Da Roménia a El Salvador: o feminismo visto pelas embaixadoras estrangeiras em Portugal

Dos 126 embaixadores acreditados em Portugal, 40 são mulheres. Destas, 28 são residentes. Um número que tem vindo a aumentar, à medida que os países apostam numa diplomacia feminista.

Neste Dia da Mulher, o DN desafiou as membros da Associação de Mulheres Embaixadoras (AWA, na sigla em inglês) a responderem a uma pergunta: "O que significa ser feminista no seu país?" As suas respostas são publicadas pela ordem de precedência dos chefes de missão diplomática. Em relação às embaixadoras portuguesas lá fora, das 93 representações diplomáticas de Portugal, 24 são lideradas por mulheres. Há cinco anos, eram apenas 13. "Mas não tenhamos dúvidas de que há ainda um largo caminho a percorrer", indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

ROMÉNIA

Ioana Bivolaru

Ser feminista na Roménia significa combater qualquer forma de discriminação contra as mulheres e encorajar tanto as mulheres como os homens neste desiderato. Encorajar, através do exemplo pessoal, as iniciativas que apoiam as vozes das mulheres, militar pela implementação dos tratados e convenções de que a Roménia é parte, valorizar as conquistas da democracia e manter a vigilância numa altura com desafios e riscos de clivagem. Atuo numa área que apoia de forma pró-ativa a igualdade de género, um objetivo fundamental do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Roménia, onde as mulheres representam quase 50% dos funcionários e ocupam 54% dos cargos de chefia.

ÁFRICA DO SUL

Mmamokwena Gaoretelelwe

Ser feminista significa apoiar e fazer um esforço para capacitar todas as mulheres a realizarem os seus direitos plenos. É preciso defender a igualdade política, económica e social entre os sexos. Empoderar as mulheres através de: 1. Igualdade de acesso à educação para assegurar que as mulheres têm acesso a educação em todos os níveis; 2. Monitorizar a implementação da Lei de Igualdade no Emprego para garantir que as mulheres são tratadas igualmente no ambiente de trabalho e desenvolver uma forma de avaliar o cumprimento por parte do empregador; 3. Monitorizar a nomeação de mulheres em altos cargos, por exemplo, em Ministérios, nos serviços públicos e como CEOs de empresas.

FILIPINAS

Celia Anna Mallari Feria

Ser feminista nas Filipinas significa libertar o poder de mais de 56 milhões de mulheres, jovens e seniores, para realizarem o seu potencial como importantes partes interessadas na construção da nossa nação. O feminismo empodera as mulheres em todos os níveis da sociedade, tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas, para que tomem decisões por si mesmas, pelas suas famílias e pelas suas comunidades. Ser feminista nas Filipinas desafia as desigualdades na sociedade e abre as portas para escolhas que influenciam positivamente a educação, carreira, futuro, família e comunidade de cada mulher. Permite-lhes fugir de relações abusivas, da pobreza e mesmo de situações de conflito, elevando assim a sua vida e a da sua família, a da sua comunidade e a do país.

ESPANHA

Marta Betanzos

A política externa da Espanha é feminista. Isto significa para mim como Embaixadora um compromisso diário e permanente de conseguir, através do meu trabalho, criar as condições que permitam a participação e contribuição das mulheres na vida coletiva, com o mesmo nível de satisfação e responsabilidade que os homens. O nosso compromisso com a justiça, saúde, educação, ciência, cultura ou empreendedorismo contribui para erradicar a violência contra a mulher e fortalecer a sociedade.

CROÁCIA

Anita Tršić

Quando falamos sobre o entendimento do feminismo na Croácia, gostaria de dizer algumas palavras sobre a primeira jornalista croata a lutar pela igualdade das mulheres no trabalho e na vida, que era a Marija Juricć Zagorka (1873-1957). Em 1903, ela liderou os primeiros protestos femininos na capital Zagreb, ao mesmo tempo manteve palestras sobre as mulheres na política, a luta pelos direitos de voto, etc. Além da política, ela também escreveu textos polémicos no seu trabalho jornalístico, no qual defendia a igualdade. A sua luta contra a discriminação das mulheres inspirou novas gerações na Croácia até hoje.

