O secretário-geral socialista disse que o partido vai votar contra os pedidos do Chega e PCP para debater no parlamento a coordenação do combate aos incêndios, com a presença do primeiro-ministro e da ministra da Administração Interna.“O PS é contra a chicana política, numa altura em que se está a combater os incêndios que põem em causa a vida das pessoas e o seu património”, justificou José Luís Carneiro.Na segunda-feira, fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República disse que a conferência de líderes parlamentares vai reunir-se na quarta-feira para discutir o pedido do Chega para um debate de urgência sobre a coordenação do combate aos incêndios com a presença do primeiro-ministro e da ministra da Administração Interna.Hoje, o Grupo Parlamentar do PCP requereu uma reunião extraordinária da Comissão Permanente da Assembleia da República com a presença do primeiro-ministro para debater os incêndios que têm estado a afetar o país.José Luís Carneiro disse que, na conferência de líderes, o PS irá votar contra os pedidos.“É um voto contra. Quando somos contra, temos que ser consequentes, que é um voto contra a tentativa de um aproveitamento, do meu ponto de vista indevido, num momento especialmente crítico”, justificou.Questionado sobre se a posição do PS é tomada por as propostas terem sido do PCP e do Chega, respondeu: “Entendemos que é uma utilização indevida […] nós não faremos ao doutor Luís Montenegro, nem diremos do doutor Luís Montenegro, aquilo que o doutor Luís Montenegro disse do doutor António Costa e disse do Partido Socialista quando estava no Governo, a propósito dos incêndios”. .O presidente da Câmara de Chaves disse que a velocidade de progressão do incêndio que entrou hoje no concelho, vindo de Espanha, foi “absolutamente excecional”, estimando que possa ultrapassar os 3.000 hectares de área ardida.Nuno Vaz referiu que “muito provavelmente” a área ardida hoje poderá atingir os 3.000 a 4.000 hectares, um valor equivalente a um outro incêndio que atingiu o concelho em julho de 2022, percorrendo as mesmas aldeias, mas em sentido inverso.Em 2022, a área ardida foi de 3.368 hectares.O autarca disse que a progressão do fogo foi muito rápida e aleatória, por causa do vento forte que atingiu rajadas de 40 quilómetros por hora e que a prioridade dos operacionais foi proteger pessoas e casas.Referiu ainda que já há alguns dias que este concelho do norte do distrito de Vila Real estava a ser ameaçado pelo incêndio que lavra na Galiza, em Espanha, e que hoje entrou no município pela zona de Cambedo.Na segunda-feira, já tinha chegado a Vilar de Perdizes, no concelho vizinho de Montalegre.“Os que estão envolvidos no combate a este incêndio têm realçado que a velocidade a que ele progride é absolutamente assinalável”, salientou o autarca.Nuno Vaz defendeu uma “necessidade muito grande de mobilização de meios” para esta ocorrência, nomeadamente de meios aéreos “em maior quantidade e capacidade” e que possam operar na quarta-feira de manhã.“Se tivéssemos tido meios aéreos de maior capacidade e não apenas de reação inicial, porventura nós não teríamos tido uma progressão que começou em Cambedo, depois foi para Vilela Seca, seguiu para a Torre, foi ao Couto, à Agrela, Bustelo e Outeiro Seco”, apontou.As chamas chegaram também à zona empresarial de Outeiro Seco.Porque a prioridade foi salvaguardar pessoas e bens, na floresta o fogo foi progredindo livremente, provocando ainda prejuízos em olivais, soutos e vinhas.Nuno Vaz apontou ainda para o impacto ambiental, turístico, humano e até afetivo.Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), para esta ocorrência que teve início, em território nacional, às 10:25 de segunda-feira, em Vilar de Perdizes (Montalegre), estavam mobilizados, pelas 22:30, 387 operacionais e 124 veículos..O incêndio que lavra na Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, voltou a ficar descontrolado durante a tarde de hoje, tendo posto novamente várias aldeias em risco, disse o presidente da Câmara.“Apesar de uma noite [de segunda para terça-feira] calma e que trouxe alguma tranquilidade e de se achar que as linhas de fogo estavam reduzidas a apenas alguns reacendimentos, esses reacendimentos originaram, novamente, grandes fogos”, afirmou à agência Lusa Jorge Custódio.Segundo o autarca, o fogo voltou a ficar descontrolado durante a tarde e o concelho continua a ter várias frentes ativas, que colocaram em risco aldeias, “algumas delas por onde o fogo até já tinha passado, mas que voltou a queimar o que não havia sido queimado”.“Enfim, é o que temos”, desabafou.De acordo com Jorge Custódio, o incêndio continua a ameaçar as aldeias do Esteiro, Porto de Vacas, Machialinho, Adurão, Carregal do Zêzere e Dornelas do Zêzere.O fogo tem “uma extensão considerável” e já terá consumido cerca de sete mil hectares no concelho, segundo estimativas dos serviços municipais, avançou.A estratégia para a noite repete-se, dia após dia: “Tentar, com a diminuição da temperatura e aumento da humidade, ter mais uma noite de combate para, enfim, novamente, reduzir o fogo”, disse.O autarca referiu que, até ao momento, não tem conhecimento de casas de primeira habitação afetadas no concelho.A Pampilhosa da Serra já tinha sido afetada por um outro fogo iniciado na Covilhã, em 10 de agosto e dado como dominado no dia 13, estando desde quarta-feira a braços com o grande incêndio que começou em Arganil, também no distrito de Coimbra, e que se estendeu aos distritos de Castelo Branco e Guarda.“Estamos há uma semana e meia sem dormir”, lamentou Jorge Custódio..O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje, na Guarda, que “nem sempre quem está em situações de sufoco é capaz de perceber a importância de responder e esclarecer” a opinião pública.Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no final do funeral do antigo autarca de Vila Franca do Deão, no concelho da Guarda, que morreu a combater um incêndio.O chefe do Estado referia-se à falta de esclarecimentos da ministra da Administração Interna (MAI), Maria Lúcia Amaral, sobre os problemas operacionais sentidos no combate aos incêndios este verão.A governante também marcou presença nas cerimónias fúnebres de Carlos Dâmaso, de 43 anos, que morreu na sexta-feira enquanto combatia um fogo junto à aldeia natal.Entre a multidão esteve ainda Eurico Brilhante Dias, em representação do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, mas sem prestar declarações, e o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa.O funeral decorreu sem protestos, ao contrário do que aconteceu na Covilhã, durante a manhã, onde o primeiro-ministro foi apupado pelos populares.“Nos primeiros anos como Presidente ouvi coisas ainda muito mais violentas do que nestes últimos anos, porque o Presidente da República era, em teoria, responsável por tudo o que acontece no país”, começou por recordar Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.Para o chefe de Estado, no Governo é a mesma coisa.“É natural que as pessoas queiram respostas imediatas, mas admito que quem acaba de chegar há dois meses esteja a descobrir os problemas e as respostas a dar”, afirmou.Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que “também se aprende a dar respostas”, no entanto, “nem sempre quem está em situações de sufoco é capaz de perceber a importância da comunicação social e responder em conformidade”.Quanto aos problemas operacionais sentidos na última semana, considerou que “a reflexão é inevitável” e que deve ser feita por todos.“São muitas, muitas, muitas as instituições que estão a trabalhar em conjunto, é um esforço muito grande, mas certamente chegaremos a conclusões de como trabalhar em conjunto. Relativamente a 2017 e a Pedrógão, aprendeu-se uma parte, mas ainda se vai aprender muito mais”, declarou.Dessa “grande reflexão” houve mudanças, mas oito anos depois a conclusão a que se poderá chegar é que “não foram suficientes e que há coisas em que é preciso ir mais fundo”.O Presidente da República fez questão de lembrar que, até agora, tem tido “o cuidado de ouvir e não falar muito” porque ainda há fogos em curso no país, mas admitiu partilhar do apelo feito pelo presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, que pediu um pacto de regime contra os fogos. “É fundamental que todos façam o melhor em conjunto para encontrar um sistema que vá aprendendo com as lições, e já há muitas lições que podemos aprender”, assegurou.E exemplificou, dizendo que se aprendeu que “era importante preservar o mais possível vidas humanas e evitar os mortos e os feridos que houve em 2017, mas, infelizmente, há exceções dramáticas”.Da tragédia de Pedrógão, o país também aprendeu que é preciso prevenir mais, “mas isso significa que é preciso trabalhar mais ao longo de todo o ano”, acrescentou.“Aprendeu-se uma parte, até agora, felizmente, não tivemos 100 mortos, mas basta haver um morto, nas circunstâncias como esta, para fazer refletir no sistema e para o futuro”.Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que todos concordam que, terminada esta época de incêndios, “há reflexões a fazer, porque se aprende, e há coisas a mudar e a melhorar para que isto não se repita”.“Portanto, não é este o tempo ainda – ainda hoje acabei de saber que há operacionais em estado grave na sequência do incêndio do Sabugal – passada esta fase, é evidente que é fundamental refletir”, afirmou.O chefe do Estado revelou que, nos seus mandatos, “as coisas mais dolorosas” que viveu foram a pandemia e os fogos “em 2016, depois 2017, que foi horrível, 2018 e 2019”..O incêndio que deflagrou hoje em Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, tinha pelas 21:30 duas frentes ativas, segundo o comandante dos bombeiros locais.Em declarações à agência Lusa, o comandante Abílio Félix disse que as chamas consomem para já apenas mato e que não há habitações em perigo, embora a aldeia Seixo de Ansiães se encontre na linha de fogo."Ainda está longe. Esperamos que não chegue lá", vincou. O incêndio começou por volta das 13:30, ainda arde com alguma intensidade e o combate está a ser dificultado pelo vento, acrescentou.