Dirigentes escolares alertam para desigualdade entre alunos nas provas digitais no 9.º ano

Dirigentes escolares alertam para desigualdade entre alunos nas provas digitais no 9.º ano

Associação Nacional de Dirigentes Escolares defende que, caso avance esta opção, não tenha "peso certificativo".
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O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) alertou esta segunda-feira para a falta de igualdade entre alunos para a realização das provas digitais no 9.º ano e defendeu que, caso avance esta opção, não tenha "peso certificativo".

"Não é só por falta de computadores, não é só por falta de técnicos, mas é essencialmente porque boa parte dos alunos, por circunstâncias várias, no 9.º ano, não estarão em condições de trabalharem com os computadores de forma autónoma ou pelo menos que lhe garanta a capacidade total de poderem responder e trabalhar um exame de forma tranquila", realçou, à agência Lusa, Manuel Pereira.

O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) apontou para falta de condições "para garantir a igualdade a todos os alunos", defendendo que, caso se avance para a realização das provas digitais, que estas não tenham "peso certificativo".

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, recebeu esta segunda-feira associações representativas dos diretores escolares para discutir a realização das provas finais do 9.º ano em formato digital, que tem sido contestado por professores e dirigentes.

Manuel Pereira garantiu, no final da reunião, que "há claramente preocupação por parte da equipa ministerial", apontando que este foi o principal tema da reunião.

"Tentamos fazer saber os nossos argumentos, baseado no conhecimento do terreno que nós conhecemos muito bem", frisou, garantindo que a ANDE não tem nenhuma ideia de qual será a decisão a tomar pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação.

O líder da ANDE adiantou ainda que fez chegar ao ministro uma carta com as preocupações da associação sobre o setor, bem como o desejo de num futuro próximo ocorrer uma nova reunião, pedido que foi correspondido por Fernando Alexandre.

"Ficamos genuinamente bem impressionados com o senhor ministro da Educação. Sentimos um enorme vontade de ouvir e de escutar, uma enorme vontade de ajudar a encontrar soluções para os problemas que fomos apresentando. Mas foi uma primeira reunião, primeiro contacto. Aparentemente começamos com o pé direito e acho que isso é muito importante", concluiu Manuel Pereira.

No Porto, à margem de um debate sobre o 25 de Abril em que acompanhou o Presidente da República, o ministro da Educação, Ciência e Inovação reconheceu "urgência em tomar a decisão em relação ao formato dos exames", sublinhando está a ser feita "uma análise" e será tomada uma decisão "esta semana".

"Estamos a recolher mais informação para termos o máximo de informação e garantirmos que os estudantes vão poder, em todo o território nacional, realizar as provas em condições de equidade. Nenhum aluno pode ser prejudicado pelo facto de a sua escola não ter as condições adequadas", disse o ministro, em declarações aos jornalistas.

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