Gouveia e Melo sobre os incêndios: "É inaceitável haver falhas estruturais do Estado"

Henrique Gouveia e Melo teceu duras críticas aos governantes que têm passado pelo Estado e disse que nada mudou desde os incêndios de Pedrógão Grande, em 2017.

"Temos de estar todos unidos na solução deste grande problema que são os fogos rurais. Ano após ano após ano, a destruir as nossas florestas e o nosso ambiente", afirmou, num vídeo publicado nas redes sociais.

O candidato presidencial recorda que esteve "em Pedrógão em 2017" e que, oito anos depois, está tudo na mesma. "Passei o ano de 2017, enquanto militar, permanentemente envolvido em rescaldos e apoio a populações. E o que hoje vejo, outra vez, na televisão? Oito anos depois, exatamente a mesma situação. É inaceitável, em termos de planeamento e organização, que três meios aéreos, que são os Canadair, importantes, de repente, ficassem todos avariados. Há aqui falhas estruturais que têm de ser resolvidas e combatidas. E temos de combater, dentro do próprio Estado, os pequenos interesses que, de alguma forma, se anulam nas suas capacidades. Quando vi que os três Canadair estavam inoperacionais, senti-me completamente envergonhado, enquanto agente do Estado e enquanto português, porque isto é o colapso da organização e nós temos de fazer qualquer coisa", afirmou.

"Temos de desenvolver uma economia da floresta, temos de fazer povoamento do interior outra vez. Nós não podemos ter mais de metade do nosso território praticamente despovoado, com uma densidade habitacional muito baixa. Temos de fazer planeamento da floresta, desmatamento, substituição de algumas espécies, combater alguns interesses económicos em termos de monoculturas e depois, em termos de prevenção e do combate aos incêndios, temos de unir o Estado todo com uma resposta sólida, organizada e planeada. Não podemos continuar a improvisar. Isto é o Estado do improviso. Eu, se for eleito como Presidente da República, farei tudo para combater isto", prosseguiu o almirante.

A acompanhar o vídeo, Gouveia e Melo escreveu um curto texto onde refere que "é inaceitável haver falhas estruturais do Estado no planeamento, na organização e na prevenção dos fogos rurais".