ESLOVÉNIA

Blažka Kepic

Ser feminista na Eslovénia significa acreditar em direitos e oportunidades iguais para mulheres e homens em toda a sua diversidade. Significa lutar contra os estereótipos de género e lutar pelo empoderamento de mulheres e raparigas em todos os domínios das suas vidas, incluindo as esferas social, económica e política. As feministas são essenciais na resposta ao tema generalizado da violência contra as mulheres e defendem os direitos sexuais e reprodutivos, assim como o pagamento igual por trabalho igual. Por iniciativa da nossa ministra dos Negócios Estrangeiros e Europeus, Tanja Fajon, estes e outros aspetos da Política Externa Feminista vão ser um pilar da construção da nova Política Externa Eslovena.
(Embaixadora não-residente)

TIMOR-LESTE

Isabel Amaral Guterres

Ser feminista em Timor-Leste significa empoderar as mulheres de forma a reconhecerem as suas potencialidades e participarem no desenvolvimento do país.

TAILÂNDIA

Krongkanit Rakcharoen

A igualdade de género desempenha um papel significativo no avanço da Tailândia enquanto nação de estabilidade, prosperidade e sustentabilidade. A Tailândia está cada vez mais a prestar atenção a este tema, especialmente o empoderamento das mulheres. Atualmente, têm sido implementadas políticas e leis, mas muito continua por fazer para reduzir a disparidade de género na prática.

FINLÂNDIA

Satu Suikkari-Kleven

Para mim, ser feminista na Finlândia é lutar por direitos e oportunidades iguais para todos os géneros. O feminismo tem fortes raízes na sociedade finlandesa, com as primeiras deputadas do mundo a serem eleitas na Finlândia em 1907. Feitos recentes incluem uma reforma que deu a ambos os pais uma quota igual de licença parental e uma reforma da lei dos crimes sexuais. A eliminação da violência contra as mulheres e a diminuição da disparidade salarial entre géneros continua a ser uma prioridade da agenda. No feminismo finlandês existe um forte foco em abordar formas sobrepostas de desigualdade. As mulheres têm sido as pioneiras na igualdade de género, mas ser feminista não está ligado ao género. As e os feministas estão unidos pelo desejo de permitir que todos tenham os mesmos direitos e oportunidades.
(Presidente da AWA -Associação de Mulheres Embaixadoras)

NORUEGA

Tove Bruvik Westberg

Ser feminista na Noruega significa manter o foco nos direitos pelos quais as gerações anteriores lutaram e que conquistaram. Significa um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional, serviços de saúde e educação. Contudo, isso não significa que possamos tomar os direitos como garantidos. Ser feminista implica ensinar às próximas gerações que a igualdade de direitos deve ser a norma na sociedade. No cenário internacional temos de estar atentos e nunca esquecer que ainda há direitos a serem conquistados - a liberdade de expressão e educação para as mulheres são dois exemplos.

SENEGAL

Fatoumata Correa

Depende de que lado estamos! Para os homens de certa idade, ser feminista significa querer negar as próprias tradições e procurar parecer-se com pessoas com as quais não compartilhamos os mesmos valores. Para as mulheres, significa apenas ser reconhecida como um ser humano pleno com os seus deveres, claro, mas também com os seus direitos, que devem ser respeitados.

POLÓNIA

Joanna Maria Pilecka

O papel de mulheres na sociedade polaca é indiscutível. Por causa da história turbulenta da Polónia, marcada pelos tempos de guerra, as mulheres polacas desde cedo tinham que assumir as responsabilidades e tarefas tradicionalmente masculinas. Tinham que ser fortes, independentes e capazes. O direito de voto foi concedido às mulheres polacas já em 1918. Ainda antes, em 1911, Maria Skłodowska-Curie recebeu o seu segundo Prémio Nobel. São apenas dois exemplos que mostram o legado das mulheres polacas, que continuam a ser fortes, independentes e capazes, e que trabalham para um mundo melhor para todos.

