Hospitais Garcia de Orta, Barreiro e Setúbal funcionariam em rede. Este último serviria de tampão a toda a zona sul da Península.
Hospitais Garcia de Orta, Barreiro e Setúbal funcionariam em rede. Este último serviria de tampão a toda a zona sul da Península.

Comissão propôs criação de Centro Materno Infantil no Garcia de Orta para resolver problemas na Margem Sul

Presidente da Comissão Materno Infantil diz que há uma proposta para resolver problema de fundo e que hospitais da Margem Sul têm especialistas para funcionarem em rede e manter urgências abertas.
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A Comissão Nacional para a Saúde Materno Infantil, liderada pelo médico Alberto Caldas Afonso, foi nomeada pela ainda ministra da Saúde, em julho do ano passado, com a missão da reorganização dos cuidados nesta área em todo o país, mas a verdade é que a resposta na Margem Sul continua a ser um problema com dimensão diferente da de outras regiões. Por exemplo, no próximo fim-de-semana, segundo indica hoje a escala do SNS, os serviços dos três hospitais Garcia de Orta, Barreiro e Setúbal, estarão fechados.

Mas ao DN, Caldas Afonso, voltou a referir nesta quarta-feira, que a comissão que dirige apresentou uma proposta ao Ministério da Saúde para resolver o problema de fundo que existe. E esta assenta na criação de uma Rede de Referenciação de Cuidados, para que todos os hospitais “trabalhem em rede em toda a atividade”, e na criação de um Centro Materno Infantil no Hospital Garcia de Orta, que é “o hospital que consideramos de charneira naquela região, já que tem maior capacidade e diferenciação”.

A verdade é que tal proposta não avançou ainda, embora o médico saliente, que se trata de “um documento técnico, que está em discussão pública, e não de um documento que tenha qualquer tipo de dependência política ou de influência política”. Caldas Afonso sustenta ainda que a proposta apresentada tem como objetivo “otimizar os recursos, de acordo com as características das populações e dos locais, para se dar resposta a todos com maior facilidade”.

Hospitais Garcia de Orta, Barreiro e Setúbal funcionariam em rede. Este último serviria de tampão a toda a zona sul da Península.
Direção Executiva reúne com hospitais da Margem Sul para resolver fechos das urgências de obstetrícia

O médico volta a referir que, na nossa opinião, “esta é a solução para resolver o problema, já que irá permitir termos serviços com melhores condições de trabalho, maior diferenciação e mais qualidade", destacando até que "o Hospital Garcia de Orta passaria a ter outra dimensão, tornando-se um hospital de fim de linha em termos de cuidados materno-infantis”. Em relação às populações, o médico salienta que a vantagem está no facto de "termos uma resposta de proximidade e de altíssima qualidade. A partir daqui, ou da implementação destes cuidados em Almada e no Barreiro, só excecionalmente é que uma grávida teria de e atravessar a ponte 25 de abril para ser atendida”. O presidente da comissão explica ainda que, desta forma, o Hospital de Setúbal “funcionaria como tampão para a parte Sul da Península, para dar resposta ao litoral alentejano”.

Questionado sobre se tal não envolveria um maior número de médicos do que aquele que existe hoje, sendo este o principal problema apresentado para o encerramento das urgências naquela região, Caldas Afonso argumenta que “a escassez de médicos afeta todo o país”, considerando que “os dois hospitais (Garcia de Orta e Barreiro) têm médicos suficientes para manter estes cuidados e uma urgência sempre aberta”. Dá mesmo como exemplo “o Hospital de Cascais que tem menos especialistas e nunca fechou”.

Mas para que esta reforma também possa avançar o médico diz ser vital que “haja colaboração entre as instituições e responsabilidade de cada uma para se manter, pelo menos, uma urgência aberta, sob pena de em agosto ainda estarmos piores do que agora”, conclui.

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