PJ manda incinerar sete toneladas de droga.
PJ manda incinerar sete toneladas de droga.Divulgação Polícia Judiciária

Consumo de drogas aumentou 20% na última década em todo o mundo

Existem 292 milhões de consumidores de droga, a nível mundial. A produção de cocaína atingiu um recorde e aumentaram as tentativas de suicídio relacionadas com a canábis.
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O aparecimento de novos opiáceos sintéticos, um aumento na produção e distribuição de cocaína, o uso de drogas psicadélicas e os efeitos na saúde de drogas como a canábis são alguns dos tópicos abordados no Relatório Mundial sobre Drogas 2024 do UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime). 

Segundo este relatório, o número de consumidores de droga aumento 20% na última década sendo, atualmente, estimado em 292 milhões, em todo o mundo. “A canábis continua a ser a droga mais consumida a nível mundial (228 milhões), seguida dos opiáceos (60 milhões de consumidores), das anfetaminas (30 milhões), da cocaína (23 milhões) e do ecstasy (20 milhões)”, pode ler-se no documento.

A produção global de ópio diminuiu 74% em 2023. “As consequências, a longo prazo, incluindo a pureza da heroína e a transferência para outros opiáceos por parte dos consumidores de heroína (...)” pode acontecer. Aliás, novos opioides, como  nitazanes, “um grupo de opioides sintéticos que podem ser mais potentes que o fentanil, surgiram recentemente em vários países de elevados rendimentos, levando a um aumento das mortes por overdose”, continua o documento.

O Relatório Mundial sobre Drogas 2024 dá conta dos efeitos nefastos da canábis, a droga mais consumida em todo o mundo. “Em janeiro de 2024, Canadá, Uruguai e 27 jurisdições dos Estados Unidos legalizaram a produção e venda de canábis para uso não medicinal, enquanto várias abordagens legislativas surgiram noutras partes do mundo”, pode ler-se.

No entanto, esta legalização não ajudou a diminuir os problemas com o uso desta droga. “Nessas jurisdições da América, o processo parece ter acelerado o uso nocivo da droga e levado a uma diversificação dos produtos de canábis, muitos deles ricos em THC”. As consequências são sérias: “As hospitalizações relacionadas com perturbações relacionadas com o consumo de canábis e a percentagem de pessoas que sofrem de perturbações psiquiátricas e tentativas de suicídio associadas ao consumo habitual de canábis aumentaram no Canadá e nos Estados Unidos, especialmente entre jovens adultos”.

O aumento de produção e circulação de cocaína é outra preocupação da ONU. “Em 2022 foi produzido um novo recorde de 2757 toneladas de cocaína, o que representa um aumento de 20% em relação a 2021. (...) O cultivo global da coca aumentou 12% entre 2021 e 2022, atingindo 355 mil hectares”. Por isso, o documento assinala umboom prolongado da oferta e da procura de cocaína”, tendo este coincidido com “a escalada de violência nos Estados, ao longo da cadeia de abastecimento (...) e um aumento dos danos para a saúde nos países de destino, incluindo os da Europa Ocidental e Central”.

O documento sublinha, ainda, “um crescente interesse comercial” pelas drogas psicadélicas. 

PJ manda incinerar sete toneladas de droga

Esta quarta-feira, 26, Dia Internacional Contra Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, a Polícia Judiciária procedeu à destruição, por incineração, de cerca de sete toneladas de vários tipos de drogas ilícitas apreendidas pelos órgãos de polícia criminal e serviços aduaneiros e de segurança com competências em matéria de fiscalização, prevenção e investigação criminal nesta matéria.

No ano passado foram apreendidas, em Portugal, 22 toneladas de cocaína, 38 toneladas de haxixe e quantidades menores de outros tipos de drogas, como opiáceos, entre estes a heroína, e drogas sintéticas.

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