A Câmara Municipal de Lisboa (CML) prepara-se para lançar o concurso para a construção de 18 habitações no Lumiar. Este é o primeiro passo do Programa Cooperativas 1.ª Habitação Lisboa que, neste caso, tem como finalidade a cedência, em direito de superfície e por 90 anos, do terreno municipal na Rua António do Couto, no Lumiar, à cooperativa que for selecionada para construir o edifício de 18 habitações próprias, sem fins lucrativos, e um espaço destinado a um projeto social..Entretanto, já existem outros quatro projetos prontos para avançar, em Benfica, Arroios, S. Vicente e Santa Clara. Sucede que o primeiro projeto, para o Lumiar, acabou por não ser votado na reunião da Assembleia Municipal do dia 10 de julho, por acordo entre todos os partidos. O DN sabe que Filipa Roseta irá agora negociar com os deputados municipais por forma a chegar a um consenso sobre o formato das cooperativas e, só depois, prevê-se que ainda este mês, o projeto será sujeito a votação..“Se tudo correr como esperado, de seguida podemos abrir este concurso para as famílias poderem ficar com o terreno”. A vereadora põe, já, os olhos no futuro e avança: “Os próximos a avançar são em Benfica e Arroios. Segue-se S. Vicente e, por fim, Santa Clara. Esta é a lógica e a ordem pela qual lançámos estes projetos. A ideia é os projetos de candidatura ficarem aprovados e concluídos. Este, do Lumiar, é o que já tem o projeto final aprovado e concluído. Ou seja, assim que haja uma cooperativa vencedora do concurso, é só construir”, explica a vereadora..No Lumiar, além das 18 casas, haverá um espaço destinado a um projeto social. Este, será da responsabilidade dos futuros residentes. “Queremos as famílias, a comunidade que for para lá, a falar entre si e a propor um projeto social. Vão falar entre si e ver o que querem fazer com esse espaço público, que a câmara vai disponibilizar. Ou seja, não se trata, apenas, de providenciar casa, mas também construir uma comunidade. E esse projeto tanto pode ser mais voltado para as crianças - se houver uma grande quantidade - como pode ser um espaço intergeracional. Terá de ser algo que faça sentido naquela comunidade”..No Programa Cooperativas 1.ª Habitação “a câmara cede o terreno, por 90 anos, e paga o projeto de arquitetura. A autarquia tem muitos terrenos dispersos pela cidade e acreditamos que é uma boa prática para pormos a coisa pública ao serviço da população. Na verdade, temos muitos terrenos e não temos capacidade para construir em todos”, explica Filipa Roseta..O único custo para o município é o do projeto de arquitetura. No caso do Lumiar, este ficou em cerca de 273 mil euros. O custo médio dos cinco projetos ronda os 260 mil euros cada. “É um pequeno custo naquilo que é um grande investimento para fazer um edifício”, acrescenta a vereadora da habitação da CML. “A obra ronda os 20 milhões de euros e o projeto, por nós oferecido, inclui todas as especialidades: arquitetura e engenharia, tudo. Ou seja, a cooperativa recebe o projeto completo e aprovado no urbanismo, que é outra grande vantagem. Está pronto a construir. Nós damos o projeto e o terreno. Depois, a cooperativa só precisa de se financiar e pagar a construção. Desta maneira, por um terço - ou metade, no máximo - do preço de mercado estas famílias podem ter uma casa para o resto da vida”, sublinha..A autarquia lisboeta está, também, a investir em habitação social. “No âmbito do PRR e do orçamento municipal é um investimento brutal, em três mil fogos municipais. É um pacote muito grande de investimento que começou em 2019. O investimento é de 500 milhões de euros até 2026 e 800 milhões até 2028. Neste momento já temos em curso um investimento de 300 milhões de euros, tanto em construção como na reabilitação dos bairros municipais”, afirma Filipa Roseta..As novas habitações sociais serão dispersas pela cidade. “A estratégia é dispersar as populações e incluí-las na malha urbana, tornando a cidade mais inclusiva e evitando a criação de guetos. Os maiores edifícios ficarão situados em Marvila, com 100 casas. Haverá outros edifícios, como em Moscavide, com 30 fogos, ou no Lumiar, com 40”, conclui a vereadora.