mais 318 contactos que estão em vigilância pelas autoridades de saúde, num total de 51 027.
Esta sexta-feira fica também marcada pela reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que deverá antecipar algumas das medidas de desconfinamento, depois de Portugal alcançar na quarta-feira a meta de ter 70% da população com a vacinação completa, como anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Antes da reunião, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde admitiu isso mesmo, uma antecipação do alívio das medidas restritivas.
"Estamos numa fase de transição e é esse o objetivo, fazermos essa transição para normalizarmos a nossa vida. E, sim, claro, há um conjunto de medidas que todos conhecem, que tem a ver com lotações em restaurantes, em espaços fechados, com transportes públicos, (...) que poderão ser antecipadas", disse António Lacerda Sales, em entrevista à TVI24.
Sobre a obrigatoriedade do uso da máscara na via pública, sempre que não seja possível o distanciamento físico, a ministra da Saúde recordou que a utilização de máscara na rua é uma competência da Assembleia da República e que está em vigor até 12 de setembro.
O PSD pede, entretanto, ao Governo uma nova reunião no Infarmed para que haja uma avaliação técnica de um eventual prolongamento da máscara na via pública. Foi o que disse esta sexta-feira o deputado social-democrata à rádio TSF.
"Acreditamos que uma reunião do Infarmed seria a melhor forma de podermos ter uma visão dos especialistas que têm acompanhado e aconselhado a Direção-Geral da Saúde e a própria Assembleia da República ao longo desta pandemia", justifica Ricardo Baptista Leite.
"Caso o Governo opte por não convocar a reunião do Infarmed para esse fim, o PSD não terá outra solução senão mesmo fazer um requerimento para ouvir esses mesmos peritos do grupo de epidemiologia da Direção-Geral da Saúde na Assembleia de República, porque esta é uma decisão eminentemente técnica, que depois tem de ter tradução política em lei. Devemos orientar essa decisão política pela ciência", remata o deputado.
Ainda no que se refere à campanha de vacinação, este fim de semana (21 e 22 de agosto) vai ser dedicado à inoculação dos jovens, entre os 12 e os 15 anos, tendo sido realizados cerca de 110 mil agendamentos, segundo a task-force responsável pelo processo.
Assim, no sábado e no domingo deverão ser vacinados um quarto do total de jovens nesta faixa etária (cerca de 400 mil), logo no primeiro de dois fins de semana que lhes vão estar dedicados.
Além daqueles que tenham realizado o pedido de autoagendamento para os dias 21 e 22 de agosto e dos que tenham sido chamados pelos serviços de saúde, a task-force decidiu abrir também a modalidade "Casa Aberta", à semelhança do que aconteceu no fim de semana passado para os jovens de 16 e 17 anos.
As datas para a administração da segunda dose também já estão definidas. No fim de semana de 11 e 12 de setembro, os jovens estarão de regresso para completar a vacinação, mesmo antes do início do ano letivo.
O segundo fim de semana dedicado à vacinação desta faixa etária é o de 28 e 29 de agosto, estando aberto o autoagendamento para essas datas até sábado, e incluindo também a faixa etária dos 16 e 17 anos.