"É claro que todas as medidas que forem adotadas aqui, eventualmente, serão adotadas também pelo Brasil", disse Ricardo Lewandowski.
"É claro que todas as medidas que forem adotadas aqui, eventualmente, serão adotadas também pelo Brasil", disse Ricardo Lewandowski.Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasil será recíproco em eventuais restrições na imigração. "Não haverá deportação em massa", diz ministro

Governo brasileiro também acompanha situação dos que foram notificados para deixar Portugal voluntariamente, garantiu Ricardo Lewandowski, que ainda negou "preocupação sistémica" com crime organizado.
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O ministro da Justiça brasileiro afirmou que eventuais medidas de restrições de vistos para cidadãos brasileiros por parte de Portugal serão adotadas também pelo Brasil para cidadãos portugueses. Destacando que trata-se de uma decisão de "soberania" de cada país, Ricardo Lewandowski afirmou que "essa questão também se baseia muito no princípio da reciprocidade", disse em entrevista coletiva durante o 13.ª Fórum de Lisboa, nesta quarta-feira, 2 de julho.

"É claro que todas as medidas que forem adotadas aqui, eventualmente, serão adotadas também pelo Brasil", frisou à Lusa e à Efe.

Em causa está decisão do Governo de voltar atrás na medida que permitiria a cidadãos brasileiros e de demais países da CPLP pedirem uma autorização de residência já no território nacional após entrada sem um visto prévio.

Sobre a notificação para abondono voluntário do território, que tem nos brasileiros a segunda nacionalidade mais notificada, o ministro afirmou que o Governo brasileiro está a acompanhar, mas sem preocupação.

"Essa é uma questão que não nos preocupa, porque nós temos uma grande maioria de cidadãos brasileiros que estão muito bem acolhidos aqui em Portugal e desempenham atividades profissionais, empresariais regularmente. O que nós temos assegurado, isso nos conforta muito, todos aqueles imigrantes supostamente ilegais terão direito ao devido processo legal, à ampla defesa e cada caso será examinado individualmente, não haverá uma deportação em massa", garantiu Lewandowski.

"É claro que todas as medidas que forem adotadas aqui, eventualmente, serão adotadas também pelo Brasil", disse Ricardo Lewandowski.
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Questionado pelo DN sobre preocupações em Portugal com a penetração do crime organizado brasileiro, o ministro negou motivos para "uma preocupação sistémica".

"Há colaborações episódicas entre criminosos e bandidos, não só bandidos brasileiros com bandidos portugueses, mas em todo o mundo, porque o crime hoje não é mais local, não é mais nacional, mas o crime organizado, sobretudo, é transnacional. É por isso que o Brasil tem celebrado mais e mais acordos de cooperação", citando os acordos que já existem com Portugal nesta matéria.

Recentemente, este tema foi abordado em São Paulo no seminário internacional “Crime Organizado e Mercados Ilícitos no Brasil e na América Latina: Construindo uma Agenda de Ação”. O promotor brasileiro Lincoln Gakyia falou sobre a implantação do PCC em Portugal, relembrando dados que apontavam 87 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no país.

"Não é um problema que preocupa, porque não é um problema estrutural, são questões episódicas e nós vamos combater isso também, caso acaso", pontou Ricardo Lewandowski.

Com Lusa

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