Às 21:30 estavam a combater as chamas 130 operacionais, apoiados por 38 viaturas.Durante a tarde, um meio aéreo também esteve no teatro de operações.. Um incêndio em povoamento florestal que deflagrou hoje à tarde no concelho de Nisa, distrito de Portalegre, foi dado como dominado às 20:00, revelou à agência Lusa fonte da Proteção civil.A fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Alentejo indicou que o incêndio deflagrou na zona de Arez, tendo o alerta sido dado às 17:52.As chamas consumiram uma área de mato, pasto e sobreiros, e não houve registo de feridos nem de habitações afetadas, adiantou.Segundo o comando sub-regional, estiveram envolvidos no combate às chamas 129 operacionais, apoiados por 35 veículos e sete meios aéreos..Os dois aviões suecos de combate a incêndios que estão em Portugal estão a atuar desde a manhã de hoje no Sabugal, anunciou a proteção civil, que tem ativado o protocolo de cooperação transfronteiriço com Espanha.Em resposta à Lusa numa conferência de imprensa hoje realizada, o segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, José Ribeiro, explicou que os “dois aviões médios Fire Boss que vieram da Suécia no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, começaram a atuar na manhã de hoje no teatro de operações de sabugal, onde, de acordo com a informação até às 18:30, ainda se mantêm em operação”. .A proteção civil registou hoje 59 novos focos de incêndio e existem cinco fogos mais preocupantes, nas zonas de Arganil, Sabugal, Mirandela, Montalegre e Carrazeda de Ansiães, que mobilizam mais de 2.700 operacionais.“Neste momento temos cinco ocorrências que apresentam uma maior preocupação, algumas delas que já vêm de dias anteriores”, com destaque para o caso de Piódão (Arganil) que “também já passou para o distrito de Castelo Branco”, disse segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, José Ribeiro.Além de Piódão, as autoridades estão preocupadas com os fogos que tiveram origem na aldeia de Santo António (Sabugal), Valverde da Gestosa (Mirandela, que tem uma frente ativa em Vila Flor), Vilar de Perdizes (Montalegre), que é a continuação de um fogo iniciado na Galiza e Selores (Carrazeda de Ansiães).No total estas cinco ocorrências “movimentam 2.709 operacionais, apoiados por 902 veículos e 35 meios aéreos”, explicou José Ribeiro.O segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil indicou ainda, em conferência de imprensa, que até às 17:00 de hoje foram registadas “um total de 59 novas ocorrências, que envolveram um total de 1.288 operacionais, apoiados por 342 meios terrestres e tivemos até ao momento um total de 139 missões aéreas”."Em paralelo, mantemos em resolução um total de 48 ocorrências, sendo que estas ocorrências, apesar de estarem em resolução, exigem a presença de 1.309 operacionais, apoiados por 403 veículos e ainda com o apoio de dez meios aéreos”, acrescentou o dirigente.José Ribeiro deixou uma “palavra de profunda solidariedade a todos os concidadãos que estão a ser fortemente afetados por estes incêndios extremos que têm afetado Portugal nas últimas semanas” e “uma palavra de motivação a todos os operacionais que ao longo destes dias combatem” as chamas..A Autoestrada 24 está cortada ao trânsito na zona de Chaves, entre os nós de Vila Verde da Raia e do Casino, devido a um incêndio que atravessou a fronteira, já tocou várias aldeias e chegou à zona empresarial, disse fonte da GNR.A fonte referiu que a A24 está cortada entre os quilómetros 01 e 07, na zona do concelho de Chaves, no norte do distrito de Vila Real.O incêndio está a ter uma progressão rápida e aleatória, empurrado pelo vento com rajadas de atingem os 40 quilómetros por hora.O fogo que lavra na Galiza há várias semanas entrou hoje em Chaves, em direção a Cambedo e lavrou em direção a Agrela, Torre, Couto, Vilela Seca, entrou na zona empresarial e progrediu para Outeiro Seco.Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), para esta ocorrência que teve início, em território nacional, às 10:25 de segunda-feira, em Vilar de Perdizes (Montalegre), estavam mobilizados, pelas 19:50, 310 operacionais, 98 veículos e dois meios aéreos..O incêndio que deflagrou esta tarde na Lomba, Gondomar, com duas frentes ativas, já se encontra dominado desde as 19:15, mas ainda não está em fase de resolução, disse à Lusa fonte do Centro Municipal de Operações de Socorro.As chamas obrigaram ao corte de um troço da Estrada Nacional 222 junto à zona da Avenida do Miradouro.Segundo fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto, o alerta foi dado às 16:36 para um “incêndio de grande intensidade” numa zona de mato.De acordo com o ‘site’ da Proteção Civil, pelas 19:20, encontravam-se no combate às chamas 154 operacionais apoiados por 49 meios terrestres..O bombeiro da Covilhã que sofreu ferimentos graves, no acidente de viação que vitimou mortalmente outro operacional, “está estabilizado” e outro ferido grave de um incêndio da Guarda encontra-se com “prognóstico reservado”, disse hoje fonte da ULS de Coimbra.Conforme disse à Lusa fonte oficial da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, o bombeiro dos voluntários da Covilhã, transportado em estado grave e de helicóptero para os Hospitais da Universidade de Coimbra foi operado ainda no domingo e “está estabilizado”.Segundo o Comando Sub-Regional das Beiras e Serra da Estrela de Emergência e Proteção Civil, o acidente aconteceu no domingo na aldeia de São Francisco de Assis, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, tendo vitimado mortalmente Daniel Bernardo Agrelo, de 44 anos, que foi hoje sepultado na localidade de Peso.Os voluntários deslocavam-se para combater um incêndio na localidade de Quinta do Campo, Fundão, referiu o Ministério da Administração Interna.Este incêndio, que começou na quarta-feira em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã) e o município da Covilhã informou hoje à tarde que as chamas estão fora de controlo, devido “à intensidade do vento”.Nos Hospitais da Universidade de Coimbra encontra-se também um ferido grave num incêndio que deflagrou na sexta-feira na aldeia de Pêra do Moço, no concelho da Guarda, que se mantém com “prognóstico reservado”, disse hoje à Lusa fonte da unidade de saúde.Diogo Cecílio, enfermeiro no Hospital Sousa Martins, na Guarda, sofreu queimaduras graves quando auxiliava os populares no combate às chamas em Vila Franca do Deão, onde morreu Carlos Dâmaso, de 43 anos, ex-autarca da junta de freguesia local, enquanto combatia o fogo que deflagrou na aldeia vizinha de Pêra do Moço e avançava em direção a Vila Franca do Deão.O corpo carbonizado do empresário agrícola foi encontrado ao final da manhã de sexta-feira, numa das suas propriedades, junto à sua terra natal.Numa nota publicada no ‘site’ da Ordem dos Enfermeiros, o bastonário Luís Filipe Barreira manifestou solidariedade para com Diogo Cecílio.“Sabemos que o colega está estável e internado na Unidade de Queimados da ULS de Coimbra, onde está a ser devidamente acompanhado. A nossa primeira palavra é para ele e para a sua família: estamos convosco”, lê-se na nota de solidariedade.O incêndio foi registado às 10:44 de sexta-feira e alastrou aos concelhos de Trancoso e Pinhel..O Governo assegurou hoje que está “desde o primeiro dia” a avaliar os prejuízos dos incêndios rurais no Centro e no Norte do país, tendo já realizado levantamentos para garantir o apoio rápido às populações afetadas.Num comunicado conjunto, o Ministério da Economia e Coesão Territorial e o Ministério da Agricultura e Mar referem que os levantamentos estão a ser realizados pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro e do Norte, pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e por serviços regionais da Agricultura e Mar, em articulação com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Proteção Civil.Segundo o executivo, a recolha de informação destina-se a identificar prejuízos em explorações agrícolas, habitações, indústrias e comércios, para assegurar uma resposta célere com apoios financeiros.“Desta forma, são identificadas as necessidades de reparação das explorações atingidas, a reposição do potencial produtivo, as primeiras habitações afetadas, assim como as indústrias e comércios. O Governo, tal como fez nos incêndios de setembro de 2024, ajudará rapidamente as populações, agricultores, produtores, empresários e os que sofreram perdas e prejuízos, em primeira habitação, culturas, animais, e equipamentos agrícolas, industriais e comerciais”, explica a nota.A tutela indica ainda que a DGAV ativou uma linha de apoio permanente (213 329 621), disponível 24 horas, para reportar necessidades relacionadas com rações, acolhimento e encaminhamento de animais.“Desde o primeiro dia o Governo tem estado ativamente ao lado das populações”, afirmou o ministro da Economia e Coesão Territorial, Castro Almeida, citado na nota.No mesmo sentido, o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, garantiu que “os agricultores e as comunidades afetadas nunca estarão sozinhos”..Um incêndio que deflagrou esta tarde na Lomba, Gondomar, tem duas frentes ativas e obrigou ao corte de um troço da Estrada Nacional 222 junto à zona da Avenida do Miradouro, disse à Lusa fonte do Centro Municipal de Operações de Socorro.Segundo fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto, o alerta foi dado às 16:36 para um “incêndio de grande intensidade” numa zona de mato.De acordo com o site da Proteção Civil, pelas 19:00, encontravam-se no combate às chamas 157 operacionais apoiados por 47 meios terrestres e um meio aéreo..A Câmara de Castelo Branco lançou hoje um alerta para seis aldeias face à evolução do fogo que entrou no município na noite de segunda-feira, na freguesia de São Vicente da Beira.