Pelo menos oito vítimas do desafio Baleia Azul identificadas em Portugal
Já serão pelo menos oito as vítimas do desafio Baleia Azul identificadas em Portugal. Ontem, quarta-feira, uma adolescente de Matosinhos foi internada no Hospital de S. João, no Porto, com sinais de automutilação - seria o quarto caso desde que se soube que o jogo já fazia vítimas em Portugal, estando as anteriores sinalizadas em Setúbal, Portalegre e Faro - mas, segundo a RTP, pelo menos mais quatro adolescentes deram entrada também na quarta-feira nas urgências de pedopsiquiatria do Porto.
De acordo com as informações adiantadas pela estação, nenhum dos adolescentes ficou internado, mas todos foram reencaminhados para a consulta de comportamentos autolesivos do Hospital de Magalhães Lemos.
À RTP, a responsável pela consulta, Otília Queiroz, não quis falar de casos particulares, mas não escondeu preocupação com o "caráter predatório" do jogo que coloca desafios aos participantes, sendo o objetivo final levá-los ao suicídio. Os alvos são, normalmente, jovens mais fragilizados, e a forma como o jogo da Baleia Azul tem sido divulgado nas escolas poderá potenciar o número de vítimas. "Temos perfeita noção de que é um fenómeno viral", referiu.
O Ministério Público abriu entretanto quatro inquéritos relacionados com o jogo online e a a PJ está já a investigar, em contacto com os inspetores da Unidade Nacional do Crime Informático (unc3t), para tentar seguir o rasto dos curadores do jogo e perceber se há portugueses envolvidos ou se as ordens vêm todas de fora do país - esta quinta-feira, o JN escreve que a adolescente de Matosinhos internada no Porto recebia ordens de um cidadão brasileiro, que lhe ligava para o telemóvel de madrugada.
A PJ, conforme o DN adianta na edição de hoje, está "muito preocupada" com a propagação do jogo na internet.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu ainda o DN de que nos quatro inquéritos abertos os responsáveis que forem encontrados - curadores ou administradores do jogo - incorrem no crime de incitamento ou ajuda ao suicídio, punível até 5 anos se a vítima for menor e atentar contra a própria vida e até 3 anos se a vítima for adulta.