Desconfinamento prossegue mas com Costa atento ao R(t): "Estamos a ir para a zona amarela"
Tal como previsto, o primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira que prossegue como estipulado o plano de desconfinamento anunciado pelo Executivo em 11 de março. Contudo, António Costa não deixou de salientar que um dos índices importantes para definir medidas face à pandemia - o R(t), Índice de Transmissibilidade, que mede quantas pessoas são contagiadas por um infetado - está a evoluir num sentido negativo.
"Estamos a dirigir-nos para a zona amarela", afirmou. E isto pode ter consequências: "Se passarmos o 1, como sempre dissemos, as medidas serão progressivas. Uma coisa é chegarmos a 1,01, outra coisa é termos 1,5 ou 1,2. Temos de graduar devidamente as medidas, agora o esforço que temos de fazer é mantermo-nos no quadrante verde, é esse o esforço que é necessário fazer. Desde que nós façamos esse esforço, nós conseguimos resultados."
O primeiro-ministro tentou, porém, não dramatizar em excesso: "Há um efeito puramente matemático em que quanto mais o número de casos vai diminuindo, o ritmo de transmissão vai naturalmente ficando maior." E, por outro lado, deu-se "evolução positiva entre 9 e 31 de março" do indicador da incidência acumulada por 100 mil habitantes a 14 dias, ao reduzir de 118 para 62,4 novos casos no continente" e "por isso é que os dois critérios [R(t) e Incidência Pandémica] têm de ser sempre lidos em conjunto". Dito de outra forma: o R(t) merece "atenção" mas por enquanto não se elevou a uma posição em que comprometa a evolução do plano de desconfinamento.
Na segunda-feira reabrirão as aulas presenciais do 5º ao 9º ano, as esplanadas (inclusivamente com refeições) e os museus (ver quadro nestas páginas das novas atividades autorizadas). Os museus, monumentos, palácios, sítios arqueológicos e galerias, que podem reabrir a partir de segunda-feira, podem estar abertos até às 22:30 aos dias de semana e 13:00 aos fins de semana e feriados, segundo o Governo.
Na conferência de imprensa que se seguiu a mais uma reunião do Conselho de Ministros, o chefe do Governo enunciou os 19 concelhos onde os níveis de incidência pandémica permanecem acima do que é seguro.
São eles Carregal do Sal, Moura, Odemira, Portimão, Ribeira de Pena e Rio Maior (estes com mais de 240 casos por 100 mil habitantes) e Alandroal, Albufeira, Beja, Borba, Cinfães, Figueira da Foz, Figueiró dos Vinhos, Lagoa, Marinha Grande, Penela, Soure, Vila do Bispo e Vimioso (que registam entre 120 a 240 casos por 100 mil habitantes).
Apelou, neste contexto, a "especiais cautelas" das autoridades de saúde, com o envolvimento dos autarcas, "para assegurar que os casos que existem [nestes concelhos em situação de risco] são devidamente identificados, isolados, travadas as cadeias de transmissão.
Citaçãocitacao"Evitar os convívios com outras pessoas é absolutamente fundamental. O tradicional almoço de Páscoa deve ser mesmo evitado"
Se dentro de duas semanas estes concelhos se mantiverem fora dos níveis de segurança serão determinadas medidas específicas de mitigação da pandemia - nos próprios concelhos e nos limítrofes. Mas para já não. O plano de desconfinamento continua a ter uma validade continental toda por igual.
De resto, o primeiro-ministro empenhou-se em apelos aos portugueses para que evitem os convívios durante o período da Páscoa, considerando que isso será "absolutamente fundamental" para evitar a propagação de casos de infeção de covid-19.
"Evitar os convívios com outras pessoas é absolutamente fundamental. O tradicional almoço de Páscoa deve ser mesmo evitado", disse, explicando que estes momentos de convívio em que as pessoas se juntam à volta da mesa, e naturalmente sem máscara, "são focos de transmissão da doença". "Renovo o apelo para que todos façamos o esforço de evitar que esta Páscoa possa ser uma Páscoa infeliz", insistiu.
Questionado pelos jornalistas, Costa rejeitou qualquer falta de enfermeiros, ou de outros profissionais de saúde, para responder às novas metas do plano de vacinação, contrapondo que estão já identificadas todas as necessidades ao nível de recursos humanos. "Já foi explicado que não faltam enfermeiros. Há os enfermeiros necessários para assegurar o esforço de vacinação."
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