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Atrasos no tráfego aéreo em Lisboa caem mais de 30% com novo sistema

Novo modelo de sequenciação de tráfego aéreo entrou em funcionamento há um ano. NAV considera que representou “um salto qualitativo” na gestão do espaço aéreo da região de Lisboa.
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Os atrasos no tráfego aéreo em Lisboa diminuíram mais de 30% desde a implementação há um ano do sistema Point Merge System (PMS), permitindo uma poupança acumulada superior a 200 mil minutos de atraso, anunciou esta segunda-feira a NAV Portugal.

“Um ano após a implementação da maior reorganização do espaço aéreo da Área Terminal de Lisboa (TMA), os atrasos globais na região de Lisboa caíram mais de 30%, traduzindo-se numa poupança acumulada superior a 200 mil minutos de atraso graças ao Point Merge System (PMS) lançado pela NAV Portugal em maio de 2024”, lê-se num comunicado divulgado hoje.

Defendendo que este novo modelo de sequenciação de tráfego aéreo “transformou a aproximação ao Aeroporto Humberto Delgado e ao sistema aeroportuário da Grande Lisboa”, a NAV destaca que, em julho de 2024, mês que o sistema entrou “em operação plena”, o impacto “foi imediato” e os atrasos recuaram 25% face ao mesmo mês de 2023.

Segundo enfatiza, este valor repetiu-se ou foi ultrapassado “em quase todos os meses seguintes”, tendo a redução dos atrasos chegado aos 38% em abril de 2025.

A NAV Portugal destaca que o desempenho do PMS foi “ainda mais significativo” tendo em conta apenas os atrasos diretamente associados ao controlo de tráfego aéreo — nomeadamente “ATC Capacity”, “Aerodrome Capacity” e “Airspace Management”– e desconsiderando o impacto da meteorologia, por exemplo.

“Neste particular, registaram-se quedas mensais mais significativas, entre os 40,5% logo no primeiro mês de operação completa do PMS, até uma redução de 91,6% em março último”, concretiza.

Citado no comunicado, o presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal considera que o PMS representou “um salto qualitativo” na gestão do espaço aéreo da região de Lisboa: “Os resultados alcançados demonstram que é possível responder ao crescimento da procura com mais eficiência, previsibilidade e sustentabilidade”, refere Pedro Ângelo.

O PMS substituiu os tradicionais padrões circulares de espera por trajetórias mais diretas, previsíveis e eficientes, com descidas contínuas e velocidades otimizadas. Assentando numa abordagem de convergência para um único ponto (‘Merge Point’), este sistema permite uma separação lateral e vertical dos fluxos de tráfego.

Entretanto, e em articulação com as companhias aéreas, a NAV Portugal diz ter já implementado ou ter em preparação duas fases de otimização deste sistema.

A primeira está em vigor desde o passado dia 15 e introduziu ajustes em altitudes, velocidades e rotas, com foco na eficiência do consumo de combustível e na redução de emissões de dióxido de carbono (CO₂).

Já o segundo pacote de otimização está previsto para 02 de outubro deste ano e reforça a gestão do espaço aéreo com novas zonas de espera de contingência e ajustes setoriais, de forma a aumentar “a resiliência e flexibilidade da operação de controlo de tráfego aéreo”.

Em paralelo, e no cumprimento da resolução do Conselho de Ministros n.º 58/2025, de 18 de março, a NAV Portugal encontra-se a analisar, em articulação com a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), “uma nova configuração de descolagens no sentido norte, com vista à mitigação do impacto do ruído na população através de uma solução tecnicamente viável e equilibrada entre eficiência operacional e sustentabilidade ambiental”.

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