“O alerta emitido ontem [segunda-feira] para as localidades de Ingarnal, Almaceda, Paradanta, Vale de Figueira, Partida, Ribeira de Eiras, Rochas de Cima, Pereiros e São Vicente da Beira foi alargado hoje às aldeias de Mourelo e Violeiro, Louriçal do Campo, Casal da Serra, Sobral do Campo e Ninho do Açor”, informou a autarquia, numa nota publicada na sua página da rede social Facebook.Segundo o município, estão interditas à circulação a EN352, nos dois sentidos, entre o cruzamento de Vale Palaio e São Vicente da Beira, e também a EN238, nos dois sentidos, entre Lavacolhos e Castelejo.“Nas freguesias de São Vicente da Beira e de Almaceda, onde deflagra o incêndio, são várias as estradas, caminhos e ruas que se encontram fechadas”.O município alertou também para que se evite deslocações para zonas afetadas, a menos que se esteja envolvido no combate, e recomenda seguir sempre as instruções das autoridades no terreno.Na noite de segunda-feira, a Câmara de Castelo Branco ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil.O incêndio entrou em Castelo Branco a partir do concelho do Fundão, tendo origem em Arganil, no distrito de Coimbra, onde deflagrou na quarta-feira, pelas 05:00.Este incêndio já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco)..O incêndio no concelho de Seia continua a lavrar “com grande intensidade”, numa altura em que o vento “está muito forte”, afirmou o presidente do município, que tem neste momento dez aldeias confinadas devido às chamas.“O incêndio [naquele concelho do distrito da Guarda] continua a lavrar com grande intensidade porque o vento está muito forte e, até ao final da tarde, vai continuar muito forte”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Seia, Luciano Ribeiro.Segundo o autarca, o incêndio dirige-se para o parque eólico da Serra da Alvoaça, numa zona de pinhal extenso, que preocupa as autoridades.Caso o vento não vire de direção, o incêndio poderá “bater na zona queimada do lado da Covilhã”, notou.Luciano Ribeiro mostrou também preocupação com as localidades situadas no vale do Alvoco, nomeadamente Vasco Esteves de Baixo e Fontão.De momento, o município tem dez aldeias confinadas: Cabeça, Barriosa, Frádigas, Muro, Teixeira de Cima, Teixeira de Baixo, Vasco Esteves de Cima, Vasco Esteves de Baixo, Outeiro de Vinha e Alvoco da Serra.“A maioria das aldeias foi abrangida pelos programas de Condomínio de Aldeia e Aldeia Segura e o procedimento tem sido o confinamento”, explicou o presidente da Câmara de Seia.Para Luciano Ribeiro, a estratégia passa por aguentar “estas horas de vento mais intenso” e planear o combate durante a noite, estando a reparar e recuperar as máquinas de rasto para tentar atacar nesse período.No entanto, esse tipo de estratégia “é cada vez mais difícil porque os operacionais estão cada vez mais cansados e debilitados”, notou.Segundo o presidente da Câmara de Seia, notam-se dificuldades entre a identificação de necessidades no combate e a resposta efetiva.“Entre a necessidade, o processo de comunicação, a análise, a tomada de decisão e a intervenção perdem-se as oportunidades todas em que os meios eram úteis”, constatou, referindo que não tem sido possível nem consolidar a cauda do incêndio nem suster a sua frente.O incêndio que lavra em Seia teve origem no Piódão, Arganil, na quarta-feira.Além destes dois concelhos, o fogo estendeu-se à Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra) e Castelo Branco, Fundão e Covilhã (Castelo Branco)..O incêndio que lavra no Fundão, distrito de Castelo Branco, continua com várias frentes ativas e as mais preocupantes seguem para as localidades de Soalheira, Castelo Novo e Boxinos.Numa nota publicada na sua página da rede social Facebook, às 18:10, a Câmara Municipal do Fundão informou que há várias frentes ativas no concelho.“As frentes mais preocupantes encaminham-se para as localidades da Soalheira e Castelo Novo (Antenas e Castelo Velho) e, noutra vertente, para Boxinos”.O município apelou a todas as pessoas destes locais que se mantenham em zonas seguras, adotem comportamentos de autoproteção e que sigam as indicações das autoridades no terreno.No concelho do Fundão estão ainda cortadas ao trânsito a EN352, EN238 e EM517.Este incêndio que deflagrou na quarta-feira, em Arganil, já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã e Castelo Branco (Castelo Branco).Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.Segundo dados oficiais provisórios, até 19 de agosto arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024..Uma frente ativa em Vale Frechoso, concelho de Vila Flor, descontrolou-se, adiantou hoje à Lusa o presidente da câmara, e aproxima-se da aldeia, o que já levou ao confinamento dos moradores. O presidente da Câmara Municipal, Pedro Lima, referiu que a situação está a ficar complicada, com o descontrolo da única frente que estava ativa.Para já não há habitações ameaçadas, mas teme-se que isso aconteça, devido ao vento. Ainda assim, os moradores já estão confinados na igreja, por precaução.O caminho municipal 603, que liga à aldeia, está cortado. Esta manhã, o comandante sub-regional de Trás-os-Montes da Proteção Civil, Noel Afonso, avançou, à Lusa, que havia apenas uma frente ativa em Vale Frechoso, Vila Flor, e que o incêndio estava resolvido em Mirandela e Alfândega da Fé. Com o vento forte, o cenário é agora outro e a situação complica-se. Em Alfândega da Fé, houve um reacendimento na aldeia de Valverde.Em declarações à Agência Lusa, Manuel Vieira, vice-presidente da União das Freguesias de Eucísia, Gouveia e Valverde, explicou que o fogo “lavra com intensidade” e, apesar de não haver habitações, para já, em perigo, as chamas dirigem-se nesse sentido.“O fogo começou em Valverde, mas se for em direção à serra aí fica perigoso”, afirmou.Nesta localidade estão vários operacionais a tentar combater o incêndio, mas, devido à extensa coluna de fumo, os meios aéreos estão com dificuldades em atuar.O IC5 entre Junqueira e Alfândega da Fé também já foi cortado ao trânsito. .Um funcionário de uma empresa de proteção florestal ficou hoje ferido com gravidade no incêndio que lavra no Sabugal, afirmou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).Um operacional da Afocelca (empresa de proteção florestal detida pelos grupos do setor da celulose Altri e Navigator) ficou hoje à tarde gravemente ferido, em operações de combate ao incêndio que lavra no concelho do Sabugal, afirmou a ANEPC, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.Os restantes quatro elementos da equipa da Afocelca sofreram ferimentos leves.“O ferido grave foi estabilizado no local pelas equipas de emergência e posteriormente transportado, pelo helicóptero do INEM, para o Hospital de São João, no Porto”, disse a ANEPC..A Associação Empresarial da Região de Coimbra (NERC) exigiu hoje uma auditoria às verbas do programa Centro 2020 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para medidas destinadas a evitar a repetição dos incêndios de 2017.Na sequência dos múltiplos fogos que têm atingido o país, e também o Centro, e que levaram à declaração da situação de alerta desde 02 de agosto, a NERC reclamou “medidas urgentes de apoio para os empresários e cidadãos da região de Coimbra”.Lamentando a morte do bombeiro que faleceu a caminho do combate a um incêndio na Covilhã, “no cumprimento do seu dever”, e do antigo autarca da Guarda, quando “tentava salvar bens e pessoas”, a associação considerou a situação atual “mais uma tragédia que tem ferido nestes últimos dias todos os portugueses”.“Estes homens e mulheres estão no limite! Estão cansados, exaustos, entregues a uma luta desequilibrada contra o fogo, contra o esquecimento e contra a falta de meios. E, apesar disso, continuam a correr para dentro do perigo quando todos fogem dele. A realidade é dura e injusta para os nossos bombeiros, empresários e cidadãos do interior da região de Coimbra e na região Centro, que enfrentam diariamente esta calamidade!”, afirmou a NERC no comunicado hoje enviado à agência Lusa.A atual vaga de incêndios “expõe as fragilidades existentes, nomeadamente no interior de Portugal, no que respeita à prevenção, limpeza e combate aos incêndios florestais”.Em consequência, a associação empresarial defende ser “preciso auditar onde foram investidas as verbas do Centro2020 e do PRR” destinadas a “várias intervenções após a calamidade de 2017, que por coincidência ou não, afetou esta mesma região, estes mesmos empreendedores, no flagelado interior da região Centro”.“A NERC, os empresários da região de Coimbra, a sociedade civil em geral, exigem saber o que foi feito às verbas do PRR afetas ao apoio florestal, cadastral e outros”.Mais concretamente, questionou: “Onde param os fundos comunitários do programa ‘Aldeia Segura Pessoas Seguras’?”.A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC) é visada pela associação, que pede explicações sobre a concretização das redes de defesa da floresta contra incêndios (RDFCI), que visa prevenir e dificultar a propagação de incêndios e facilitar o acesso e intervenção do combate a fogos através de aceiros.