Já começou, esta segunda-feira, o julgamento de Fernando Valente, de 37 anos, suspeito do homicídio de Mónica Silva, a grávida da Murtosa desaparecida em 2023, com quem teve uma relação amorosa, que terá resultado numa gravidez. À altura do desaparecimento, a vítima, com 33 anos, estava grávida de sete meses.O arguido, que se encontra em prisão domiciliária, está acusado dos crimes de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação."Assassino", ouviu-se quando o suspeito chegou ao tribunal de Aveiro, escoltado por forças de segurança, onde vai ser julgado à porta fechada, sem público e jornalistas, por um tribunal de júri, com um coletivo de juízes e oito jurados (quatro efetivos e quatro suplentes). De acordo com a Lusa, a juíza titular do processo determinou a exclusão da publicidade da audiência de julgamento e demais atos processuais, para proteger a dignidade pessoal da vítima face aos demais intervenientes envolvidos, nomeadamente os seus filhos.O juiz presidente da Comarca de Aveiro, Jorge Bispo, disse à Lusa que no final da sessão será emitida uma nota informativa.Nesta primeira sessão, prevê-se o interrogatório do arguido, a reprodução das declarações que prestou em sede de primeiro interrogatório judicial, as declarações do assistente e a reprodução das declarações para memória futura prestadas nos autos. Nas primeira três sessões deste julgamento, serão ouvidas as testemunhas da acusação.O Ministério Público acusa Fernando Valente de ter matado Mónica Silva e o feto que a vítima gerava, no dia 3 de outubro de 2023 à noite, no seu apartamento na Torreira. O motivo do crime seria para evitar que lhe fosse imputada a paternidade.Ainda de acordo com a acusação, o arguido ter-se-á desfeito do corpo da vítima, levando-o para parte incerta, escondendo-o e impedido que fosse encontrado até hoje.Com Lusa