Para a maioria dos portugueses (55%), o centro das suas preocupações passa pela economia familiar ou nacional, motivo pelo qual querem ver este tema debatido já no período eleitoral. Esta é uma das conclusões baseadas nos dados do Barómetro DN/Aximage de abril. Logo a seguir, o tema mais apontado pelos inquiridos para este contexto é a corrupção (45%). Só depois, por esta ordem, surgem a imigração (41%), as pensões (27%) e o investimento em Defesa (3%). E os eleitores da IL e do BE são os mais preocupados com as contas da casa e do país.Neste estudo, foi pedido a cada um dos 667 participantes que respondesse à seguinte pergunta: “Agora que irá ter início a campanha eleitoral, para além das questões de Saúde e habitação, que interessam a todos nós, pessoalmente, quais dos seguintes temas gostaria de ver debatidos (Indique até 2 temas, os mais importantes)?”Partindo da orientação partidária dos inquiridos, a maioria dos que votaram na IL, como no BE (66% em cada partido) estão mais preocupados com a economia familiar do que com qualquer outro desafio. Por outro lado, só 41% de quem votou no Chega quer ver o tema em debate.Ainda no que diz respeito ao partido de André Ventura, os seus eleitores, tendo em conta as várias bandeiras do Chega, são os que estão mais preocupados com a corrupção (59%) e com a imigração (69%). Ainda sobre estes dois temas, os dados indicam que quem votou na AD e no PAN (41% para cada um destes partidos) é quem tem menos interesse em falar sobre corrupção. A meio da tabela, não sendo os que mais se preocupam com o tema, nem os que estão mais distantes, 57% dos eleitores do PS querem ver debatida a economia familiar..No entanto, são os abstencionistas (36%) que estão mais distantes deste tema.No que diz respeito a imigração, os eleitores que menos querem ver este tema a ser discutido são os da IL (19%) e os da CDU (20%).Estas duas forças políticas, porém, estão em extremos opostos no que diz respeito a pensões, com a coligação entre o PCP e Os Verdes a ter os eleitores mais preocupados com o tema (50%), e IL a apresentar aqueles que menos querem vê-lo a ser debatido (9%).O tema menos disputado neste estudo é o investimento na Defesa, com variações entre os eleitores que mais se preocupam com ele - os da AD (27%) - e que não querem, de todo, vê-lo debatido - os do PAN (0%).No que diz respeito à distribuição territorial, na Área Metropolitana do Porto 58% das pessoas que responderam à sondagem mostram-se preocupadas com a economia caseira, tal como acontece com 57% das pessoas na Área Metropolitana de Lisboa. No sul e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, 48% dos inquiridos querem ver os políticos a falar das contas da casa.Também são as mulheres as que mais se preocupam com a economia familiar (60%), ainda que 50% dos homens elejam este tema como o mais importante..Por outro lado, são os mais jovens, nas faixas etárias entre os 18 e os 34 anos, tal como acontece em quem tem entre 35 e 49 anos, que se preocupam mais com a gestão dos desafios económicos nas famílias (65%).Já para 43% dos idosos, acima dos 65 anos, as preocupações económicas são as mais importantes, ainda que, para esta faixa etária, o maior desafio passe pela corrupção (51%). Noutro sentido, no que diz respeito a pensões, só 12% dos mais jovens é que se mostram preocupados pelo tema, enquanto 47% das pessoas acima dos 65 anos o elegem como o mais fundamental. Aqui, também são as mulheres as que mais se preocupam com as reformas(28%), por uma margem curta, porque 26% dos homens também consideram este tema como o mais importante.No programa eleitoral da AD, um dos objetivos é combater “a imigração ilegal e as redes de criminalidade que exploram e instrumentalizam imigrantes”, o que vai ao encontro de 41% dos inquiridos, que destacam este tema como fulcral. Aqui, são as mulheres (42%) as que mais querem ver o tema nas discussões políticas, mesmo que para 39% dos homens seja essencial.No que toca a idades, os jovens, entre os 18 e os 34 anos, são os mais preocupados com a imigração (49%), enquanto apenas 27% das pessoas com mais de 65 