“Com a realidade atual, e ao constatarmos que a área do território ardido, uma grande parte pertencente à CIMRC (Lousã, Miranda do Corvo, Vila Nova de Poiares, Tábua, Arganil, Oliveira do Hospital, Góis, Pampilhosa da Serra), importa auditar para onde foram os milhões de euros atribuídos para cumprimento dos objetivos RDFCI”.A NERC quer também explicações da CIMRC sobre “o porquê de lançar um concurso SIRESP, durante a calamidade, em mais de meio milhão de euros”. O investimento foi anunciado no dia 18 de agosto.A associação compromete-se a “reivindicar junto das entidades governamentais, intermunicipais e municipais, medidas concretas de apoio aos empresários e cidadãos da região de Coimbra”.Por forma a auxiliar “todos os empresários e cidadãos afetados por esta calamidade da região de Coimbra e da região Centro”, a associação disponibiliza um canal de apoio, através do endereço geral@nerc.pt..A presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) defendeu hoje a necessidade de adotar medidas estruturais para prevenir os incêndios florestais e valorizar a carreira dos bombeiros, que enfrentam “condições de trabalho muito difíceis”.Em declarações à agência Lusa, Cristina Torres sublinhou que “os sucessivos governos têm falhado na criação de uma estrutura nacional eficaz de prevenção e combate aos incêndios”, apontando a existência de “conflitualidade no comando” e a “falta de coordenação no terreno” como fatores que comprometem a resposta em situações de emergência.“Há conflitualidade no comando, decisões desencontradas e ausência de um fio condutor que oriente todos os operacionais para o mesmo objetivo. Isso cria perturbação no terreno e compromete a eficácia da resposta”, disse.A dirigente sindical lamentou que, ano após ano, “os problemas se eternizem” e que as medidas anunciadas durante os períodos críticos “não tenham continuidade”.“Depois dos incêndios, tudo volta ao mesmo”, afirmou.Cristina Torres destacou ainda as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores das associações humanitárias, referindo que muitos bombeiros profissionais auferem “salários baixíssimos” e “não têm o reconhecimento devido”.“Esta dedicação pessoal tem de ser valorizada, não só com palavras, mas com práticas concretas”, frisou.A dirigente apontou ainda as dificuldades financeiras das associações humanitárias, que afetam “a capacidade de organização e mobilização dos seus trabalhadores”.Sobre o papel das autarquias, a presidente do STAL reconheceu que estas têm responsabilidades na gestão dos territórios, nomeadamente na limpeza dos terrenos, mas advertiu que muitas vezes os proprietários não têm meios para cumprir essas obrigações.“É preciso criar mecanismos de apoio para quem quer limpar os terrenos, mas não tem condições financeiras [para o fazer]. Um país que se preocupe com as pessoas e com o território encontra formas de o fazer”, defendeu.Cristina Torres apontou também a desertificação do interior como um fator que agrava o risco de incêndios, defendendo o investimento na agricultura e a reabertura de serviços públicos como escolas, centros de saúde e tribunais.“É preciso que haja país a funcionar em todo o território, para que as pessoas se sintam atraídas a regressar ou a fixar-se nas zonas rurais”, afirmou.Questionada sobre eventuais falhas nas estratégias do governo ao combate aos incêndios, Cristina Torres apontou como problemas a falta de planeamento e a ausência de uma resposta antecipada às previsões meteorológicas.“Há meios que não se deslocam com rapidez suficiente, e isso devia ser previsto e planificado com antecedência”, concluiu.O STAL emitiu hoje um comunicado em que expressa solidariedade para com os bombeiros, trabalhadores das autarquias e populações afetadas pelos incêndios, enaltecendo o “elevado sentido de missão, coragem e sacrifício” dos operacionais que combatem as chamas.O sindicato considera que o país enfrenta uma “verdadeira catástrofe” e insiste na urgência de políticas eficazes de prevenção e medidas de Proteção Civil que garantam a segurança de todos os envolvidos..O presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, pediu hoje ao Governo para de forma célere decretar a “Situação de Calamidade” neste concelho que foi fustigado pelo fogo do Douro Internacional.“Foi pedido ao secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, para que o Governo decrete, com celeridade, a ‘Situação de Calamidade’ no concelho de Freixo de Espada à Cinta e disponibilize os mecanismos de apoio necessários aos afetados pelo incêndio que deflagrou neste concelho, na passada sexta-feira”, disse à agência Lusa, este autarca do distrito de Bragança.Segundo Nuno Ferreira, foi igualmente solicitado à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) a atribuição de apoios aos lesados por este incêndio que afetou o concelho de Freixo de Espada à Cinta.“Entendemos que é de inteira justiça que seja decretada a ‘Situação de Calamidade’ para que a nossa população e os nossos agricultores possam ceder aos meios de apoio disponíveis e para que possam ser ressarcidos dos prejuízos causados pelo fogo, que são o trabalho de uma vida ”, frisou.Segundo Nuno Ferreira, “neste sentido, e enquanto se aguarda a entrada em vigor da “Situação de Calamidade” e os apoios solicitados às entidades institucionais, estão a ser tomadas todas as medidas necessárias para atenuar os efeitos negativos deixados por este incêndio”.O município está já a realizar o levantamento dos prejuízos associados à ocorrência deste incêndio.“A partir de hoje, todos os lesados interessados em reportar os seus prejuízos deverão dirigir-se ao Gabinete de Apoio ao Agricultor no horário normal de expediente para fazer a respetiva comunicação, dos prejuízos causados pelo incêndio”, vincou o autarca socialista.Numa avaliação preliminar, de acordo com Nuno Ferreira, “são mais 11 mil hectares de área ardida, só neste concelho da área protegida do Douro Internacional, onde todas as seis freguesias foram afetadas e com muitos milhares de euros de prejuízos”.O município de Freixo de Espada à Cinta decidiu igualmente apoiar os produtores pecuários com alimentos para os animais.O incêndio que começou na sexta-feira em Poiares, no Parque Natural do Douro Internacional, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, alastrou rapidamente aos concelhos vizinhos de Torre de Moncorvo e Mogadouro..O incêndio florestal que lavra na Covilhã, distrito de Castelo Branco, está fora de controlo, um agravamento que se “deve à intensidade do vento”, alertou a Câmara.Numa comunicação na rede social Facebook, publicada pelas 17:00, o município da Covilhã lançou um “alerta de precaução” para as localidades de Coutada, Peso, Vales do Rio, Taliscas, Ourondinho, Unhais da Serra, Dominguizo e Tortosendo.“Face à situação de fogo que se regista no concelho, informa-se que as condições no terreno se agravaram esta tarde devido à intensidade do vento e o incêndio encontra-se novamente fora de controlo”. .Populares de Vilela Seca e voluntários espanhóis juntaram-se na entrada da aldeia para tentar travar o incêndio que atravessou a fronteira espanhola e lavra com grande intensidade no concelho de Chaves.Joaquim Oliveira controla há vários dias o fogo que tem percorrido a linha de fronteira, com a Galiza (Espanha). Reside no Porto e está de férias em Vilela Seca, no norte do distrito de Vila Real.“Tivemos a serra cheia de fumo todos os dias, depois passou para cá. À noite começou no alto, no cume de serra, e esta tarde galgou a serra toda até chegar às aldeias”, contou à agência Lusa.O fogo aproximou-se de Agrela, Torre e, na entrada da aldeia de Vilela Seca, juntaram-se vários populares com giestas, um trator e até voluntários espanhóis que andam há vários dias, em vários locais, a ajudar a apagar o fogo.“O problema é que passou a estrada para cima e vai para a nossa aldeia da parte de cima e pode ir até Outeiro Seco”, referiu Joaquim Oliveira.Com uma giesta na mão, Henrique da Silva também se juntou para ajudar, mas a sua preocupação é a sua casa que "está ali em cima, no alto, para onde se dirige uma frente do fogo".“Está perto das casas e ninguém se chega. Está perto da aldeia de um lado e do outro”, referiu.Andy Francisco Teixeira é de Verín (Espanha) e chegou a Vilela Seca com mais dois amigos com quem tem andado a ajudar a apagar o fogo que lavra “há cerca de duas semanas”. Outros voluntários ficaram em Cambedo.“Viemos de Espanha para ajudar”, afirmou, realçando que a situação está complicada dos dois lados da fronteira e que, por isso, “é preciso ajudar”.Pedro Pascal é jornalista em Espanha e já há vários dias que acompanha o incêndio que assola a Galiza. “É um autêntico inferno, os povos desta região estão a sofrer muito”, contou, referindo que os bombeiros portugueses têm ajudado no combate a este fogo que é empurrado pelo vento inconstante, que passa de um lado para o outro e que é muito difícil de controlar.Pedro Pascal disse que tem acompanhado todo o percurso deste incêndio pela comarca de Ourense e hoje entrou em Portugal, pela zona de Cambedo, em Chaves.“É muito complicado e é difícil dizer quando vai terminar”, referiu.Na segunda-feira à tarde, atravessou a fronteira por Vilar de Perdizes onde também colocou a aldeia em risco.Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), para esta ocorrência que teve início, em território nacional, às 10:25 de segunda-feira, em Vilar de Perdizes (Montalegre), estavam mobilizados, pelas 17:20, 271 operacionais, 82 veículos e cinco meios aéreos..O CERC – Conselho Empresarial da Região de Coimbra manifestou hoje a sua profunda preocupação e indignação face à catástrofe provocada pelos incêndios que assolaram os concelhos, entre outros, de Arganil, Góis, Lousã, Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra.Segundo uma nota de imprensa enviada à agência Lusa, os fogos deixaram “marcas profundas” e “provocaram enormes prejuízos ambientais, sociais e económicos, fragilizando a coesão territorial e ameaçando a sobrevivência de inúmeros negócios que dependem da vitalidade e biodiversidade da serra”.O presidente do CERC, Hugo Serra, alertou, citado no comunicado, que, “se não forem tomadas medidas urgentes”, há o risco de “condenar o interior ao abandono definitivo”.O Conselho Empresarial da Região de Coimbra defende que o Estado se desloque ao território para ouvir as autarquias, empresários e entidades locais, “de forma a garantir que a estratégia de reconstrução é realista, eficaz e conduzida por quem conhece verdadeiramente o território”.Para os empresários, os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030 devem ser “canalizados para a reconstrução da paisagem natural e para a revitalização do tecido económico e social, devolvendo esperança, dignidade e futuro às comunidades e empresas”..O Exército já empenhou mais de 3.700 militares e 1.600 viaturas no combate aos incêndios rurais e está atualmente presente em 36 municípios, indicou hoje aquele ramo das Forças Armadas.De acordo com uma nota divulgada pelo Exército Português, até ao momento foram empenhados 3.752 militares e 1.610 viaturas em 9.916 horas de missão, em 16 distritos, nos quais foram percorridos 301.011 quilómetros.Atualmente, o Exército está presente em 36 municípios afetados pelos incêndios rurais, nomeadamente Alenquer, Alijó, Almeida, Amarante, Boticas, Braga, Carrazeda de Ansiães, Castelo Branco, Celorico de Basto, Lamego, Leiria, Loulé, Mafra, Monchique, Mondim de Basto, Murça, Ovar, Paredes de Coura, Penamacor, Pinhel, Ponte da Barca, Porto de Mós, Ribeira de Pena, São Brás de Alportel, Sátão, Sintra, Tabuaço, Tavira, Trancoso, Vagos, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Paiva, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Vinhais.Na mesma nota, o Exército especifica que estão empenhados três Destacamentos de Engenharia em Celorico de Basto, Sátão e Trancoso, “responsáveis pela abertura de faixas de contenção, criação de acessos e melhoria das condições de intervenção para as forças de combate, contribuindo de forma decisiva para travar a progressão das chamas”.“Em simultâneo, dispõe de 35 Patrulhas de Vigilância e Deteção que asseguram diariamente a vigilância ativa e dissuasora em áreas florestais críticas, permitindo a deteção precoce de ignições, a comunicação imediata de ocorrências e o apoio direto às operações de socorro”, acrescenta.O Exército indica igualmente que, “no âmbito do controlo das frentes de incêndio, permanecem empenhados em Viseu, Tabuaço e Vila Real, seis Pelotões de Rescaldo e Vigilância Pós-Incêndio na monitorização das áreas ardidas, eliminando focos residuais de combustão lenta e garantindo que não ocorram reacendimentos, assegurando igualmente o controlo de acessos e a segurança de pessoas e bens”.“Com mais de 300 militares envolvidos diariamente em missões de engenharia, vigilância e rescaldo, o Exército reafirma o seu compromisso inabalável de proteger Portugal, apoiar as populações e salvaguardar o património natural”, salienta ainda..Os distritos de Castelo Branco, Bragança e Guarda têm hoje estradas nacionais cortadas e um itinerário principal interdito devido aos incêndios, informou a Guarda Nacional Republicana (GNR).Em comunicado divulgado hoje às 15:35, a GNR referiu que, no distrito de Castelo Branco, estão interditadas à circulação a EN 238 (nos dois sentidos), corte entre Lavacolhos e Castelejo, e a EN 352 (nos dois sentidos), corte entre o cruzamento de Vale Palaio e São Vicente da Beira.No distrito da Guarda, são três as vias que estão interditadas: a EN 230 (nos dois sentidos), corte entre Barriosa e Covilhã, a EN 231 (nos dois sentidos), corte entre Pedras Lavradas e Cruz Fontão, e a EN233 (nos dois sentidos), corte nas proximidades de Três Povos, Quintas do Anascer, Terreiro das Bruxas e Vale da Senhora da Póvoa.Já no distrito de Bragança está interditado à circulação o IP 2 (nos dois sentidos) entre o nó de Lodões e o nó de Trindade..Dói o coração aos produtores de castanha de Penedono quando olham para os soutos de uma vida e pensam no futuro: “Já só resta esperança, tudo o resto morreu”.“Já só resta esperança. O que é que temos mais? Mais nada. Está tudo queimado, ardeu tudo. E o que não ardeu está chamuscado e não vai dar fruto. Pelo menos este ano, vamos ver se sobrevivem para dar fruto no futuro”, desabafaram Manuel Pereira e Aires Macieira, à agência Lusa.São dois produtores de Penela da Beira, em Penedono, distrito de Viseu. Manuel Pereira tem 80 anos, Aires Macieira tem 42. Para ambos, é o trabalho de uma vida e, apesar da idade diversa, reside nos dois a mesma esperança de voltarem a ver o fruto na árvore.“Com a minha idade já vi muito fogo, mas como este nunca. Nunca pensei ver uma coisa assim. Veja bem estes soutos, tudo queimado, Olhe este, não entrou o fogo no souto, mas olhe para os ouriços todos queimados pelo calor. Estão pretos”, descreveu Manuel Pereira.Numa visita a vários soutos em Penela da Beira, eram visíveis os hectares ardidos e “sem salvação, a maior parte deles”, apesar de algumas propriedades já terem sido regadas, “porque ainda há esperança” de os salvar.“Mas perde-se a coragem de plantar árvores”, disse Manuel Pereira.Aires Macieira descrevia o cenário negro, o “cheiro nauseabundo” e “a dor no coração que se sente de olhar para a paisagem”. “Uma paisagem que é minha e de outros produtores amigos. Então os que estavam perto dos pinheiros é que foram todos, os pinheiros são como pólvora”, comparou.Este produtor contou que “nos últimos sete, oito anos” tem feito investimentos em soutos “que agora arderam todos”. Se conseguir se conseguir salvar 50% já não é mau.O último investimento, em cerca de 50.000 euros, foi na primavera: “Olhe para estes soutos, são 400 em cinco hectares. São novos e estão todos queimados ou chamuscados. Não sei se sobrevivem”.Aires Macieira é também presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira há um ano e “este incêndio foi uma espécie de machadada no trabalho” realizado.“Depois de compor a casa, lutar contra a doença da tinta e o cancro nos castanheiros, a esperança é que para o ano a campanha fosse melhorar e agora este golpe pode ser mortal se não tivermos créditos especiais e apoios, pode ser a nossa morte”, indicou.Ana Dias, engenheira agrónoma de formação e a trabalhar com os soutos nos últimos anos, realçou à agência Lusa que há vários problemas causados por este incêndio que varreu o concelho de Penedono e seguiu caminho.“Noutros anos arde um pinhal aqui e outro ali, mas isso ainda é um rendimento complementar das pessoas. Os soutos e olivais não. São o rendimento principal das pessoas e agora serão precisos 15 a 20 anos novamente e até lá não há meios de subsistência”, apontou.Quanto à rega dos soutos ardidos, e “bem recomendado” para salvar os castanheiros, Ana Dias destacou que “não há reservas de água, há muito que não chove e não há meios nem pessoas para o fazer, é uma população muito envelhecida”.“E há outro problema grave no ambiente. Já reparou que não se vê nem ouve um animal? Não há um pássaro, um coelho. Nada. Não há animais, não há árvores, esta zona vai ser ainda mais afetada pelo calor nos próximos anos e pela ausência de chuva”, alertou.Aires Macieira falou ainda nos animais que também possui, mas que, “possivelmente”, vai deixar de ter. “Não morreu nenhum, mas não sei se quero mais. Tinha naquela encosta 70 rolos de feno para eles e agora veja o que tenho. Um. Sobrou um rolo. É o rolo da esperança”.O fogo que chegou a Sernancelhe teve origem em dois incêndios – no dia 13, em Sátão (distrito de Viseu), e no dia 09, em Trancoso (distrito da Guarda). Na sexta-feira tornou-se um só, que se alastrou a 11 municípios dos dois distritos.Os 11 municípios são Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Mêda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).Este incêndio entrou em resolução pelas 22:00 de domingo.Isabel Marques Nogueira (Lusa).O Presidente da República destacou hoje o ato de solidariedade de Carlos Dâmaso, ex-autarca de Vila Franca do Deão que morreu na sexta-feira a combater um incêndio, considerando que é característico do povo português.Num discurso na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, após uma cerimónia de assinatura de um acordo entre o Governo e a Volkswagen, Marcelo Rebelo de Sousa salientou, perante representantes do grupo alemão, que Portugal é um país composto por um povo “particularmente solidário” e que a morte de Carlos Dâmaso é um “episódio tradutor” dessa solidariedade.O chefe de Estado frisou que, em Portugal, nas freguesias pequenas, com menos de 150 habitantes, “o presidente da junta é eleito não em eleições clássicas, mas numa reunião de moradores”.No caso do ex-autarca, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que, há quatro anos, nessa reunião de moradores, Carlos Dâmaso, então presidente, foi derrotado e substituído pelo atual titular do cargo naquela junta, e eram agora ambos novamente candidatos ao cargo nas eleições autárquicas de 12 outubro.“Sucede que eram também amigos e vizinhos. Sucede que o atual presidente da junta emprestou o seu trator ao antigo presidente da junta e candidato a presidente, tendo como missão combater as chamas, mas também defender a sua terra e as suas vacas”, referiu.Marcelo Rebelo de Sousa frisou que foi ao serviço dessa missão que Carlos Dâmaso morreu, “salvando a aldeia das chamas, mas salvando também os bens daquele que o tinha vencido na última autárquica, com o trator desse atual presidente da junta”.