Cartazes e palavras de ordem marcaram o ato.
Cartazes e palavras de ordem marcaram o ato.Amanda Lima

Mais de 100 imigrantes protestam na AIMA em Lisboa por falta de respostas

As reivindicações são muitas: um mecanismo para renovar os documentos vencidos, a demora na análise dos processos, a falta de respostas um problema com o SIS.
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Mais de 100 imigrantes de diversas partes do países protestam esta segunda-feira (07) em Lisboa por falta de respostas da Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA). A iniciativa partiu dos próprios cidadãos, que buscaram apoio da associação Solidariedade Imigrante (Solim) que ajudou na organização do ato.

As reivindicações estavam nos cartazes e nas palavras de ordem. "Documentos para todos", "não mais espera", "somos todos imigrantes" e "ninguém é ilegal" foram algumas das frases proferidas em português pelos imigrantes, a maioria de países como Índia e Bangladesh.

Nos cartazes, lia-se "fazer um contrato de trabalho é dar dignidade a quem trabalha", "direitos iguais - somos todos imigrantes", "nós trabalhadores não somos criminosos", "nós trabalhamos duro, queremos legalização", "integração de longo prazo merece residência" e "nós amamos Portugal".

Um dos maiores problemas que afetam os imigrantes neste momento é a dificuldade em falar com a AIMA sobre a lista de restrição do Espaço Schengen. Isso ocorre quando um imigrante tem um pedido de residência recusado num país europeu e tenta em outro. A situação não é nova. A diferença, explica Timóteo Macedo, presidente da Solim, é que o extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) agia para resolver o problema, enquanto com a AIMA não conseguem.

Nesta situação está o empresário argeliano Walid Saadoune, que tentou um processo de regularização em França e não conseguiu. Aqui em Portugal, não consegue porque o seu nome está nesta lista - e não consegue respostas com a AIMA.

Walid esteve no protesto com a esposa e o filho, um bebê que nasceu em Portugal. "Queremos viver aqui com a nossa família, isso não é justo", declarou ao DN.

Segundo Macedo, este não deverá ser o único protesto. Outros serão realizados, em data a ser definida, no Porto e no Alentejo. "Nada cai do céu, sem luta não vamos conseguir, e eles estão em busca de justiça", afirmou o presidente da associação. Estiveram no protesto a líder do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua e Fabian Figueiredo.

Este foi o segundo protesto na sede da AIMA em dois dias úteis. Na última sexta-feira, advogados brasileiros realizaram um ato para reivindicar melhorias no atendimento aos profissionais. Desde meados de fevereiro, a agência limita a 10 o número de senhas de atendimento aos advogados.

O DN buscou a AIMA para pedidos de esclarecimentos e aguarda respostas.

amanda.lima@dn.pt

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