Os presidentes das federações nacionais de concessionários de praia, João Correia, e de nadadores-salvadores, Alexandre Tadeia, defenderam esta quarta-feira um modelo de vigilância das praias durante todo o ano e não só durante a época balnear..Na véspera de se iniciar a época em mais de um terço das zonas balneares portuguesas, os dois responsáveis lamentaram os recentes desaparecimentos e mortes por afogamento em zonas não vigiadas, por não ter arrancado ainda a época balnear..João Correia disse à agência Lusa que a solução não passa por antecipar e alargar a época balnear, mas por adotar um novo modelo que permita equipas de vigilância e salvamento sempre disponíveis quando as previsões meteorológicas indicarem maior afluência às praias.."Se estiver bom tempo em fevereiro as pessoas vão à praia. Se estiver muito calor em março, como este ano, as praias estão cheias. Portanto, tem de haver uma equipa de salvamento preparada o ano inteiro para atuar sempre que for necessário", defendeu..O presidente da Federação Portuguesa de Concessionários de Praia apelou às câmaras municipais do país para seguirem o modelo da autarquia de Matosinhos (distrito do Porto).."A Câmara de Matosinhos tem uma equipa de nadadores-salvadores disponível para fazer vigilância nas praias durante todo o ano, sempre que haja indicação de muito calor e grande afluência às praias. Esta câmara deveria ser um exemplo", explicou João Correia..O responsável indicou, contudo, que "está tudo pronto" para mais uma época balnear em segurança, embora ainda haja "muitos nadadores-salvadores que são estudantes e estão ainda em exames nacionais e, por isso, só chegam mais tarde"..Também o responsável da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (Fepons), Alexandre Tadeia, defende que o modelo de vigilância nas praias deve ser revisto.."Defendemos isso há mais de dez anos. Oitenta e cinco por cento dos afogamentos poderiam ser evitados se houvesse meios disponíveis durante o inverno, não só durante a época balnear", afirmou..O presidente da Fepons lamentou os recentes acontecimentos na praia de Espinho, onde desapareceram dois jovens, e no rio Vouga, em Águeda, onde morreram duas crianças..No seu entender, estes registos mostram que o atual modelo não garante a segurança necessária..Das 650 áreas balneares portuguesas, 175 começaram a época a 01 de junho e 246 iniciam a temporada na quinta-feira (dia 15)..Segundo a legislação, a época balnear pode decorrer entre 01 de maio e 15 de outubro para efeitos da "exploração e funcionamento de concessões de apoio balnear e seus serviços acessórios". Abrange todas as praias de banhos, sejam marítimas ou fluviais, que são vigiadas por nadadores-salvadores..Compete às câmaras municipais definir a época balnear em cada praia do seu concelho, motivo pelo qual o calendário é cada vez mais variável de praia para praia, até dentro do mesmo município..A época balnear começou durante o mês de maio para 43 praias, sobretudo em Cascais, Oeiras (ambos no distrito de Lisboa) e Albufeira (distrito de Faro)..Em quase metade das praias fluviais do país, a época balnear é mais curta, decorrendo de 01 de julho a 31 de agosto.