Em todas as escolas públicas houve, pelo menos, um aluno a receber a nota máxima em alguma disciplina, mas é no norte que mais alunos conseguem chegar ao 20 e são sobretudo as raparigas e estudantes menos carenciados.No ano letivo de 2023/2024, os professores atribuíram 39.558 notas máximas nas várias disciplinas, segundo uma análise da Lusa às classificações internas dos alunos do 11.º e 12.º anos dos cursos científico-humanísticos.Na listagem da Lusa, com base em dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), todas as escolas atribuíram a classificação máxima a alguma disciplina a, pelo menos, um aluno, mas as 19 escolas com mais “20” localizam-se no norte do país e há cinco onde essa nota se repetiu mais de 500 vezes na pauta..Rankings continuam a dividir comunidade escolar: diferença entre privado e público acentuou-se. À semelhança do ano anterior, Escola Secundária Alves Martins, em Viseu, volta a liderar o ‘ranking’ com 624 “20” atribuídos aos alunos, seguindo-se as secundárias de Amarante (545), de Penafiel (545), a Alberto Sampaio (506) e a Carlos Amarante (504), ambas em Braga.Nas cinco escolas, a média das classificações internas dos alunos rondou os 15 valores, numa escala de zero a 20, entre dois e quatro valores abaixo dos resultados nos exames.A nível nacional, as raparigas conseguem ter melhores desempenhos com 22.869 “20” atribuídos, que representam 58% do total, enquanto nas pautas surgem 16.689 notas máximas atribuídas a rapazes..Inspeção deteta 25 escolas que atribuem notas demasiado altas ou muito baixas . Por outro lado, os números mostram que chegar àquela nota continua a ser mais difícil para os alunos carenciados, já que apenas 20% dos alunos com, pelo menos, um “20” são beneficiários de Apoio Social Escolar (ASE).Olhando para as disciplinas, as melhores notas são a Educação Física, em que, no ano passado, os professores atribuíram 7.988 “20” aos alunos, seguindo-se Aplicações Informáticas (5.333) e Inglês (4.421).Entre as principais disciplinas sujeitas a exame, é a Matemática A que mais alunos conseguem chegar à nota máxima (2.595), muito acima do número de “20” atribuídos a Português (907), Física e Química (333), História A (282) ou Biologia e Geologia (256)..Há mais alunos a chumbar, contrariando tendência dos últimos anos . O cenário não é muito diferente no ensino privado, onde se contabilizaram 6.818 notas máximas atribuídas (52% a raparigas e 48% a rapazes), das quais 1.374 a Educação Física e 518 a Matemática A.Num universo de 98 escolas analisadas, em 88 houve, pelo menos, dez “20” atribuídos, com destaque para o Externato Ribadouro (609), no Porto, o Colégio D. Diogo de Sousa (417), em Braga, o Colégio Nossa Senhora do Rosário (368), no Porto, o Colégio Oficinas de São José dos Salesianos de Lisboa (299) e o Colégio Paulo VI de Gondomar (288).Nesses colégios, a média das classificações internas dos alunos variou entre os 16,4 e 17,5 valores, com resultados mais próximos dos obtidos nos exames nacionais, que ficaram entre 2,8 e 0,6 valores abaixo das notas dadas pelos professores..Colégio do Porto que lidera ranking já tem tradição de bons resultados. De acordo com um relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência divulgado em fevereiro, as notas têm vindo a subir e parece haver cada vez mais alunos de excelência, tanto no ensino público como no privado.O relatório mostrava que metade dos quase 500 estabelecimentos públicos tem alunos com classificações internas médias entre os 19 e os 20 valores a, pelo menos, uma disciplina.Entre os colégios, essa percentagem dispara: Em 100 estabelecimentos de ensino privados analisados, 86 atribuíram classificações internas médias entre os 19 e os 20 valores a, pelo menos, uma disciplina.