DINAMARCA

Maria Nilaus Tarp

O feminismo na Dinamarca é um desenvolvimento contínuo que se foca na criação de uma cultura e sociedade onde todos sentem que têm oportunidades iguais, independentemente do género, nacionalidade, etnia, sexualidade ou crenças religiosas. A ministra da Igualdade, Marie Bjerre, salienta que "devemos alargar o conceito de género, porque trata-se, em última instância, de liberdade pessoal". Há algumas estruturas sociais que precisam de ser mudadas. Neste ponto, o feminismo e a luta pela igualdade passam por temas como licença de maternidade e paternidade, igualdade salarial, prevenção de assédio sexual, proteção às pessoas LGBTI+ e uma distribuição de género a todos os níveis, para garantir que todos gozam dos mesmos direitos, proteção e oportunidades.

COSTA DO MARFIM

Annick Capet Bakou

O feminismo visa acabar com o sexismo, a exploração e opressão das mulheres e criar as condições para uma igualdade real entre homens e mulheres. Se esta é a definição do feminismo, diria que na Costa do Marfim as mulheres estão a lutar por melhorar as suas condições de vida. De facto, hoje as mulheres costa-marfinenses estão a falar. E estão comprometidas em organizações para melhorar o acesso à educação para as jovens raparigas, pelo empoderamento das mulheres, a sua formação política e liderança. Ousam denunciar a violência de género, o assédio sexual nas universidades e locais de trabalho, que durante muito tempo foi tolerado. Por todas estas razões, diria que as mulheres costa-marfinenses são feministas com um F maiúsculo.

CUBA

Yusmari Díaz Pérez

Em Cuba, o movimento feminista procura a justiça social e a não discriminação no gozo dos direitos das mulheres. É uma corrente de pensamento que partilha a Constituição da República de 2019, o Código de Família e o Código Penal de 2022, alargando as bases e garantias de igualdade de direitos e responsabilidades para todos nas esferas económica, política, cultural, laboral, social e familiar. Temos um Programa Nacional para a Promoção da Mulher que põe em prática os compromissos internacionais assumidos em matéria de igualdade de género; e foi aprovada a "Estratégia global para a prevenção e atenção à violência de género e à violência na família". Cuba está a fazer progressos na área do empoderamento das mulheres.

EUA

Randi Charno Levine

Como mãe de filhas e avó de netas, acredito que a igualdade de género é um valor fundamental americano. Por isso, apesar das definições de feminismo poderem diferir, enquanto defensora, apoiante e mentora de mulheres e raparigas, para mim ser feminista nos EUA é ser alguém que acredita e se comporta de forma consistente com a igualdade social, económica e política das mulheres; e aceita todas as mulheres e as suas escolhas individuais. O feminismo não se limita às mulheres: os homens também podem ser grandes feministas!

CHILE

Marina Teitelboim

Ser feminista no Chile significa promover a igualdade formal e fundamental de direitos e procurar a eliminação de todas as formas de violência e discriminação com base no género. As áreas de ação são: igualdade de direitos; autonomia e empoderamento económico; direitos sexuais e reprodutivos; conciliação e corresponsabilidade dos cuidados; mudança social e cultural. O Governo do Chile define-se como um governo feminista, comprometido com a transversalização de género em todas as ações do Estado. Neste esforço, o Governo foi constituído de maneira paritária, dado que, dos 24 Ministérios, 13 são liderados por Ministras e das 29 Secretarias, 19 são chefiadas por mulheres.

ALEMANHA

Julia Monar

Para os diplomatas alemães, ser feminista na Alemanha significa seguir uma política externa feminista. A ministra das Relações Externas Annalena Baerbock acaba de lançar as diretrizes que vão influenciar todo o nosso trabalho na política externa, assim como no próprio país. A Alemanha vai defender que os direitos das mulheres e raparigas devem ser respeitados e promovidos em todo o mundo, e vai interceder pela participação equitativa das mulheres em todas as áreas da sociedade e na representação da política externa. A Alemanha irá também, de forma mais sistemática, alocar recursos financeiros em prol desta causa e nomeará uma mulher embaixadora para promover a sua política externa feminista.

