5 mortes e 694 novos casos. Aumentam os doentes em UCI
Portugal confirmou, nas últimas 24 horas, 694 novos diagnósticos de covid-19, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Foram também reportados mais 5 mortes, indica o relatório da autoridade de saúde desta sexta-feira (9 de abril).
Há agora 486 pessoas hospitalizadas com a doença, menos 9 que ontem, das quais 128 estão em unidades de cuidados intensivos, mais 6 do que nas últimas 24 horas.
O nível de transmissibilidade (Rt), a nível nacional, é de 1,02. O nível de incidência nacional é de 65,7 casos de infeção de covid-19 por 100 mil habitantes. No Continente o nível de 63,8 casos de infeção por covid-19 por 100 mil habitantes.
Dados atualizados da situação epidemiológica em Portugal, um dia depois de se saber que foi adiada a vacinação dos professores e do pessoal não docente, após o anúncio da recomendação da DGS para que a vacina da AstraZeneca passe a ser administrada apenas a pessoas com mais de 60 anos.
"Vamos adiar uma semana a vacinação dos docentes e não docentes, que serão vacinados não neste fim de semana, mas no outro, com as vacinas que forem apropriadas, seguindo a recomendação que acabou de ser emitida", disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação. E acrescentou: "Não vai haver nenhum impacto além disto. As vacinas são suficientes para continuarmos o nosso plano".
Uma mudança que surge na sequência da decisão anunciada ontem pela DGS de que Portugal vai começar a administrar a vacina da AstraZeneca só a pessoas com mais de 60 anos. A decisão avançada pelo DN ao início da tarde, foi confirmada depois pela diretora-geral da Saúde ao início da noite de quinta-feira, em conferência de imprensa.
Já nesta sexta-feira, na linha do que o regulador europeu assegurou, de que os benefícios da vacina são maiores do que os riscos, a ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que "a vacina é segura e eficaz". "Pode haver um risco absolutamente raro num grupo etário", acrescentou.
Também hoje o primeiro-ministro falou sobre a vacina da AstraZeneca e lamentou a ausência de uma posição comum europeia sobre o fármaco. Defendeu poderes reforçados para a Agência Europeia de Medicamentos e advertiu que não se deve colocar em causa a vacinação.
Questionado se vai tomar a segunda dose da vacina da AstraZeneca, António Costa disse que vai seguir as indicações médicas e espera tomar a segunda dose de uma vacina contra a covid-19 no dia 10 de maio.
"No âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, a ministra da Saúde, Marta Temido, promoveu uma reunião com todos os homólogos e com a Comissão, tendo em vista uma posição conjunta de todos os Estados-membros. Tenho muita pena que não tenha sido possível haver essa posição comum [em relação à vacina da AstraZeneca], porque isso reforçava a confiança de todos", disse o líder do executivo.
O primeiro-ministro advertiu que terão de ser introduzidos "ajustamentos" no plano de vacinação nacional, já que poderão "sobrar algumas doses da vacina da AstraZeneca enquanto se mantiverem as atuais contraindicações".
"Devemos ter confiança nas instituições e seguir as instruções", declarou, antes de criticar a falta de integração de competências da União Europeia na área da saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez saber que não pode fazer uma recomendação sobre a mudança do tipo de vacina anti-covid-19 entre doses, como a França pretende fazer para menores de 55 anos que receberam a primeira dose da AstraZeneca.
"Não há dados adequados para dizer que isso deva ser feito" e, portanto, os especialistas da organização concluíram "que não podem recomendar, neste momento, a troca da vacina", disse a porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Harris, durante o 'briefing' regular da ONU em Genebra.
Segundo lembrou, esta foi a posição adotada pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas (SAGE) sobre vacinação em fevereiro, quando publicou as suas recomendações sobre a vacina anti-covid-19 da AstraZeneca antes das informações sobre uma possível ligação entre este fármaco e o aparecimento de efeitos secundários muito raros.
Margaret Harris sublinhou ainda que esses cientistas pediram, na altura, investigações específicas sobre a troca de vacinas anti-covid entre a primeira e a segunda dose.
O regulador francês da saúde anunciou esta sexta-feira que os menores de 55 anos a quem foi administrada uma primeira dose de vacina contra a covid-19 da AstraZeneca receberão outra vacina, da Pfizer ou da Moderna, na segunda dose.
A pandemia de covid-19 já fez mais de 2,9 milhões de mortes em todo o mundo, desde que foram registados em dezembro de 2019 os primeiros casos na cidade chinesa de Wuhan.
No total, foram confirmados até esta sexta-feira 133 908 150 casos de infeção pelo SARS-CoV-2.