DGS deve decidir nas próximas horas redução do período de isolamento
A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai decidir "nas próximas horas" a questão do período do isolamento de infetados com covid-19. Quem o afirmou foi a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, em entrevista à RTP3.
"Essa situação vai ser decidida e anunciada nas próximas horas. Portugal está a fazer o mesmo que a grande maioria dos países da Europa e do Mundo que é equacionar o período de isolamento. Neste momento, a decisão ainda não está encerrada e vamos esperar mais umas horas", disse Graça Freitas.
Outra situação que também está a ser ponderada é a da "autovigilância" dos doentes assintomáticos, de forma a aliviar a linha de Saúde24: "A questão da medicina geral e familiar que também tem de ter um alívio na sua vigilância das pessoas que ficam em domicílio. Estamos a pensar fazer uma proposta dentro de horas para que as pessoas que não tenham sintomas, mesmo sendo positivas, não só tenham o tal período de isolamento mais encurtado, como podem ficar em autovigilância e caso apareçam sintomas, ligam para a Linha SNS24".
Já esta tarde, à SIC, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, disse que estão a ser avaliados vários indicadores, nomeadamente a incidência e a transmissibilidade da infeção e os internamentos.
Antes, em entrevista à RTP, Lacerda Sales admitiu que, perante a evolução da pandemia, a redução do período de isolamento, adotada também pela Região Autónoma da Madeira e Reino Unido, "é uma possibilidade", sendo uma "matéria que está a ser estudada" pela DGS.
Após a reunião do Conselho de Ministros, o ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, remeteu uma decisão sobre o assunto para as autoridades de saúde, em particular para a DGS, assinalando que em causa está uma decisão técnica e não política.
A Ordem dos Médicos considera que a nova fase da pandemia da covid-19 exige "uma adaptação ágil" das normas e procedimentos, recomendando a redução do isolamento de dez para sete dias.
A Madeira reduziu para cinco dias o isolamento de infetados assintomáticos com o vírus que causa a covid-19 e de quem contactou com casos positivos, acabando mesmo com a quarentena de contactos vacinados com a terceira dose.
As mudanças devem-se à predominância da variante Ómicron do SARS-CoV-2 e à "atual evidência científica", que "sugere que a maior parte da transmissão" ocorre "no início do curso da doença", geralmente, nos dois dias "antes do início dos sintomas" e dois a três dias depois, segundo uma circular da Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira.
Os Estados Unidos reduziram de dez para cinco dias a duração do período de isolamento das pessoas que testam positivo para a covid-19, desde que estejam assintomáticas.
De acordo com fonte dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, a orientação está em sintonia com indicações crescentes de que as pessoas infetadas com o novo coronavírus são mais contagiosas dois dias antes e três dias depois de desenvolverem sintomas.
O Reino Unido diminuiu o período de isolamento de dez para sete dias para pessoas vacinadas que ficaram infetadas.
A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública entende que a informação científica que suporta a redução do período de isolamento de doentes com covid-19 "não é muito robusta", defendendo que as vantagens desta medida devem ser discutidas.