Os homens praticam mais desporto mais cedo (54,2%), à noite (59,1%), ao ar livre (53,4%) e sozinhos (54,7%), enquanto as mulheres praticam mais em locais especializados (75,0%) e em grupo do (64,4%). Estas são algumas das conclusões do Estudo da BNP Paribas, com a Universidade Católica, ontem apresentado e que pretende ser um radiografia da prática desportiva num mundo cada vez mais tecnológico. Dos inquiridos, há mais mulheres a admitir treinar (56,5% contra 43,5% dos homens), mas os homens praticam mais desporto e mais vezes por semana.Mais de metade (65,1%) disseram praticar desporto com regularidade e a maioria (51,5%) admitiu benefícios ao nível da saúde mental. A saúde física (30,3%), o controlo do peso (19,3%) e a gestão do stress (16,6% e mais evidente na faixa etária entre os 40 e os 49 anos) estão entre os motivos que levam os portuguesas a praticarem exercício físico, tal como a diversão e a autoestima. A socialização, a estética (mais saliente nas idades entre os 19 e os 29 anos) e a indicação médica apareceram com uma menor expressão (5,4%, 7,5% e 8,1%). A falta de tempo e de energia, bem como a falta de interesse e de companhia, surgiram como os principais obstáculos à prática de exercício, em especial na idade sénior. Mas há uma percentagem considerável (72,4%) de mulheres que apontam razões financeiras para não praticar desporto.O estudo mostra também que há mais pessoas da região Norte (34,1%) a fazer exercício, com Lisboa (29,4%) em segundo lugar. O Ginásio foi apontado como o tipo de atividade mais praticada entre os inquiridos (31,2%), seguido da corrida (18,4%) e de Yoga/ Pilates (13,7%) - a atividade que mais atrai as mulheres (87,9%). Já os homens praticam mais corrida (62,8%), ciclismo (79,6%) e natação (59,8%).Entre os participantes com filhos menores, 73,9% indicaram que estes praticam desporto, destacando-se a natação, o futebol, a musculação e as artes marciais...e a maioria em ambiente de um clube (62,8%). Tecnologia com uso diversoAinda segundo o estudo, mais da metade da população portuguesa usa tecnologia durante a prática de exercício físico, com destaque para a monitorização de desempenho e reprodução de música. Os participantes destacam que a tecnologia melhora a motivação, a personalização e a sensação de segurança, sendo os dispositivos mais utilizados o telemóvel e os wearables. Os homens e os jovens são aqueles que mais utilizam dispositivos eletrónicos, mas enquanto as mulheres os utilizam para aumentar a motivação, os homens utilizam mais o dispositivo de geolocalização, para saberem onde estão. A recolha de dados foi realizada por meio de um questionário online, via plataforma Qualtrics, e chamadas telefónicas, com uma duração média de 15 minutos por participante, entre 28 de março e 5 de maio deste ano, com 1103 participantes, uma amostra representativa da população portuguesa ao nível de idade, género e localização geográfica, de acordo com os Censos 2021. Apesar do Instituto Nacional de Estatística não ter dados integrados do setor do Desporto desde 2016, é possível estimar a sua mais valia olhando para o valor acrescentado bruto de 1,8 mil milhões/ano gerado pelas 25 mil empresas envolvidas na atividade desportiva no triénio 2010-12 (a última vez em que foi contabilizado) e os 62.814 mil empregos criados há mais de uma década.E há setores da sociedade que também beneficiam com a prática desportiva, como a Saúde, Turismo, Educação e Coesão Territorial, segundo conta o estudo da Confederação do Desporto de Portugal sobre impacto do setor do desporto no dia-a-dia da economia portuguesa, apresentado em outubro do ano passado. isaura.almeida@dn.pt