Quatro assaltantes, oito joias roubadas e uma coroa com mais de 1300 diamantes deixada para trás. O que se sabe do assalto ao Louvre

O Governo francês já deu a conhecer a lista de oito objetos roubados este domingo (19 de outubro) do museu Louvre, em Paris, num assalto realizado às primeiras horas da manhã.

Segundo avançao jornal Le Parisien, trata-se de um conjunto de oito peças de valor patrimonial incalculável, que inclui:

- O diadema (ou tiara) do conjunto da rainha Maria Amélia e da rainha Hortênsia

- O colar do conjunto de safiras da rainha Maria Amélia e da rainha Hortênsia

- O brinco (ou um par de brincos) do conjunto de safiras da rainha Maria Amélia e da rainha Hortênsia

- O colar de esmeraldas do conjunto de Maria Luísa

- Um par de brincos de esmeraldas do conjunto de Maria Luísa

- Um broche conhecido como “broche-relicário”

- Uma tiara da imperatriz Eugénia

- Um grande laço de peito (broche) da imperatriz Eugénia

Uma coroa recuperada

Como foi revelado mais cedo este domingo, a coroa da imperatriz Eugénia, com 13 cm de altura e 15 cm de largura, composta por 1.354 diamantes, 1.136 rosas e 56 esmeraldas, acabou por ser recuperada.

Os ladrões abandonaram a coroa, símbolo do “faustoso Segundo Império”, criada pelo ourives Alexandre-Gabriel Lemonnier por ocasião da Exposição Universal de 1855.

“As obras serão encontradas e os ladrões levados à justiça”, promete Emmanuel Macron

" O roubo cometido no Louvre é um ataque a um património que prezamos porque faz parte da nossa história. Recuperaremos as obras e os autores serão levados à justiça ", declarou Emmanuel Macron no X, antigo Twitter.

O presidente francês acrescentou que "tudo está a ser feito, em todos os lugares, para alcançar esse objetivo, sob a liderança do Ministério Público de Paris." E sublinhou que "o projeto Louvre Nouvelle Renaissance, que lançámos em janeiro, prevê maior segurança. Ele garantirá a preservação e a proteção do que constitui a nossa memória e a nossa cultura."

O assalto, que obrigou o Museu do Louvre, em Paris, a fechar portas este domingo, foi comunicado de manhã pela própria ministra da Cultura de França, Rachida Dati, numa mensagem na rede X. "Um assalto ocorreu esta manhã na abertura do @MuseeLouvre. Não há feridos a lamentar. Estou no local ao lado das equipes do museu e da polícia. As investigações estão em andamento", escreveu Rachida Dati.

Segundo o jornal Le Parisien, citado pela agência Associated Press, os assaltantes terão entrado no museu mais visitado do mundo pela fachada virada para o rio Sena, que está em obras, entrando diretamente na Galeria de Apolo através de um elevador de carga, onde terão roubado "nove peças de coleção de joias de Napoleão e da Imperatriz".

Entretanto, ao canal de televisão TF1, a ministra da Cultura, Rachida Dati, falou num “saque de valor inestimável” e que as “investigações ainda estão em andamento” para identificar as peças roubadas. A ministra adiantou nessa altura também à TF1 que “uma joia" tinha sido "encontrada nas proximidades do museu”.

Uma fonte confirmou à agência à AFP que a joia encontrada é a coroa da imperatriz Eugénia, feita com 1354 diamantes e 56 esmeraldas, que terá sido perdida pelos assaltantes na fuga e estará danificada.

Um golpe digno de um filme de ação

Segundo descreve o Le Figaro, o assalto foi levado a cabo por quatro indivíduos fortemente equipados e a operação, meticulosamente preparada, durou apenas sete minutos.

De acordo com uma fonte policial citada pelo jornal, os assaltantes chegaram por volta das 9h30. Dois seguiam num camião equipado com uma plataforma elevatória, enquanto os outros dois se deslocavam numa "potente scooter". O equipamento permitiu-lhes aceder rapidamente à Galeria de Apolo, no primeiro andar do museu.

A mesma fonte adianta ao Le Figaro que os assaltantes usaram uma rebarbadora para forçaram uma janela e partiram duas vitrinas — uma com as “joias de Napoleão” e outra com as “joias dos soberanos franceses”. No total, terão sido levadas nove peças, mas uma delas, a coroa da imperatriz Eugénia, foi deixada para trás e terá sido danificada.

Após o roubo, os quatro indivíduos desceram novamente pela plataforma elevatória e fugiram em scooters.

"Atacar o Louvre é atacar a nossa história"

O ministro do Interior francês, Laurent Nuñez, descreveu o assalto como “muito importante” e salientou a preparação dos criminosos: “Manifestamente fizeram um reconhecimento prévio e demonstraram grande experiência neste tipo de operação”, afirmou à rádio France Inter.

Nuñez assegurou que “todas as brigadas centrais da prefeitura de polícia estão mobilizadas para identificar os autores” e mostrou-se confiante na resolução do caso: “O índice de sucesso desta brigada é muito elevado, superior a um em cada dois roubos desta natureza.”

O ministro acrescentou ainda, através da rede social X, que “atacar o Louvre é atacar a nossa história e o nosso património”.

O Museu do Louvre deixou uma mensagem nas redes sociais a dizer que está encerrado este domingo por "razões excecionais".

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