O Governo prorrogou até 6 de junho o prazo para os reguladores dos transportes, aviação civil e telecomunicações entregarem os relatórios sobre o apagão de 28 de abril.De acordo com fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz prorrogou o prazo, que terminava esta quinta-feira (29 de maio), "da entrega da análise técnica aprofundada e avaliação independente pedidas ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes, à Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) sobre o impacto do “apagão” registado no país no dia 28 de abril nas áreas dos transportes, aviação civil e telecomunicações".A mesma fonte oficial do Governo explicou à Lusa que em causa está "a complexidade do assunto e a necessidade de auscultar diversas entidades". Nesse sentido, o prazo dos relatórios pedidos pelo Governo após o incidente foi prorrogado para dia 6 de junho.A REN – Redes Energéticas Nacionais e a E-Redes, que também chegaram a pedir prorrogação dos prazos, já entregaram ao regulador do setor (ERSE) o relatório sobre o apagão elétrico de 28 de abril, tendo ambas pedido que seja considerado "evento excecional".A classificação do evento poderá ser determinante para o eventual pagamento de indemnizações. Se for considerado excecional, a obrigação de indemnizar os consumidores poderá ser atenuada ou mesmo anulada.Mas como a ERSE tinha explicado à Lusa, a decisão relativa à classificação do evento será pública e devidamente fundamentada, e "tratando-se de um incidente à escala europeia, a decisão poderá ter de aguardar pelo relatório final da Rede Europeia de Operadores de Redes de Transporte de Eletricidade (ENTSO-E, na sigla em inglês)", acrescenta. .Apagão. Empresas nacionais estimam prejuízos superiores a 2.000 milhões de euros. O apagão, classificado como "excecional e grave", teve origem em Espanha e causou interrupções significativas no fornecimento de eletricidade em Portugal, Espanha e partes da França. As investigações preliminares apontam para uma perda súbita de geração de energia solar como possível causa, mas as conclusões definitivas ainda estão pendentes.A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade está a investigar as causas deste apagão, que classificou como excecional e grave. Este painel de peritos terá de elaborar um relatório factual que servirá de base ao relatório final, a concluir até 28 de outubro deste ano.O relatório final sobre a investigação deverá ser publicado, o mais tardar, até 30 de setembro de 2026. No entanto, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, revelou que o presidente da ENTSO-E se comprometeu a fazer "o maior esforço" para antecipar as conclusões da investigação, que poderão ser entregues dentro de seis meses..Apagão: Portugal e Espanha pedem a Bruxelas “compromisso firme” com as interconexões na União Europeia