Artur Machado / Global Imagens
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IGAS instaura processo de esclarecimento a morte de idosa no Hospital de Penafiel

A idosa, com pulseira laranja, morreu a 2 de janeiro no serviço de urgência do Hospital Padre Américo. Aguardava há cerca de uma hora, numa maca dos bombeiros, para ser observada.
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A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou esta sexta-feira que instaurou um "processo de esclarecimento às circunstâncias em que ocorreu a morte de uma idosa" no "serviço de urgência do Hospital Padre Américo", em Penafiel. 

"Informamos que, por despacho de 4 de janeiro, do Inspetor-Geral, foi instaurado um processo de esclarecimento às circunstâncias em que ocorreu a morte de uma idosa, na noite do passado dia 2 de janeiro, no serviço de urgência do Hospital Padre Américo, integrado na Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa, E.P.E.", refere o comunicado do IGAS enviado às redações. 

Este processo de esclarecimento surge depois do Porto Canal ter noticiado a morte de uma idosa naquele serviço enquanto aguardava numa maca por observação.

Um dia depois do óbito, o Hospital de Penafiel informou que a idosa triada com pulseira laranja, que morreu na urgência da unidade hospitalar, encontrava-se "em fim de vida".

"Tratava-se de uma doente em fim de vida e sem critérios clínicos para qualquer manobra invasiva de reanimação", lê-se num comunicado do hospital enviado à Lusa.

No comunicado, o hospital refere que a doente deu entrada no serviço de urgência médico-cirúrgica às 19:16, tendo sido submetida a triagem de Manchester às 19:19. O óbito foi registado às 20:06, "após avaliação clínica", segundo o hospital.

Na informação enviada à Lusa, o hospital admitia que a urgência estava "sob enorme pressão", tendo o número de internados no serviço atingido na manhã de quarta-feira os 85 doentes.

"Tais circunstâncias dificultam muito o funcionamento do serviço, não só pela sobrecarga de trabalho, mas pelas limitações de espaço que condicionam o normal funcionamento", acrescentava, ressalvando que no caso da idosa que morreu numa maca "as ações tomadas teriam sido as mesmas em circunstâncias diferentes".

Segundo a Ordem dos Enfermeiros, na quarta-feira, a urgência daquele hospital enfrentava uma situação caótica, com dezenas de doentes para serem atendidos, situação que poderia ter contribuído para a morte da mulher.

"A situação é caótica, porque o hospital não tem capacidade, com este pico de pandemia de gripe", disse na quarta-feira à Lusa Miguel Vasconcelos, presidente do Conselho Diretivo Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros.

Com Lusa

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