“Eu acho que isto é um exemplo extremo da solidariedade entre pessoas, entre portugueses”, disse, frisando que não podia deixar de relacionar esse ato de solidariedade com a cerimónia que se realizou hoje na Autoeuropa, em que foi assinada uma declaração conjunta de intenções entre o grupo Volkswagen e o Governo português para a produção do carro elétrico ID.EVERY1.Marcelo Rebelo de Sousa vai marcar esta tarde presença no funeral de Carlos Dâmaso, que está marcado para as 17:30 em Vila Franca do Deão, concelho da Guarda.Carlos Dâmaso, de 43 anos, foi a primeira vítima mortal dos incêndios deste ano, e morreu enquanto combatia o fogo que deflagrou na aldeia vizinha de Pêra do Moço e avançava em direção a Vila Franca do Deão.O corpo carbonizado do empresário agrícola foi encontrado ao final da manhã de sexta-feira, numa das suas propriedades, junto à sua terra natal.Carlos Dâmaso presidiu à Junta de Freguesia de Vila Franca do Deão, no município da Guarda, durante 12 anos, tendo sido eleito pelo PS, e era novamente candidato à freguesia local nas autárquicas de 12 de outubro, mas desta vez pela coligação PG-PELA Guarda – NC/PPM, do atual presidente da Câmara, Sérgio Costa.Era casado e deixa uma filha de 11 anos.DN/Lusa.O concelho de Seia, no distrito da Guarda, continua a sentir dificuldades em controlar o incêndio, afirmou o presidente do município, que criticou a falta de meios aéreos para abrandar e conter as chamas.“Estamos outra vez com dificuldades, em particular porque os meios aéreos são um martírio para os poder pôr em ação e têm desculpas que é difícil compreender para quem está no terreno que, tirando a frente de fogo, tudo o resto é céu limpo”, disse à agência Lusa Luciano Ribeiro.Para o autarca, todo o trabalho que é feito durante a noite para conter e controlar as chamas, com máquinas de rasto, sapadores e “bombeiros, que andam literalmente pendurados em ravinas para criar aceiros”, acaba por não ter efeito.“A frente é tão grande que a vigilância torna-se cada vez mais difícil com a falta de meios e com a recuperação de homens e mulheres. Não havendo meios aéreos para poder ajudar e abrandar as reativações, todo o trabalho que é feito vai para o lixo”, disse.Luciano Ribeiro afirmou não compreender “porque é que nem se se segura a frente do incêndio, nem se resolve nada na cauda”, num concelho que é afetado desde o primeiro dia pelo fogo que deflagrou na quarta-feira, em Arganil.Além da falta de meios aéreos, as máquinas de rasto são sempre insuficientes para as necessidades sentidas no terreno, apontou.No caso de Seia, há, de momento, quatro máquinas a trabalhar (do município e do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas), disse, referindo que, face aos vários dias de trabalho, já houve máquinas que avariaram e tiveram de ser reparadas.“É difícil repor todos os meios atempadamente”, notou.Às 13:00, o incêndio afetava a zona entre Barriosa e Vasco Esteves, estando confinado no vale que separa as estradas nacionais 230 e 231.O autarca considerou pouco provável que o incêndio fique dominado, dando nota da dificuldade no combate em vales com ventos cruzados, num fogo que se desloca sobretudo de sul para norte do concelho.O incêndio já se encontra no Parque Natural da Serra da Estrela, mas longe dos pontos mais relevantes, acrescentou..A aldeia de Cabanões, no concelho da Lousã, tinha recebido há meses 200 metros de mangueiras novas, mas a falta de adaptadores para as bocas de incêndio existentes impossibilitou o seu uso quando as chamas chegaram à localidade.Os 200 metros de mangueiras novas tinham sido recebidos há meses, no âmbito do programa Condomínio de Aldeias, mas, logo nessa altura, a população tinha sinalizado que seria preciso um adaptador para encaixar nas bocas de incêndio existentes em Cabanões, disse à agência Lusa Armando Francisco, de 64 anos.“Eram mangueiras modernas e ficaram de entregar os adaptadores para o efeito. Nunca chegaram e, se calhar, podíamos ter salvado muito mais coisas”, afirmou.Cinco horas antes de o incêndio que tinha deflagrado na quinta-feira no Candal chegar a Cabanões, Armando Francisco ligou aos bombeiros a dar nota da falta dos adaptadores, mas a corporação disse que a responsabilidade não seria deles.Durante a sexta-feira, meia dúzia de pessoas que ficaram na aldeia para a defender das chamas acabaram por ter de recorrer à água da rede até esgotar, com os poucos meios que tinham.“Esses 200 metros de mangueiras não serviram de nada. Podia ter sido muito diferente, podiam ter sido regados todos os telhados na altura mais perigosa”, salientou Armando Francisco, referindo que os bombeiros só chegaram à aldeia já à noite, quando as chamas tinham rodeado a localidade por volta da hora de almoço de sexta-feira.“A Câmara fez o programa, gastou o dinheiro e não funcionou quando era para funcionar”, criticou o homem, cujo filho, José Francisco, viu arder uma casa que estava a reconstruir na localidade.José Francisco notou ainda que, no âmbito do Condomínio de Aldeia, havia a perspetiva de uma limpeza à volta de Cabanões, tendo sido feito ao nível do mato, mas sem corte de árvores nos 100 metros à volta da localidade.Fonte oficial da Câmara da Lousã disse à agência Lusa que o município está a averiguar o que se passou em Cabanões..O fogo rural que lavra no Sabugal, distrito da Guarda, desde sexta-feira passou hoje para o concelho de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, no Vale da Senhora da Póvoa.“A situação está mais calma do nosso lado, há alguns focos de reacendimento, que estão a ser debelados na Ribeira da Nave, na Moita e no Casteleiro”, indicou o presidente da Câmara do Sabugal, Vítor Proença, à agência Lusa.O autarca acrescentou que o incêndio “passou a serra da Opa e já entrou no concelho vizinho de Penamacor, no Vale de Nossa Senhora da Póvoa, seguindo em direção a Benquerença”.“Hoje está mais calmo, depois de o fogo nos ter escapado outra vez durante o dia de ontem. Acho que já podemos dizer, com fiabilidade, que a situação está a ser controlada”, afirmou.Vítor Proença disse haver ainda “alguns focos” de reacendimento, nomeadamente em Sortelha, aos quais os populares e operacionais têm reagido, atuando “com rapidez”.Segundo o presidente da Câmara do Sabugal, hoje há mais meios no terreno: “Só temos esta frente, os operacionais estão concentrados na zona sul do concelho e nota-se que há mais eficácia na atuação dos meios. Também tivemos seis meios aéreos durante a manhã, o que ajudou bastante a consolidar o perímetro do fogo.”Por outro lado, acrescentou, “também já não há muito mais para arder”.Pelas 13:40, estavam no local 426 operacionais, 114 veículos e oito meios aéreos..O combate aos incêndios em Espanha evolui favoravelmente, com a descida das temperaturas após 16 dias de onda de calor, mas haverá ainda “horas difíceis”, alertou o primeiro-ministro.Sánchez realçou que os grandes incêndios que está a enfrentar Espanha, e “além da causa dos fogos”, coincidiram com uma onda de calor de 16 dias consecutivos que terminou na segunda-feira e que é “a maior e mais longa” no país desde pelo menos 1975, data a partir da qual há registos comparáveis.Neste contexto, voltou a apelar para “um pacto de Estado face à emergência climática” e afirmou que vai iniciar em setembro uma ronda de contactos e trabalhos com esse objetivo.Por outro lado, anunciou que o Governo espanhol vai declarar “zona de catástrofe” várias das áreas afetadas pelos fogos na próxima terça-feira, na reunião semanal do Conselho de Ministros, com o objetivo de mobilizar meios para "a reconstrução", sem dar mais pormenores.Os incêndios em Espanha este ano queimaram já cerca de 375 mil hectares, superando o recorde de 306 mil hectares registado em 2022 no país, indicam dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).Os fogos estão a atingir, essencialmente, as regiões da Galiza, Castela e Leão e Extremadura, no noroeste e oeste do país e todas na fronteira com Portugal..A rede “Emergência Florestal/Floresta do Futuro” está a mobilizar a população para organizar protestos pelo país no final do verão contra os fogos florestais e exigir medidas que combatam o abandono do interior e reduzam o eucaliptal.“Estamos a organizar uma iniciativa e vamos fazer várias coisas fora da época da urgência porque a situação que se vive atualmente não pode continuar. Isto é completamente fora do aceitável e do razoável e é preciso atuar”, disse à Lusa um dos elementos da rede, João Camargo.O movimento reúne participantes de mais de 15 cidades e aldeias do país e está, neste momento, a “convocar as pessoas para se auto-organizarem”, contou João Camargo, explicando que o objetivo é “não permitir que perante o flagelo dos incêndios não haja uma resposta pública, não haja protestos e que o assunto se torne numa mera questão técnica”.O movimento fala numa “convergência de fatores catastróficos", apontando o abandono do interior e o aumento da área de eucalipto: "Neste momento, não é possível falar de futuro, porque o futuro são cinzas e fogo e por isso precisamos de políticas de grande fôlego”, defendeu o responsável, que acredita na mobilização e protestos da população para mostrar como o tema é prioritário.No ano passado, mais de 12 cidades participaram na iniciativa e este ano já há alguns locais confirmados para o protesto “Deseucaliptar, Descarbonizar, Democratizar”, que se realizará a 20 de setembro, entre eles Arganil, Lousã, Lisboa ou Porto.DN/Lusa.Está “completamente dominado” o incêndio no concelho de Mirandela, mas continua com uma frente ativa no concelho de Vila Flor, que agora inspira mais preocupação, adantou à Lusa, o comandante sub-regional da Proteção Civil. O fogo começou às 16:00 de domingo, em Frechas e Valverde da Gestosa, concelho de