Na sexta-feira (3 de março), à tarde, os membros da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa vai entregar à Procuradoria-Geral da República (PGR) a lista dos alegados abusadores ainda no ativo..Os seis elementos da comissão independente reúnem-se depois com as ministras da Justiça e da Solidariedade Social, "a pedido destas e a propósito das recomendações dirigidas à sociedade civil", que constam no relatório apresentado a 13 de fevereiro, indica o comunicado da estrutura liderada por Pedro Strecht enviado esta quarta-feira às redações..Antes da entrega da lista de alegados padres abusadores à PGR, os membros da comissão independente deslocam-se, na manhã de sexta-feira, a Fátima, a pedido da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), "para esclarecimentos sobre o relatório efetuado e recomendações sugeridas à Igreja". Aliás, está previsto que a CEP divulgue na sexta-feira a sua posição face às conclusões apresentadas no relatório..A comissão independente vai entregar também, "e por Dioceses, a lista nominal dos alegados abusadores referenciados pelas vítimas, realizada em conjunto a partir dos dados obtidos pelo seu trabalho bem como pelo Grupo de Investigação Histórica", refere a comissão independente referindo que com estas iniciativas encerra as suas funções "relativas ao estudo que lhes foi solicitado pela CEP em dezembro de 2021"..Recorde-se que a comissão validou 512 testemunhos de abusos sexuais na Igreja Católica Portuguesa, o que permitiu a extrapolação para a existência de, pelo menos, 4.815 vítimas, tendo sido enviados 25 casos para Ministério Público, que, entretanto, anunciou ter aberto 15 inquéritos..Os dados revelaram que 97% dos abusadores eram homens e em 77% dos casos padres, além de que em 47% dos casos o abusador fazia parte das relações próximas da criança.