Sociedade
03 janeiro 2023 às 11h32

Marcelo justifica ida ao funeral de Bento XVI. "Sou chefe de Estado. Se fosse cidadão não ia"

As cerimónias fúnebres do Papa emérito Bento XVI estão marcadas para esta quinta-feira, no Vaticano.

DN

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou esta terça-feira que vai estar nas cerimónias fúnebres do Papa emérito Bento XVI "em representação do Estado português" e não a título pessoal.

"Tanto quanto sei a Santa Sé trata em pé pela igualdade todos os chefes de Estado. Sou chefe de Estado, sou tratado como chefe de Estado. Não é o cidadão que lá vai. Se fosse o cidadão, não iria lá, obviamente", justificou à chegada a Portugal, oriundo de Brasília, onde assistiu à tomada de posse do novo presente do Brasil, Lula da Silva.

Marcelo Rebelo de Sousa também considerou importante representar Portugal nas cerimónias fúnebres de Bento XVI, uma vez que Lisboa recebe, já em agosto, a Jornada Mundial da Juventude.

"Terá de se representar o Estado português por uma razão muito simples: Portugal vai organizar cá a Jornada Mundial da Juventude. Esse é um facto muito relevante nas relações com a Igreja Católica e a Santa Sé, e tem uma projeção universal. Só por si, esse facto justifica que eu lá vá", considerou.

As cerimónias fúnebres de Bento XVI estão marcadas para esta quinta-feira, na Praça de São Pedro, no Vaticano, às 9:30 locais (08:30 em Lisboa). Cabe ao Papa Francisco presidir às cerimónias.

Apenas as delegações do Governo e da Presidência de Itália e da Alemanha, país de onde Bento XVI era natural, participarão oficialmente da cerimónia.

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O Papa emérito Bento XVI, que morreu a 31 de dezembro, aos 95 anos, será sepultado no túmulo ocupado por João Paulo II na cripta destinada aos pontífices sob a basílica de São Pedro, segundo informou o porta-voz do Vaticano.

Matteo Bruni explicou que Bento XVI deixou escrito - como relatou o seu biógrafo, Peter Seewald - o desejo de ser sepultado naquele local dos subterrâneos do Vaticano ocupado pelos restos mortais do seu antecessor, João Paulo II, até maio de 2011, quando a sua urna foi de novo exposta na basílica de São Pedro, depois de ser beatificado pelo pontífice alemão.

Aquele que será o túmulo do Papa emérito pertenceu também ao Papa João XXIII e situa-se a poucos metros do de São Pedro e em frente às sepulturas de duas rainhas, Cristina da Suécia e Carlota de Chipre.

Bento XVI terá, tal como João Paulo II, uma simples lápide de mármore branco com a inscrição dos anos do seu pontificado (2005-2013) em latim.

Com Lusa