Os concursos para contratar médicos especialistas recém-formados estão atrasados, alertou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), sublinhando que o prazo para colocar mais profissionais nos serviços de saúde públicos terminou na sexta-feira.“Desde há quatro anos que, por lei da Assembleia da República, o Governo é obrigado a abrir concursos para recém-especialistas no prazo de um mês”, contou à Lusa o ex-presidente do SIM Jorge Roque da Cunha.As listas de classificação final do processo de avaliação do Internato Médico foram homologadas a 12 de novembro e, na sexta-feira, completou-se “o prazo legal de 30 dias (…) sem que tenham sido abertos os procedimentos concursais legalmente previstos, por forma a colmatar as necessidades que permanecem por suprir”, sublinha o SIM num comunicado publicado na sua página online.Para Jorge Roque da Cunha, os concursos deveriam abrir “logo após” saírem as notas, até porque estes processos de avaliação acontecem, todos os anos, na mesma altura.“Por cada dia que passa em que os especialistas estão sem noção de quais as vagas abertas e para onde podem ir é mais um dia dado aos privados, que andam há meses ou há anos a aliciar os médicos”, alertou Roque da Cunha, criticando a “falta de planeamento crónica” que acaba por prejudicar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).Para o SIM, deveria haver uma “disponibilização permanente das vagas” em vez de “modelos concursais rígidos, com janelas temporais limitadas”, que considera não responder às necessidades reais do SNS nem às expectativas dos médicos.Através da disponibilização permanente das vagas e da abertura integral das necessidades identificadas, o sindicato acredita que haveria “mais oportunidades de contratação e de fixação de médicos”, lê-se na página do SIM. .Atrasos em concursos impedem milhares de médicos de progredir na carreira e de ter mais salário