Águas Perrier vão continuar à venda nas prateleiras: tribunal não vê perigo para consumidores
Reprodução/DR Perrier

Águas Perrier vão continuar à venda nas prateleiras: tribunal não vê perigo para consumidores

A justiça francesa decidiu que as garrafas Perrier podem continuar a ser vendidas como “água mineral natural”, afastando as acusações de risco sanitário feitas por associação de consumidores.
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O tribunal judicial de Nanterre, em França, rejeitou esta terça-feira, 18 de novembro, o pedido da associação de defesa de consumidores UFC-Que Choisir para retirar do mercado todas as garrafas Perrier rotuladas como “água mineral natural”. A associação alegava práticas enganosas e a utilização de tratamentos não permitidos para este tipo de água, mas o tribunal concluiu que “a existência de um risco sanitário para o consumidor ligado às águas Perrier etiquetadas como ‘águas minerais naturais’ não está demonstrada”, acrescentando que “não foi provado qualquer dano iminente” que justificasse a suspensão das vendas.

A decisão afasta a ameaça que pendia sobre a Nestlé Waters, desde 1992 proprietária da famosa marca francesa de água mineral com gás - captada e engarrafada há mais de 100 anos em Vergèze, no sul de França. A polémica ganhou força no ano passado, quando investigações jornalísticas revelaram que vários produtores franceses, incluindo a Perrier, teriam recorrido a tratamentos ilegais para evitar contaminações. Uma investigação pedida pelo Senado francês confirmou, em maio, que o governo tinha conhecimento destas práticas há anos e não atuou.

Perante o escândalo, a Nestlé reconheceu ter usado esses tratamentos no passado, mas afirmou já ter mudado de método. Desde então, defende que utiliza apenas microfiltração, que considera segura e incapaz de alterar a composição mineral da água.

A associação discorda e, quando levou o caso a tribunal, afirmou que “as águas Perrier rotuladas como ‘águas minerais naturais’ não são naturais”, argumentando que a microfiltração “é também um tratamento não autorizado e que, sendo usada para remover contaminantes, levanta questões de segurança e transparência”, escreve a agência Reuters.

O tribunal, contudo, não deu razão ao argumento da UFC-Que Choisir e, com a decisão agora tomada, as icónicas garrafas verdes em forma de lágrima podem permanecer nas prateleiras.

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