Brasileiros contribuem para a "sustentabilidade futura" da Segurança Social
A importância da comunidade brasileira residente foi uma das ideias a marcar o painel “Integração Institucional Brasil-Portugal”, que contou com a participação de Ana Paula Costa, presidente da Casa do Brasil (CBL); Alessandro Candeas, cônsul-geral brasileiro em Lisboa; e Vitalino Canas, professor e presidente do Fórum de Integração Brasil Europa (FIBE).
O painel marcou o início dos debates na conferência de aniversário do DN Brasil, realizada nesta quarta-feira, 25 de junho, na Embaixada do Brasil em Lisboa, com a presença de autoridades dos dois países, além de representantes de associações e movimentos sociais, advogados, empresários, académicos e outras personalidades.
Para o professor Vitalino Canas, Portugal está num momento em que “necessita de brasileiros”, sendo esta uma comunidade que responde ao tradicional déficit populacional que há no país, mas, principalmente, pelo impulso em vários setores, como a economia. “Os brasileiros e todos os imigrantes que estão Portugal estão a contribuir para a sustentabilidade futura” de sistemas “como a Segurança Social”, disse. “Muitos dos nossos setores económicos e não apenas, académicos, etc., já são sustentados, muito boa parte, por cidadãos brasileiros, muitos deles aliás também já são portugueses”, completou o professor.
Como dirigente de uma entidade com relevo histórico em Portugal, Ana Paula Costa apontou preocupação com as políticas migratórias atuais. “Estamos hoje vendo desmoronar uma política de integração, o que existe é política de regulação, e regulação restritiva e penalizadora, mas a integração mesmo ficou para trás”, destacou.
Para o cônsul brasileiro, um dos pontos que deve ser reforçado para que haja uma plena integração das comunidades é a cooperação bilateral, com o Brasil a disponibilizar soluções que possam ajudar a modernizar a administração pública portuguesa.
“O Brasil tem desenvolvido muito, nos últimos anos, cooperação técnica internacional, partilha não só de experiências, mas de plataformas, de processos, de softwares, uma série de avanços na digitalização”, afirmou, destacando que este tipo de cooperação pode ajudar “as decisões políticas” a chegarem “aos balcões de atendimento” de diversos serviços para que “os servidores tenham plena convicção e conhecimento de tudo que está sendo decidido e acertado no plano político".
"Às vezes isso não acontece. Às vezes nós percebemos que há essa distância e a cidadã brasileira que chega no balcão buscando informação de algo importante que foi acordado entre os governos, não vê isso na prática se resolvendo", apontou Alessandro Candeas.
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