Ikea paga 50 milhões a famílias de crianças mortas por cómoda

Todas as vítimas tinham menos de dois anos e morreram nos Estados Unidos quando cómodas da gama MALM lhes caíram em cima
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O Ikea aceitou pagar um acordo de 50 milhões de dólares, cerca de 48 milhões de euros, às famílias das três crianças norte-americanos que morreram esmagadas por cómodas vendidas pela marca sueca.

Todas as vítimas tinham menos de dois anos e morreram nos Estados Unidos quando cómodas da gama MALM, que não estavam presas à parede lhes caíram em cima.

De acordo com o Washington Post, a indemnização acordada entre o Ikea e os advogados das famílias das vítimas é a mais alta alguma vez paga em casos deste géneros e cada família vai receber um terço do dinheiro.

Durante o processo, as famílias acusaram o Ikea de saber o perigo que os armários representavam para as crianças e de não ter feito o suficiente para alertar os pais. O Ikea afirmou que a culpa era dos pais que não prenderam as cómodas devidamente, desrespeitando as instruções de segurança.

Um menino de dois anos morreu em West Chester, Pennsylvania, em fevereiro de 2014, quando uma cómoda MALM de seis gavetas caiu sobre ele e o esmagou contra a cama. Outra criança foi morta em junho de 2014, tendo ficado presa depois de uma cómoda MALM de três gavetas ter-se virado sobre si. Tinha 23 meses.

A última vítima tinha 22 meses e morreu no verão de 2015 no Minnesota, quando se agarrou à cómoda de seis gavetas e esta caiu.

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Estas mortes e o processo levaram o Ikea a retirar estas cómodas e outros armários das lojas, em junho deste ano, e a pedir que os norte-americanos que os compraram os devolvam, pela segurança das crianças.

Na altura, a Comissão de Proteção de Segurança do Consumidor norte-americano demonstrou como provavelmente os incidentes que causaram a morte das três crianças tinham acontecido.

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Segundo o Washington Post, foram mais de 29 milhões os mobiliários que saíram de circulação nos Estados Unidos, e um quarto deles era da gama MALM.

Esta medida vem depois de a marca sueca ter alertado em julho do ano passado, nos Estados Unidos, que as cómodas e roupeiros da sua marca não deviam ser usados junto de crianças, a menos que estivessem fixos à parede. A marca ofereceu ainda na altura um 'kit' para os clientes poderem fixar os móveis à parede.

Além da indemnização, segundo o acordo, o Ikea vai doar 150 mil dólares, cerca de 144 mil euros, que vão ser divididos entre três hospitais pediátricos de Filadélfia, Washington e Minnesota.

A marca vai doar ainda 100 mil dólares, 96 mil euros, à Shane Foundation, uma associação que se foca na segurança das crianças criada por uma mãe que também perdeu o filho num incidente com um armário.

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