Humor, diversão e espanto. Tudo isto está garantido em mais uma edição do Lisboa Mágica, Festival Internacional de Magia de Rua que regressa esta terça-feira à capital. No total, são 175 espectáculos, protagonizados por 15 artistas oriundos de oito países, repartidos por 13 locais. Tudo gratuito. Portanto, atenção: poderá deparar-se com truques quando menos esperar. Se preferir, analise o programa e escolha as atuações que quer acompanhar..Flip Mattia, um italiano que leva a magia a campos de refugiados, já é um repetente no evento, tendo trazido no ano passado um espetáculo que metia bolas de sabão, chupas, beijinhos e uma grande dose de ternura. “Estivemos até ao último momento sem saber se viria. Esteve quatro meses preso em Gaza, sem conseguir sair de lá”, conta Luís de Matos, diretor artístico do evento. David Navares, Joaquin Matas, James, Javi Rufo ou Pepe Lirrojo são outros dos artistas que regressam a Lisboa para o festival. “O compromisso mantém-se: um terço dos artistas nunca estiveram no festival ou até em Portugal”, conta o ilusionista, salientando a vinda de Brylights e Jonathan Goh, de Singapura, Gonza Martini, da Argentina, ou Naoko, do Japão..Flip Mattia, um italiano que leva a magia a campos de refugiados, é um repetente no evento. FOTO: Ana Dias.Esta última é, aliás, uma das duas mulheres a ter lugar no cartaz – a outra é Katerina, que faz parceria com o espanhol Adrián Carratalá. “Uma das fragilidades desta área de entretenimento é não haver muitas mulheres. Em compensação, são muito boas”, comenta o diretor artístico..Zé Mágico, “um artista extraordinário, profundamente original” que foi ao Got Talent em 2021 e que logo no ano seguinte integrou o elenco deste festival, é o único português. “Fazemos questão de ter sempre um português, mas não queremos que seja uma quota que comprometa a qualidade”, explica Luís de Matos..Do Japão vem Keiichi Iwasaki, que foi concorrente num programa de talentos para magia na Coreia do Sul do qual Luís de Matos foi jurado e que “viaja pelo mundo inteiro de bicicleta”..Esta é já a 12.ª edição do Lisboa Mágica e vai decorrer até domingo em várias ruas, praças e jardins de Lisboa. “Ao longo dos anos foi vivendo e crescendo em termos de adesão do público, tanto turistas como locais. É um dos poucos eventos culturais que consegue essa transversalidade”, diz o ilusionista, salientando que cada espetáculo de um mesmo artista é único e irrepetível, tal a dependência da interação com o público..Os espetáculos arrancam esta terça-feira às 11h00, na Praça do Município, mas terão também lugar no Arco da Rua Augusta, no Jardim Avelar Brotero, no Jardim da Estrela, no Jardim Fernando Pessa, no Largo do Carmo, no Largo do Chiado, no Jardim Museu Lisboa, no Palácio Baldaya, no Parque Bensaúde, no Parque Ribeirinho Oriente, na Praça Luís de Camões e, este ano em estreia, no Parque Tejo, onde aconteceu a Jornada Mundial da Juventude e o Rock in Rio. “Não na mesma dimensão nem exatamente no mesmo sítio...”, admite Luís de Matos..O Festival Internacional de Magia de Rua de Lisboa, surgido em 2006, pretende mostrar o que de melhor se faz no âmbito da Magia de Rua a nível mundial, numa celebração da universalidade e intemporalidade da linguagem artística, em absoluta e surpreendente interacção com o espaço público. “Já passou por vários presidentes”, recorda Luís de Matos, lembrando os tempos de Carmona Rodrigues, António Costa, Fernando Medina e agora Carlos Moedas.