Mirandela, mas alastrou-se, segunda-feira, aos concelhos de Vila Flor e também de Alfândega da Fé, todos no distrito de Bragança.Segundo o comandante sub-regional de Trás-os-Montes, Noel Afonso, o concelho que agora inspira mais preocupação é o de Vila Flor, com uma frente ativa em Vale Frechoso, aldeia que segunda-feira estava na mira do fogo.Quanto a Santa Comba da Vilariça, a localidade que fica a sete quilómetros de Vale Frechoso, e que durante a noite foi bastante fustigada pelo fogo, as coisas estão “controladas”. No concelho de Alfândega da Fé, mais concretamente Vilares da Vilariça, que esteve rodeada pelas chamas, também o incêndio foi apagado. O comandante esclareceu à Lusa que não ardeu nenhuma habitação, apenas “alguns anexos” e “uma casa devoluta”. Há apenas a registar um bombeiro com ferimentos ligeiros, que foi transportado para o hospital de Mirandela. Às 11:00 estavam no terreno mais de 300 operacionais, apoiados por três meios aéreos, um helicóptero Kamov e dois Fireboss. Segundo a GNR, estão cortadas duas estradas, o IP2 entre o nó de Bornes e o nó de Lodões e a Estrada Nacional 214, entre Vale Frechoso e Benlhevai. O município de Vila Flor disse hoje, na sua página oficial do Facebook, que o incêndio "atingiu várias localidades – Macedinho, Trindade, Valbom, Benlhevai, Vale Frechoso, Santa Comba de Vilariça, Assares e Lodões – deixando para trás uma vasta área ardida e culturas destruídas, património e memórias que o fogo consumiu"."Nos próximos dias será realizado um levantamento e avaliação dos prejuízos causados, de forma a apoiar e encontrar soluções para as famílias e agricultores que tanto perderam", pode ler-se.DN/Lusa.O Departamento de Investigação Criminal de Vila Real da Polícia Judiciária (PJ), com a colaboração da GNR deteve um homem, de 29 anos, "suspeito de ter ateado dois incêndios florestais, no concelho de Moimenta da Beira, ocorridos a 16 e 18 de agosto".A PJ, em comunicado divulgado esta terça-feira, 19 de agosto, indicou que os "incêndios consumiram áreas de mancha florestal, constituídas, maioritariamente, por mato, castanheiros, carvalhos e macieiras, e colocaram em perigo alguns prédios urbanos, de valor consideravelmente elevado, que apenas não foram consumidos devido à rápida deteção e subsequente intervenção dos meios de combate, nomeadamente dos populares, sapadores florestais e dos bombeiros". O homem detido vai agora ser presente a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação..A Polícia Judiciária deteve uma mulher de 61 anos por suspeitas de ter ateado um incêndio no concelho de Vila Real, na manhã de segunda-feira, 18 de agosto.A PJ recorda em comunicado que o incêndio consumiu área de mancha florestal, constituída, maioritariamente, por mato, pinheiro bravo e carvalho, colocando em perigo alguns prédios urbanos nas proximidades.A detida vai ser presente a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação. .Uma beata atirada para o chão originou, na segunda-feira, o incêndio no concelho de Leiria que levou ao corte da Estrada Nacional (EN) 113, anunciou hoje a Guarda Nacional Republicana (GNR).Na sua página no Facebook, o Comando Territorial de Leiria da GNR informou que na Gordaria, na União de Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça, “uma ‘pirisca’ de cigarro atirada para o chão originou um incêndio que destruiu 5,6 hectares de floresta e matos, obrigou ao corte da EN 113 e mobilizou vários meios da GNR”.. Segundo a GNR, devido à “investigação realizada por militares do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente de Leiria, apoiados pelo Núcleo de Apoio Técnico do Comando Territorial de Leiria, foi possível detetar a origem do incêndio, recolher provas para posterior análise e apreender o objeto que lhe deu início”.O incêndio deflagrou pelas 13:00 e no combate estiveram envolvidos mais de uma centena de operacionais, apoiados por dezenas de viaturas e vários meios aéreos. Cerca das 18:50, o fogo estava em fase de consolidação.À agência Lusa, o tenente-coronel Vítor Correia, do Comando Territorial de Leiria da GNR, disse que “havia uma beata no ponto de ignição” do incêndio.“Esse vestígio foi sinalizado, recolhido e tratado como elemento de prova, para ser apresentado no processo junto da autoridade judicial”, esclareceu Vítor Correia.Lusa/DN.O incêndio que deflagrou em Arganil e que está na Pampilhosa da Serra está “mais calmo”, face à humidade e descida de temperatura durante a noite, que facilita o combate, disse o presidente da Câmara.“Felizmente, tivemos uma noite com mais humidade e, portanto, com maior facilidade no combate ao incêndio”, afirmou à agência Lusa o presidente do município da Pampilhosa da Serra, Jorge Custódio.Segundo o autarca, foi possível estancar algumas das frentes ativas naquele concelho do interior do distrito de Coimbra, mas não foi possível dominá-lo.Os focos de incêndio continuam a ser muitos, com alguns entre o Carregal e Dornelas do Zêzere, e uma frente junto ao Esteiro, mais a sul, todas localidades próximas do Zêzere, rio que naquela zona serve de fronteira entre os distritos de Coimbra e Castelo Branco.Jorge Custódio afirmou à Lusa que os operacionais estão no terreno a tentar aproveitar uma manhã mais fresca, à espera de reduzir a progressão das chamas.Sobre a possibilidade de domínio do incêndio no seu concelho, o autarca recusa-se a fazer previsões, face às mudanças constantes dos ventos ao longo dos últimos dias.“Aliás, a previsão é a mudança novamente do comportamento do vento à hora de almoço”, notou.Lusa.Os pescadores da Figueira da Foz vão doar uma percentagem da venda das suas safras para ajudar a comprar um meio aéreo para o combate aos fogos, revelou hoje o armador de pesca de cerco António Lé.“Estamos sempre disponíveis para ajudar, dispensando ajuda, e, neste contexto generalizado, nós abdicamos de parte daquilo que é a receita das nossas casas, abdicamos de parte do nosso pão, para tentar confortar aqueles que tanto estão a sofrer nesta altura. Se o país carece de meios aéreos, há muito tempo que já se devia ter pensado nisso e isto não é uma crítica: é um apelo”, destacou.Em declarações à agência Lusa, o antigo presidente da cooperativa de produtores Centro Litoral explicou que o objetivo passa por comprar pelo menos um meio aéreo novo e não em segunda mão, porque “a vida humana e os prejuízos causados a todos os populares não tem preço”.A mobilização dos pescadores da Figueira da Foz começou na segunda-feira, dia em que conseguiram juntar 1.200 euros.“Hoje vamos continuar a tirar e vamos continuar a tirar até à nossa exaustão. Porque o sofrimento não tem dimensão”, acrescentou.De acordo com António Lé, a mobilização teve início na Figueira da Foz, mas o apelo estende-se a todos os pescadores, bem como a toda a comunidade portuguesa.DN/Lusa.O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, marcam presença, esta terça-feira, 19 de agosto, nas cerimónias fúnebres do bombeiro da Covilhã, que morreu no passado domingo num acidente quando se dirigia para o combate a um incêndio no Fundão. Na segunda-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve no velório, que decorreu no Quartel dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.Daniel Bernardo Agrelo, de 44 anos, morreu num acidente, no passado domingo, que envolveu a viatura da corporação de bombeiros a que pertencia, quando se deslocava para o incêndio na localidade de Quinta do Campo, Fundão. O acidente fez ainda quatro feridos, um dos quais com gravidade. "Em nome do Governo, o Ministério da Administração Interna dirige, neste momento trágico, uma palavra de solidariedade e sentidas condolências à família, aos amigos, à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã e a todos os bombeiros", lê-se na nota de pesar do gabinete da ministra da Administração Interna. .Mais de 80 de concelhos do interior norte e centro e Algarve continuam esta terça-feira, 19 de agosto, em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).Estão em perigo máximo de incêndio mais de 80 concelhos dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Coimbra, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Faro.O IPMA colocou também vários concelhos do interior norte e centro e Algarve em perigo muito elevado.Para os próximos dias está previsto um desagravamento do risco, segundo o IPMA.Lusa.Oitenta por cento da castanha dos Soutos da Lapa, denominação de origem protegida (DOP) da variedade Martaínha, ardeu nos mais recentes incêndios e deixa em risco a produção.Os prejuízos, disse um responsável à agência Lusa, são de 25 milhões de euros para estes concelhos dos distritos de Viseu, Guarda, mas também Vila Real.“Podemos estar a falar em mais de 80% da área afetada, só dos castanheiros Martaínha, entre cinco a seis mil hectares. Isto é uma brutalidade e coloca em risco a DOP dos Soutos da Lapa”, afirmou José Gomes Laranjo.Este professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro tem dedicado parte da vida ao estudo da fileira da castanha, em especial à variedade Martaínha. É também dirigente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast).Com esta destruição, está “também em risco muito do que é a fileira da castanha”, nomeadamente na “janela da comercialização de outubro, em que a Martaínha é a principal variedade” no mercado.“Este ano vamos ter pouca ou quase nenhuma Martaínha. Agora, vamos ver como é que o país vai responder a esta ausência da castanha”, questionou.E, “pior ainda”, como é que o produtor vai sobreviver, já que, pelas suas contas, “isto vai causar um impacto muito grande na produção” desta variedade de castanha.