A Companhia Carris de Ferro de Lisboa, contratou por 1,2 milhões de euros (995.515,20 mais o IVA) a empresa MNTC – Serviços Técnicos de Engenharia, com sede no Monte da Caparica, para realizar os serviços de manutenção dos elevadores de Santa Justa, Bica, Lavra e Glória – este último objeto de um trágico acidente nesta quarta-feira que provocou, pelo menos 16 mortos.De acordo com a informação disponível no portal base.gov, que regista os contratos públicos, este compromisso foi firmado em 2022, pelos atual presidente e vice-presidente da Carris, o jurista Pedro Bogas e a engenheira civil Maria de Albuquerque Duarte. Tratou-se do contrato de maior valor desta empresa constituída em 2009, a larga distância de todos os outros - o segundo mais elevado foi de 115 mil euros com o Instituto de Emprego e Formação Profissional.O contrato prevê a “duração inicial” de 12 meses, “podendo ser renovado por iguais períodos até um limite de 36 meses, desde que não seja denunciado”. Terá terminado só a 31 de agosto último, depois de um concurso público, aberto em abril, ter sido cancelado. Mas em setembro foi de novo contratada por ajuste direto (ver mais abaixo).O valor é pago em duas componentes. A primeira, no total de 852 mil euros, é a “assistência permanente, serviços de manutenção preventiva, preditiva, curativa e corretiva (que inclui deslocação, mão-de-obra e materiais), é dividida em 36 prestações mensais, iguais e sucessivas, no valor de 23,653,20 euros. Para cada um dos elevadores, incluindo o da Glória, é paga uma avença mensal de cerca de seis mil euros.A segunda, no valor de 144 mil euros, destina-se aos “serviços de reparação de danos decorrentes de atos de vandalismo, acidentes/albaroamento”.De acordo ainda com o portal base.gov, a empresa tem registados um total de 42 contratos com entidades públicas, num total de 3,8 milhões de euros.A manutenção de piscinas municipais é o principal objeto dos contratos e a maior parte das entidades adjudicatárias são juntas de freguesia (Belém, Parque das Nações, São Vicente, Penha de França, Santa Clara, Avenidas Novas), mas também o município de Almada, a Fundação Inatel e o Instituto de Emprego e Formação Profissional.Concurso para novo contrato canceladoSegundo informação da página oficial da Carris, em maio deste ano, o ascensor da Glória foi sujeito a uma "imobilização Temporária" de quatro a sete desse mês, "devido a trabalhos de manutenção".Tinha também sido alvo de, pelo menos, outras duas operações: uma manutenção regular em 2022 e uma reparação intercalar em 2024."Os trabalhos de manutenção são essenciais para manter o bom funcionamento e segurança do ascensor", escreve a companhia.Entretanto, de acordo com uma notícia do jornal digital Eco, o concurso aberto em abril passado para um novo contrato de manutenção acabou cancelado este mês, devido ao preço.O valor previsto era de 1,19 milhões de euros, mais impostos para 36 meses, mas nenhuma empresa apresentou propostas dentro desse preço base.O contrato com a MNTC terminou a 31 de agosto, mas, segundo já confirmou a própria Carris, "para não interromper o serviço" até ser lançado um novo concurso, foi feito um ajuste direto por cinco meses - cujo valor não foi divulgado - com a mesma empresa.