O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) considerou esta sexta-feira, 1 de agosto, que a nova Agência de Investigação e Inovação será "uma oportunidade ganha se aproximar a inovação e o conhecimento".Paulo Jorge Ferreira reagia à Lusa ao anúncio feito na quinta-feira pelo ministro da tutela, Fernando Alexandre, da extinção da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e da Agência Nacional de Inovação (ANI) e da criação de uma nova entidade, designada Agência de Investigação e Inovação.A medida faz parte da reforma do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, aprovada na quinta-feira em Conselho de Ministros.Para o presidente do CRUP, Paulo Jorge Ferreira, será "uma oportunidade ganha" se a extinção da FCT e da ANI e a criação da nova agência forem "guiadas por intuitos de racionalizar o sistema científico e aproximar a inovação e o conhecimento".O reitor da Universidade de Aveiro realçou que o sistema científico nacional "é complexo", pois inclui uma "diversidade enorme de unidades de investigação", nomeadamente mais de 300 laboratórios associados a universidades, laboratórios do Estado e laboratórios colaborativos, com estes últimos a integrarem empresas.Segundo Paulo Jorge Ferreira, "é importante apostar na ciência", mas também "transferir para a economia mais valor acrescentado a partir da ciência", pelo que a aproximação entre conhecimento e inovação terá de ser "coerente e alinhada".O reitor defendeu, por exemplo, concursos de financiamento distintos para a ciência aplicada, feita por unidades de investigação que criam produtos inovadores em parceria com empresas, e para a ciência fundamental, a "ciência curiosidade".Numa curta reação, a presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Maria José Fernandes, disse à Lusa que a reforma do Governo "será positiva" desde que seja para "melhorar o funcionamento" do setor e "não ponha em causa o financiamento da ciência".Na quinta-feira, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, assegurou, a propósito da extinção da FCT, que o financiamento da ciência será preservado, com financiamento a quatro anos que garanta estabilidade, previsibilidade e "a proteção do financiamento da investigação mais básica".Na dependência do Governo, a FCT é a principal entidade que financia a investigação científica em Portugal, designadamente através de bolsas, contratos de trabalho, apoios diretos a instituições e projetos.O Governo espera com a nova Agência de Investigação e Inovação eliminar "as redundâncias atualmente existentes entre a ANI e a FCT, com ganhos óbvios operacionais e administrativos, por exemplo ao nível de plataformas, recursos humanos e sistemas de financiamento".De acordo com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação, esta agência permitirá dar "um apoio mais personalizado e eficaz a investigadores, empresas, 'startups' e entidades do sistema científico e tecnológico nacional" e "alcançar uma gestão mais coesa dos fundos nacionais e europeus"."Este modelo já se encontra aplicado noutros países da União Europeia, tendo permitido o fortalecimento da presença internacional e da articulação com os diferentes programas europeus", assinala a tutela numa nota explicativa.O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou já que se tiver dúvidas "sobre um ponto que seja" na extinção da FCT vai pedir ao Governo para repensar o diploma e, se o executivo insistir, pode vetar..Marcelo avisa que pode vetar extinção da FCT se tiver dúvidas “sobre um ponto que seja”. E lembra caso do SEF