Portugal registou nas últimas 24 horas, 500 novos casos de covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Foram ainda reportadas quatro mortes associadas à infeção por SARS-CoV-2, indica o relatório desta quarta-feira (6 de outubro)..Dados mostram que o número de internamentos é agora de 349 (mais três face ao reportado na terça-feira), sendo que 60 doentes estão em unidades de cuidados intensivos (menos dois)..Foram registados 322 casos de pessoas que recuperaram da doença, totalizando 1 024 471 recuperados, pelo que o número de casos ativos de covid-19 volta a ultrapassar os 30 mil - são, agora, 30 058, mais 174 face ao dia anterior..Em dia de atualização dos valores da matriz de risco, a DGS indica que a taxa de incidência a 14 dias continua a descer. Passa de 94,3 para 90,5 casos por 100 mil habitantes, a nível nacional. No que se refere ao território continental, a incidência está agora nas 90,9 infeções por 100 mil habitantes (antes era de 95,1)..O índice de transmissibilidade, R(t), mantém-se inalterado, nos 0,91, a nível nacional e 0,90 no continente..O boletim da DGS mostra que o Norte regista o maior número de novos casos (183), logo seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 158..Confirmadas mais 49 infeções no Alentejo, 46 no Algarve, 42 no Centro, 12 nos Açores e 10 na Madeira..Das quatro mortes reportadas em 24 horas, duas ocorreram no Norte e as restantes na região Centro e Algarve. Todas as vítimas mortais tinham mais de 80 anos..Portugal contabiliza 1 072 537 diagnósticos de covid-19 e 18 008 óbitos desde o início da pandemia, sendo que há agora menos 800 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, num total de 25 218..Entretanto, a responsável pela gestão da covid-19 na Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria van Kerkhove, alertou esta terça-feira que o novo coronavírus ainda não está controlado, garantindo que, ao contrário do que muitas pessoas, que a pandemia não está quase vencida..De acordo com a responsável, 3,1 milhões de novas infeções e 54 000 mortes foram relatadas em todo o mundo na semana passada, com os números reais a serem provavelmente muito superiores. "A situação é ainda incrivelmente dinâmica. E é dinâmica porque não temos controlo sobre este vírus", disse a epidemiologista norte-americana numa conversa ao vivo nas redes sociais da OMS..E acrescentou: "Ainda não estamos fora de perigo. Estamos completamente no meio desta pandemia. Mas onde no meio... ainda não sabemos, porque francamente não estamos a utilizar as ferramentas que temos neste momento para nos aproximarmos do fim"..Maria van Kerkhove lamentou também que em algumas cidades estejam saturadas as unidades de cuidados intensivos e hospitais, com pessoas a morrer, "enquanto nas ruas as pessoas se comportam como se (a epidemia) tivesse acabado completamente"..A responsável assinalou também que as mortes ocorreram em grande parte entre as pessoas que não foram vacinadas..Segundo os dados fornecidos pelos países que dão informações à OMS "a taxa de hospitalização e de mortes é de longe" mais elevada "entre os que não foram vacinados", disse..Maria Van Kerkhove também lamentou a desinformação e as ideias falsas que circulam na internet sobre a covid-19, acrescentando: "o resultado é que as pessoas estão a morrer. Não podemos dourar isso"..A OMS está a estudar como a pandemia pode evoluir nos próximos três a 18 meses. A responsável disse que ainda há bolsas de pessoas que não estão vacinadas, ou por falta de acesso a vacinas, ou porque se recusam ser vacinadas, e ainda podem vir a surgir surtos epidémicos.