Carlos Sá, atual presidente do Hospital da Cruz Vermelha, será o novo presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra, segundo uma resolução do Conselho de Ministros aprovada esta quarta-feira.A resolução designa os novos membros do Conselho de Administração (CA) da ULS Amadora-Sintra, que irá substituir o atual, liderado por Luís Gouveia.Luís Gouveia apresentou a demissão à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, há 20 dias, alegando que não queria ser "um obstáculo" às "medidas e políticas" que a tutela considere necessário implementar..Administração do Hospital Amadora-Sintra demite-se. Ministra da Saúde aceitou. Em comunicado divulgado esta noite, o Conselho de Ministros adianta que o CA designado por um mandato de três anos será composto por Carlos Sá, presidente, e terá como vogais executivo Diana Sousa Mendes, Mário Machado Cruz, Carlos Manuel de Jesus e Sousa Araújo Ribeiro, Dália Oliveira e Maria Luísa Ximenez.O Governo sublinha que o Conselho de Administração foi designado após o parecer favorável da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).Carlos Sá, que deixa o Hospital da Cruz Vermelha para assumir o cargo de presidente da ULS Amadora-Sintra, já exerceu vários cargos, entre os quais presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo e de CEO da Clínica de Santo António, na Amadora, no distrito de Lisboa.Os membros do ainda Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra apresentaram a sua demissão em 06 de fevereiro, dia em que a ministra da Saúde afirmou, no parlamento, que a capacidade de resposta do hospital tem de ser restabelecida, alegando que a unidade de saúde já funcionou muito bem, mas que se degradou recentemente.Quando apresentou a demissão, o Conselho de Administração afirmou, em comunicado, que "sempre seguiu o caminho da legalidade, ética e justiça, nunca considerando qualquer outro", reiterando a sua prioridade sempre "foi garantir o interesse dos utentes, a confiança na instituição e a qualidade dos serviços prestados".Esta quarta-feira, a ministra da Saúde anunciou que já dispõe de um plano para o Hospital Amadora-Sintra, que passa por convencer toda a equipa de cirurgiões que se demitiu em 2024 a regressar ao serviço."O plano consiste em trazer para dentro do hospital Amadora-Sintra de novo toda a equipa de cirurgia que saiu" nos últimos meses de 2024, afirmou Ana Paula Martins no podcast "Política com Assinatura" da Antena 1 da jornalista Natália Carvalho.Questionada sobre a forma como pretende convencer os médicos cirurgiões, a governante respondeu: "Vamos conseguir", adiantando ainda que este é um trabalho em que "muito brevemente os resultados estarão à vista".Em 12 de fevereiro, quando foi ouvida na Comissão de Saúde, a ministra admitiu que o Governo ainda não tinha um plano para o Amadora-Sintra, classificando a situação do serviço de cirurgia como "muito difícil", na sequência da saída de 13 cirurgiões.A saída dos especialistas deveu-se ao regresso de dois médicos que denunciaram más práticas no serviço, que depois de investigadas não se confirmaram.O Conselho de Administração quando tomou posse a 05 de julho de 2023, assumiu a responsabilidade de liderar a instituição, "num momento delicado, na sequência das denúncias de situações de alegadas más práticas médicas, no Serviço de Cirurgia Geral".A situação do serviço de cirurgia tem motivado também vários alertas da Ordem dos Médicos, assim como dos médicos internos de formação especializada em cirurgia geral que, numa carta, denunciaram recentemente o "clima de insegurança profissional" a que dizem estar sujeitos.