“Podemos estar a falar, e acho que não devo ter medo de dizer isto, de um impacto na ordem das seis a sete mil toneladas de castanha, em grosso modo. Ou seja, qualquer coisa como 22 a 25 milhões de euros (ME) de rendimento que este ano não vai existir”, contabilizou.Uma conta feita para o ano de 2025, mas que perdurará no tempo, já que “o castanheiro não é uma árvore que cresça e produza de um ano para o outro, demora, no mínimo, cinco, seis anos” a dar fruto.Este especialista acrescentou que a plantação de um souto “e a entrada de produção até ao estado adulto pode levar, atualmente, entre 12 e 15 anos”, que “é muito tempo”.“Ou seja, as contas são do que não vai ser produzido este ano. Agora a questão é: e no futuro? Como é que vamos recuperar o mais possível os castanheiros que podem ser salvos? Se é que ainda podem ser salvos alguns”.Isto porque nos limites dos soutos com os pinhais, a zona denominada de bordadura, os castanheiros “arderam por completo” e aí não se devem salvar, “porque o impacto com o incêndio foi bem maior e estão irremediavelmente perdidos”.“Só na bordadura devem estar uns 30% de soutos. Nos outros não se perde em tentar”, defendeu.Neste sentido, aconselhou todos os produtores a “regarem os seus soutos”.“O castanheiro é uma madeira com uma carga térmica muito grande e de combustão lenta, por isso, é possível que, mesmo já não havendo chamas, os troncos estejam a arder por dentro, daí também o conselho de os regar e dar-lhes água”, justificou.Segundo José Gomes Laranjo, os Soutos da Lapa foram atingidos, principalmente, nos concelhos de Sernancelhe e Penedono, no distrito de Viseu, Aguiar da Beira, Trancoso e Mêda, no distrito da Guarda, e ainda em Vila Real.Os Soutos da Lapa foram atingidos pelo incêndio que teve origem em dois focos – Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) – e na sexta-feira tornou-se um só, que se alastrou a 11 municípios dos dois distritos.Este complexo de incêndio entrou em resolução às 22:00 de domingo.Os 11 municípios são Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Mêda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).Lusa.A Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 39 anos pela suspeita de ser o "presumível autor de oito crimes de incêndio florestal, ocorridos entre o dia 6 e 12 de agosto, na Serra de Todo Mundo, nos concelhos do Cadaval e Caldas da Rainha". Após interrogatório judicial, foi-lhe aplicada a prisão preventiva, informa a PJ em comunicado divulgado esta terça-feira, 19 de agosto. De acordo com a polícia de investigação criminal, o homem terá usado "chama direta para atear os fogos, agindo por motivos fúteis"."Os incêndios ocorreram numa zona rural com uma grande mancha florestal, composta por plantações de eucaliptos e outra espécies, tendo ardido uma área, ainda não totalmente determinada", refere a nota da PJ, dando ainda conta que "existiu um forte perigo de propagação das chamas às populações circundantes". .O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, exigiu na segunda-feira (18 de agosto) que o Governo de Luís Montenegro declare situação de calamidade para melhor apoiar as populações e regiões do país mais fustigadas pelos incêndios florestais nas últimas semanas em Portugal.“Há algo que tem de ser convocado, que tem a ver com a situação de calamidade, por que, para apoiar as populações, nomeadamente no plano da agricultura, no plano de reposição da produção agroflorestal, no domínio da reabilitação de infraestruturas e equipamentos industriais ou empresariais, associados ao mundo rural, e ao mundo da floresta, é necessário determinar a situação de calamidade”, insistiu o dirigente socialista, em declarações aos jornalistas, durante uma visita à ilha do Faial, nos Açores.José Luís Carneiro já tinha sugerido, no domingo, a convocação do Conselho Nacional da Proteção Civil, na sequência dos fortes incêndios que deflagraram em várias zonas do país, mas o primeiro-ministro, Luís Montenegro, veio, entretanto, pedir confiança no trabalho desenvolvido pelo Serviço Nacional de Proteção Civil no combate às chamas.“Naturalmente que temos de confiar no dispositivo da Proteção Civil nacional, e mais uma vez, manifestar aqui a nossa solidariedade, perante todos os esforços que estão a ser realizados”, realçou José Luís Carneiro, acrescentado que “outra questão é a dimensão política”, de um Estado que “fez mal” ao não solicitar apoio à União Europeia, ao não determinar a situação de contingência, ao não convocar a Comissão Nacional de Proteção Civil e ao não declarar a situação de calamidade.O secretário-geral do PS considerou também que as recentes declarações de Luís Montenegro, relativamente aos apoios europeus para o combate às chamas, revelam desconhecimento sobre a forma como funcionam esses mecanismos, para fazer face a situações como as que estão a ocorrer, atualmente, em Portugal.“Eu próprio, quando tinha responsabilidades [no Ministério da Administração Interna] fui à Comissão Europeia, com os meus colegas europeus, não apenas exigir meios, mas também exigir que eles fossem preposicionados, para responder de forma mais eficaz”, recordou o antigo ministro socialista. .PS vai propor comissão técnica independente para apurar a "falta de condução política" . José Luís Carneiro disse também não ter ficado satisfeito com os esclarecimentos prestados pelo Governo sobre esta matéria e garantiu que o grupo parlamentar do PS na Assembleia da República irá propor a criação de uma comissão técnica independente para apurar a "falta de condução política" neste combate às chamas.“Uma comissão técnica independente que possa ilustrar o modo como faltou condução e acompanhamento político” neste processo, insistiu o secretário-geral do PS, recordando que, a este propósito, “basta ouvir os responsáveis de várias estruturas diretivas”, “as associações humanitárias de bombeiros e até os autarcas” das áreas ardidas, que em seu entender, “têm sentido um vazio, particularmente, no acompanhamento político”.Na sua opinião, há três ministérios que são essenciais para uma melhor coordenação no combate às chamas (Administração Interna, Defesa Nacional e a Justiça), embora todos eles devessem ser coordenados pela Comissão Nacional da Proteção Civil que, na sua opinião, infelizmente não foi ainda convocada.Questionado sobre se concorda com a pedido de demissão da Ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, exigido ontem pelo líder nacional do Chega, André Ventura, o secretário-geral do PS respondeu que a culpa pela má gestão da crise, não é apenas dela: “Não se pode apenas assacar responsabilidades a um ministro ou a uma ministra, e é por isso que se tem de pedir responsabilidades ao primeiro-ministro”.Lusa.A Câmara Municipal de Castelo Branco ativou o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil devido ao "incêndio rural de grandes dimensões que chegou ao concelho vindo do Fundão. A decisão foi tomada na noite de segunda-feira (18 de agosto), após reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil."As chamas passaram para o concelho de Castelo Branco, na freguesia de São Vicente da Beira", explica a autarquia, em comunicado. A Câmara de Castelo Branco "apela a todas as pessoas que adotem comportamentos de autoproteção, se mantenham em confinamento nas suas aldeias e escolham uma zona segura para permanecer"..O Grupo Parlamentar do PCP requereu esta terça-feira, 19 de agosto, uma reunião extraordinária da Comissão Permanente da Assembleia da República com a presença do primeiro-ministro para debater os incêndios que têm estado a afetar o país.Em comunicado, o PCP pede que a reunião ocorra no mais curto prazo possível, nos termos regimentais, para debater as causas, impactos e medidas de apoio às populações e territórios afetados pelos incêndios das últimas semanas.“Dada a gravidade da situação e a transversalidade das questões, da prevenção ao combate aos incêndios, da política florestal e de ordenamento do território, do apoio às populações à recuperação da atividade económica e à reposição do potencial produtivo, o PCP solicita a presença do primeiro-ministro”, é referido na nota.Lusa.Incêndios. 46% da área ardida em 2025 queimou só nos últimos dois dias.Bom dia, Siga aqui a atualização sobre o combate aos fogos florestais que continuam a lavrar em Portugal.Os incêndios em Arganil, Sabugal, Mirandela e Montalegre mobilizam mais de três mil operacionais na manhã desta terça-feira, 19 de agosto, segundo a página da Proteção Civil.O incêndio em Arganil, no distrito de Coimbra mantém-se ativo com 1.443 operacionais no terreno apoiados por 489 veículos.O incêndio florestal no concelho do Fundão, com origem em Arganil, alastrou-se ao início da noite de hoje ao município de Castelo Branco, na freguesia de São Vicente da Beira.O incêndio em Sabugal, no distrito da Guarda mantém-se ativo com 383 operacionais, apoiados por 100 veículos.Já o incêndio em Mirandela, no distrito de Bragança, que começou na segunda-feira às 17:00, mobiliza 338 operacionais e 112 veículos, de acordo com a página da Proteção Civil.O incêndio de Montalegre, no distrito de Vila Real mantém-se ativo com 164 operacionais no terreno, apoiados por 55 veículos.O incêndio vindo de Espanha e que entrou em Portugal na zona de Montalegre, tem três frentes ativas e colocou em perigo a aldeia de Vilar de Perdizes, onde a prioridade dos bombeiros foi defender casas e armazéns.De acordo com a Proteção Civil, os incêndios em Arganil, Sabugal, Mirandela e Montalegre são os mais preocupantes e os que mobilizam mais meios.Os fogos provocaram até agora dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.DN/Lusa.Da exaustão e fogo “descontrolado” à confiança do PM no dispositivo."Os grandes incêndios estão a ser cada vez maiores" e este ano é "particularmente grave"