Fernando Madureira entre os 12 detidos. Droga, milhares de euros e uma arma apreendidos nas buscas aos Super Dragões
A PSP realizou esta quarta-feira buscas em casas de elementos dos Super Dragões. O líder da claque do FC Porto, Fernando Madureira, também conhecido por "macaco", está entre os 12 detidos. A informação foi avançada pela CNN Portugal e confirmada pelo DN.
A investigação foi iniciada na sequência dos incidentes ocorridos na Assembleia Geral do FC Porto de 13 de novembro. A "Operação Pretoriano" visou "devolver às instituições e aos cidadãos a sua liberdade de decisão e segurança", indicou a PSP, em comunicado.
"Está em causa a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espectáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coacção agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação", informou o Ministério Público na Comarca do Porto, em comunicado.
A diligências foram executadas "no âmbito de inquérito em que se investigam os incidentes na assembleia geral do Futebol Clube do Porto de 13.11.2023, que corre termos no Diap da Procuradoria da República do Porto [Porto, 4.ª secção], e no qual o Ministério Público vem sendo coadjuvado pela Polícia de Segurança Pública", lê-se na mesma nota, dando conta que foram realizadas "buscas domciliárias e não domiciliárias".
"Foram também operadas doze detenções fora de flagrante delito", segundo o comunicado do Ministério Público.
Suspeitas estão relacionadas com as agressões entre sócios na Assembleia Geral do FC Porto de 13 de novembro e podem estar também associadas a eventuais ameaças feitas ao candidato à presidência do clube André Villas-Boas.
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Também a mulher de Fernando Madureira foi detida. Perante um grande aparato policial, Sandra Madureira foi levada esta manhã numa carrinha celular da PSP da casa do casal, em Vila Nova de Gaia.
Entre os detidos estão Vítor Catão, dos Super Dragões e ex-presidente do São Pedro da Cova, e Fernando Saul, oficial de ligação dos adeptos do clube, acrescenta o canal de notícias, dando ainda conta que o Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP participa nas diligências.
Durante a operação policial, três carros de alta cilindrada foram apreendidos pelas autoridades.
A PSP confirmou, em comunicado enviado às redações, que foram efetuadas 12 detenções, no âmbito da "Operação Pretoriano", tendo sido apreendidos "vários milhares de euros, estupefacientes vários, nomeadamente cocaína e haxixe, três veículos automóveis, uma arma de fogo, artefactos pirotécnicos", bem como "mais de uma centena de ingressos para eventos desportivos". As autoridades apreenderam também "equipamentos eletrónicos e demais documentos de interesse para a investigação".
Ainda de acordo com esta força policial, os detidos (11 homens e uma mulher), "vão ser presentes, amanhã, junto das Autoridades Judiciais competentes para primeiro interrogatório judicial de arguido detido".
"A investigação iniciada no ano passado, na sequência dos factos ocorridos no dia 13 de novembro de 2023, aquando da realização da Assembleia Geral Extraordinária do Futebol Clube do Porto, determinou uma ação conjugada no sentido de devolver às instituições e aos cidadãos a sua liberdade de decisão e, promover ainda, que o sentimento de impunidade e insegurança seriam restaurados no âmbito desta realidade desportiva e não só. Por esse motivo foram emitidos, pelo DIAP Porto, 12 mandados de detenção e 11 buscas domiciliárias, na área metropolitana do Porto", lê-se no comunicado da PSP.
A operação policial foi levada a cabo pelo dispositivo da Polícia de
Segurança Pública do Comando Metropolitano do Porto (COMETPOR), "através da Divisão de Investigação Criminal, com o apoio da Unidade Especial de Polícia e demais valências policiais".
No dia seguinte à realização da Assembleia Geral do FC Porto (14 de novembro), o Ministério Público (MP) anunciou a abertura de um inquérito aos incidentes ocorridos na sessão magna do clube.
"Tendo em conta os acontecimentos sucedidos na AG do FC Porto, que teve início em 13 de novembro, amplamente divulgados na comunicação social e suscetíveis de integrarem infrações criminais de natureza pública, foi determinada a instauração de inquérito, que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da Procuradoria da República do Porto", dava conta a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, em comunicado.
O presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) dos 'dragões', José Lourenço Pinto, suspendeu os trabalhos na sequência de uma AG agitada e com confrontação entre sócios, que incidia na deliberação dos novos estatutos dos vice-campeões nacionais de futebol, mas, face à forte afluência, mudou de local à última hora.
Com Lusa