ESTÓNIA

Moonika Kase

Há pelo menos 150 anos que se defendem os direitos das mulheres na Estónia. Contudo, os anos de ocupação no século XX não contribuíram para a consciencialização do feminismo, razão pela qual essa consciencialização ainda não está presente em toda a cultura e integrada na vida quotidiana. É claro que nas últimas décadas, o Estado fez um trabalho consciente e consistente para o equilíbrio dos géneros e os direitos das mulheres para ajudar a alcançar a paridade de género e garantir os direitos das mulheres. Na Estónia de hoje, feminista pode ser qualquer pessoa para quem uma sociedade tolerante e igual é importante e temos muitas pessoas assim. Acredito que a sociedade estónia está preparada para dar mais passos neste campo.

PAÍSES BAIXOS

Margriet Leemhuis

Sabia que a primeira mulher médica na Europa era neerlandesa? Os Países Baixos conheceram várias ondas de movimentos feministas ao longo da sua história. Sinto-me muito orgulhosa que recentemente foi adotada nos Países Baixos uma Política Externa Feminista. Significa que os direitos iguais e a igualdade tornam-se o foco principal de todos os aspetos da política externa neerlandesa. Sempre fui feminista, e solidária com mulheres. Nos Países Baixos e em Portugal muitas mulheres experienciam violência física e/ou sexual em algum momento das suas vidas. Isto tem de ser resolvido - homens e mulheres, juntos.

SUÉCIA

Elisabeth Eklund

A Suécia é considerada um dos países mais igualitários do mundo. E sabemos que os progressos alcançados a nível da igualdade de género contribuíram para os altos níveis de emprego e crescimento económico da Suécia. A forma sueca de integrar políticas de igualdade de género em todas as áreas da sociedade - governação, educação, cultura e desporto está a dar frutos: atualmente, a nossa seleção feminina de futebol está entre as melhores do mundo, por exemplo. No entanto, como feminista na Suécia, é preciso reconhecer que todo este progresso é resultado de muita dedicação, esforços e decisões sensatas, e portanto, nunca podemos baixar a guarda sobre os progressos que têm sido alcançados na área da igualdade de género.

LUXEMBURGO

Martine Schommer

Para mim ser feminista é comprometer-me para que as mulheres sejam livres de fazer as suas escolhas de vida, e não somente em teoria, mas na realidade. É também ajudar as jovens a ter confiança nelas mesmas para se afirmarem na vida profissional e acreditarem plenamente nas suas capacidades iguais. Penso que é um compromisso diário nas grandes causas, mas também nos pequenos atos do quotidiano. Como fui na minha profissão de diplomata a primeira mulher luxemburguesa em muitos cargos elevados, de diretora-geral política a sherpa do primeiro-ministro ou representante permanente junto da UE com todos os desafios que isso implica para uma mulher, estou profundamente convencida de que este compromisso feminista vale a pena.

FRANÇA

Hélène Farnaud-Defromont

Penso que há várias formas de ser feminista na França de hoje. Os direitos das mulheres têm progredido desde as duas últimas gerações, mas falta fazer muito. Intensificando a luta contra as violências feitas às mulheres. Denunciando e corrigindo as desigualdades, profissionais e salariais, que ainda existem entre mulheres e homens. Protegendo os direitos das mulheres conquistados pelas nossas avós e pelas nossas mães, como o direito ao aborto, que o Parlamento francês apressa-se a inscrever na Constituição. Mas também encorajando cada uma e cada um de nós a adotar no quotidiano atitudes favoráveis à igualdade. Visto que o feminismo é fundamentalmente um humanismo, ao serviço de toda a sociedade.

CANADÁ

Elise Racicot

As mulheres e as raparigas são afetadas de forma desproporcional pelos conflitos e pelas alterações climáticas e é por isso que a política externa feminista do Canadá e a Política de Assistência Internacional Feminista do Canadá as colocam no centro de tudo o que fazemos. O Canadá também procura a igualdade do género e o empoderamento económico das mulheres através de políticas de comércio inclusivas. A igualdade de género hoje é essencial para um amanhã sustentável. Como defensor de longa data de igualdade de género e do empoderamento de mulheres e raparigas, o Canadá irá continuar a promover o avanço das mulheres e raparigas em toda a sua diversidade.

