O presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira acusou hoje a ministra da Saúde de ignorar pedidos de reunião dos autarcas dos cinco municípios servidos pelo hospital local e disse temer o encerramento da maternidade.Os autarcas de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira enviaram na segunda-feira uma carta à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a “insistir num pedido de audiência urgente”, com o objetivo de falar sobre o funcionamento do Hospital de Vila Franca de Xira (HVFX), no distrito de Lisboa.Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira (PS), explicou que os autarcas dos cinco municípios servidos pelo HVFX já fizeram, anteriormente, vários pedidos de reunião com a governante, mas sem sucesso. “Nós andamos desde o Governo anterior, que era a mesma ministra, a pedir reuniões, quer individualmente, quer em conjunto, e a senhora ministra ainda não teve tempo para nos atender. No fundo, nós representamos cerca de 250 mil pessoas e achamos que é importante”, sublinhou o autarca socialista.Fernando Paulo Ferreira referiu que a reunião visa debater vários problemas na área da saúde, nomeadamente no funcionamento do HVFX, que já teve as urgências pediátricas e ginecológicas encerradas aos fins de semana..IGAS vai averiguar fuga de doente com Alzheimer do hospital Vila Franca de Xira.“Temos legítimos receios de que esta estratégia de fecho de urgências obstétricas possa ter aqui escondido uma vontade do Governo em vir a encerrar a maternidade do hospital, por causa do menor número de partos que o encerramento das urgências causará, certamente”, apontou.Relativamente à situação no concelho de Vila Franca de Xira, o autarca indicou como principais problemas a falta de médicos de família e a necessidade de investimento nos centros de saúde.“Fizemos um levantamento muito detalhado, após a descentralização de competências, e precisamos de cerca de três milhões de euros para reparar anos de falta de manutenção por parte da ARS (Administração Regional de Saúde)”, adiantou.Fernando Paulo Ferreira deu como exemplo o caso da Póvoa de Santa Iria, referindo que a autarquia está disponível para avançar com a construção de um novo centro de saúde, com um custo total de seis milhões de euros, mas que a verba prevista no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de três milhões, é “insuficiente”.A Lusa contactou o Ministério da Saúde para obter uma reação a este pedido dos autarcas, mas não obteve resposta.