No período 2020 -2024, a despesa executada no Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR) totalizou 2 427 milhões de euros, 25% abaixo (menos 808 milhões) do previsto, que estava estimado em 3 235 milhões de euros, no Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais (PNGIFR) e Programa Nacional de Ação (PNA). Neste período, as medidas de prevenção atingiram 57% do total do orçamento, 26% abaixo do previsto; e as do combate alcançaram 43% do total, 23% abaixo da meta. Esta é a conclusão do relatório de execução da despesa do SGIFR, num “ponto de situação” publicado na página oficial da Agência para a Gestão Integrada dos Incêndios Rurais (AGIF), entidade que coordena este Plano, nesta terça-feira ao início da noite, em vésperas do debate parlamentar sobre os incêndios.O relatório destaca um “aumento expressivo da despesa em prevenção”, com um aumento de 326 milhões de euros (13 vezes mais – de 28 milhões para 354) em 2024, face a 2017. No combate também houve um recrudescimento de 169 milhões de euros (de 115 milhões para 284), ou seja, mais do dobro.Recorde-se que um relatório anual da AGIF, referente a 2024, já apontava para que, em 97 projetos preparados, que somam 633 iniciativas, estão executadas 48%. Há ainda 88% de 97 projetos em curso.Segundo o novo balanço, todas as entidades envolvidas viram os seus orçamentos crescerem em toda a linha. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) teve um acréscimo de 58% em recursos humanos que coordena (+ 3 043 elementos), desde 2017; mais 732 veículos coordenados (sendo que 95% pertencem às associações humanitárias de bombeiros), representando uma subida de 62%. A despesa em 2024 teve um aumento de 186%face a 2017, passando de cerca de 36 milhões de euros para 103 milhões em 2024.As associações de bombeiros tiveram um aumento de 58% no número de operacionais (+ 2907); mais 704 veículos (acréscimo de 63%) e a despesa no Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) duplicou o valor pago face a 2017 (de 36 milhões para 75 milhões de euros).A Força Aérea Portuguesa (FAP) também beneficiou da mesma tendência. O dispositivo aéreo afeto ao SGIFR teve um acréscimo de 50% (+24 meios) desde 2017 e a despesa da FAP com a locação do dispositivo aéreo afeto ao SGIFR: aumento de 123% em 2024, face a 2017 (de 35 milhões para 78 milhões de euros).A GNR também teve mais 26% de elementos afetos ao SGIFR, igual aumento de viaturas e o orçamento disparou 90% para 91 milhões.No Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem mais 54% de pessoas desde 2017 (+ 1 041); mais 113% de viaturas (+376), contabilizando-se em 2025 – 133 máquinas, 59 veículos afetos à BSBF dos quais 5 VFCI operacionais a partir de 2024 e um total de 418 viaturas afetas aos Sapadores Florestais (+134) face a 2017; e a despesa das forças coordenadas foi reforçada em 48%.Segundo ainda este documento de balanço, 60% da despesa está concentrada em quatro entidades. Entre 2020 e 2024, dos 93% da despesa executada, a maior fatia foi de 21% relativa aos incentivos do Programa de Desenvolvimento Rural /Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, que são apoios à agricultura em territórios vulneráveis e produção pecuária ligada à gestão de combustível; seguida de 16% da ANEPC e Associações de Bombeiros Voluntários; igual percentagem para a FAP; 15% para a GNR e para o ICNF; 7% de incentivos PT2020 – diversificação e qualificação da economia rural, bioeconomia e economia circular; e 4% para a Infraestruturas de Portugal – gestão de combustível na rodovia e ferrovia. .Portugal tem 12.800 bombeiros e é 3.º pior da UE a investir em proteção contra fogos.O que está a fazer o maior dispositivo aéreo de sempre no combate aos incêndios?