SÉRVIA

Ana Ilic

Há 60 anos, em 1963, o meu país nomeou a primeira mulher embaixadora. Naquela altura, a diplomacia, tal como muitas outras profissões, era puramente masculina. Quando entrei no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Sérvia, há 22 anos, havia apenas algumas mulheres embaixadoras e hoje quase um terço dos embaixadores sérvios em todo o mundo são mulheres. A diplomacia já não é uma profissão masculina. Hoje, a nossa primeira-ministra é uma mulher, dez ministras são mulheres, 40% dos membros do Parlamento são mulheres. Percorremos um longo caminho e a minha geração fez um progresso significativo na integração da perspetiva de género, mas há ainda muitos desafios que precisam de ser enfrentados para alcançar uma plena igualdade.

AUSTRÁLIA

Indra McCormick

A Austrália orgulha-se de ser o lar da cultura contínua mais antiga do mundo, bem como de pessoas de todos os outros países do mundo. Ser feminista na Austrália é trabalhar por uma cultura inclusiva, que retira força da nossa diversidade e luta pela igualdade para todos os nossos cidadãos. Enquanto feminista e diplomata representando a Austrália, eu inspiro-me nas mulheres fortes da minha família e em modelos como a ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong.

EL SALVADOR

Rhina Bardi

Ser diplomata no meu país é trabalhar a favor das mulheres salvadorenhas. Como parte da Rede de Mulheres Diplomatas do Serviço Exterior, no nosso Ministério das Relações Exteriores que é liderado por uma titular e duas vice-ministras, contribuímos para a conquista de espaços mais inclusivos e participativos no cenário internacional. Trabalhamos pela divulgação e implementação dos programas promovidos pela nossa primeira-dama, Gabriela de Bukele, que promove a criação de leis e políticas públicas para o bem-estar e proteção da mulher e da Primeira Infância no nosso país, como a Lei Nascer com Afeto.

UNIÃO EUROPEIA

Sofia Moreira de Sousa

A União Europeia é um bastião da defesa e promoção da igualdade de género e dos direitos das mulheres, não só na própria União e nos 27 países que a constituem, mas também no resto do mundo. Ser feminista na União Europeia é saber que esta foi, é e vai continuar a ser uma luta de todos os dias. É não sermos complacentes. É não darmos por adquirido aquilo que foi conseguido com tanto trabalho e sacrifício ao longo dos anos. É não perdermos de vista o muito que ainda há a fazer, nomeadamente em relação à violência de que as mulheres são vítima, incluindo online, à discriminação salarial e aos "tetos de vidro" que existem no setor público, mas sobretudo no privado. É, acima de tudo, trabalhar todos os dias para um mundo mais justo para todas e todos.
(Chefe de representação da Comissão Europeia em Lisboa)

A IMPORTÂNCIA DA DIPLOMACIA NO FEMININO

João Gomes Cravinho, Ministro dos Negócios Estrangeiros

A política externa portuguesa, nas suas diversas dimensões, tem subjacente a promoção da igualdade de género. Na esfera multilateral, e nomeadamente nas Nações Unidas, essa é uma das nossas principais bandeiras.

A nível interno, o número de mulheres dedicadas à condução da nossa política externa tem aumentado, tanto em número de mulheres diplomatas, como em termos de cargos de chefia.

Só há 25 anos é que, pela primeira vez, uma mulher assumia as funções de chefia de missão de uma Embaixada portuguesa. Nos últimos anos vimos a primeira mulher a servir como Secretária-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a primeira mulher Diretora-Geral de Política Externa, a primeira mulher Diretora-Geral de Assuntos Europeus, a primeira mulher nomeada Embaixadora na Missão Permanente junto das Nações Unidas, em Nova Iorque. Como último exemplo, no ano passado uma jovem diplomata foi colocada em Teerão pela primeira vez, um posto tradicionalmente ocupado por homens.

Mas não tenhamos dúvidas de que há ainda um largo caminho a percorrer. Enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros encontro-me firmemente empenhado em continuar a promover esse caminho e em dar especial atenção à questão da representatividade de género no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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