anos querem inclui-lo na campanha.Já num dos temas que, nos debates entre os líderes partidários, tem servido para criar cisões entre a CDU - que defende um investimento nas Forças Armadas, mas não uma corrida ao armamento num contexto europeu - e quase todos os outros, o investimento em Defesa só é o mais importante para 16% dos portugueses, sendo que as mulheres (20%) estão mais preocupadas com esta área do que os homens (14%).Saldo positivo de MarceloO desempenho do Presidente da República melhorou no Barómetro de abril face à perspetiva que os inquiridos demonstraram um mês antes. Marcelo é agora visto por 48% dos participantes como estando “bem” ou “muito bem” na sua atuação, enquanto aqueles que consideram que esteve “mal” ou “muito mal” totalizam 41%. Em março, o saldo do Presidente era negativo, com 43% das pessoas a considerarem que esteve “bem” ou “muito bem” e 46% a sentirem que a sua conduta esteve “mal” ou “muito mal”.Entre os que veem o desempenho do chefe de Estado com uma perspetiva otimista, tanto homens como mulheres estão de acordo, com 48% dos representantes dos dois sexos a dizerem que Marcelo esteve “bem” ou “muito bem”.No que diz respeito a idades, 51% dos inquiridos entre os 18 e os 34 anos dizem que Marcelo esteve “bem” ou “muito bem”, tal como acontece com 52% dos inquiridos entre os 50 e os 64 anos.Os participantes na sondagem que votaram na AD em 2024 são os que melhor encaram o Presidente, com 67% entre estes inquiridos a darem-lhe nota positiva. No sentido oposto, 70% dos eleitores da CDU atribuem uma classificação de “mal” ou “muito mal” à atuação do chefe de Estado..Já quando se pergunta aos inquiridos sobre quem é mais confiável, se Marcelo ou Luís Montenegro, a divisão de opiniões é menos diluída, com 43% dos participantes na sondagem a depositarem a sua noção de confiança no Presidente. No entanto, 23% dizem ter igual confiança nos dois, e 19% pendem para o primeiro-ministro.Também são as mulheres as que mais confiam em Marcelo (46%), enquanto 39% dos homens seguem essa tendência. Em relação à confiança em Montenegro, 27% dos homens pendem para o primeiro-ministro, enquanto 16% das mulheres seguem esta via.Ministra da Saúde é a piorAna Paula Martins mantém a pior avaliação de todo o elenco governativo, com 60% dos inquiridos a darem nota negativa à ministra da Saúde. Ainda assim, é de destacar que, na reta final desta legislatura, a cabeça de lista da AD por Vila Real melhorou em seis pontos percentuais este resultado face à sondagem do mês anterior. Além de baixar a nota negativa, Ana Paula Martins também conseguiu, em abril, subir um ponto, para 24%, as notas positivas que obteve em março. É de notar que Ana Paula Martins conseguiu ter 0% de classificação “muito bem” em relação ao seu desempenho por parte dos inquiridos que votaram PS, BE, Livre e PAN.No outro extremo, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, continua com a melhor classificação. Apesar da nota negativa que obteve por parte de 33% dos inquiridos, conseguiu nota positiva por parte de 41% dos participantes. Logo a seguir, Paulo Rangel, que conseguiu nota positiva por parte de 42% dos inquiridos, foi ainda alvo de uma avaliação negativa por parte de 37% dos inquiridos.Ficha Técnica Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política.Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSIl), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 667 entrevistas efetivas: 553 entrevistas CAWI e 114 entrevistas CATI; 328 homens e 339 mulheres; 150 entre os 18 e os 34 anos, 171 entre os 35 e os 49 anos, 152 entre os 50 e os 64 anos e 194 para os 65 e mais anos; Norte 225, Centro 139, Sul e Ilhas 73, Área Metropolitana de Lisboa 230.Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao subuniverso utilizado pela Aximage nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 4 e 8 de abril de 2025. Taxa de resposta: 80,85%.Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 3,8%.Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio..Aposta da AD e PS para a economia familiar passa por subsídios reformulados e IVA Zero